Luke Duran - Entre a Fúria e a Paz

SOBRE A MUDANÇA DO NARRADOR:

Luke Duran:

Trilha Sonora:

O homem banguela erra facilmente jogado em direção ao mar, e ele o fazia gritando e balançando os braços. Havia caindo de cara na água e tão logo ele conseguia voltar a si devido à tontura, ele via Luke levar seu barco no meio da água velejando para o horizonte. Luke podia ouvir ao fundo, o velho banguela gritar de um jeito desesperado ficando para trás:

- ELE LEVOU O MEU BARCO!!! ALGUÉM AJUDA, ELE LEVOU O MEU BARCO!!!

Mas ele não teria como alcançá-lo, Luke via algumas poucas pessoas juntarem naquelas docas para falar com o velho, o velho começava a falar com três homens mas que nada podiam fazer se não ver o grande homem cabeludo e barbudo avançar nas águas deixando as docas para trás.

Luke velejava, aquele não era um barco difícil de se fazer, o velho parecia que tinha muitas ferramentas à disposição para que facilitasse a viajem, ele mesmo não era muito forte, então para Luke lidar com um barco pequeno era fácil.

A tarde já estava caindo, o crepúsculo no céu era bonito, mas melancólico acima daquela pequena ilha que Luke via ao fundo se aproximando após 15 minutos de velejar, as ondas estavam calmas no mar, o que dava à todo aquele lugar um certo clima de mistério. Até chegar lá a noite já havia caído, e até mesmo rápido... Rapido até demais... Luke estranhou e após olhar para o seu celular chegando em uma doca cheia de barcos requintados, e lanchas e vazia, via que além de não ter sinal, tinha acabado de dar 18 horas, a noite havia caído finalmente e todo o caís era apenas iluminado por algumas tochas ao estilo havaiano que davam acesso até uma passarela bem construída e bonita que seguia por uma pequena estrada.

Luke atracava no cais, tudo estava silencioso, vazio, apenas o som das folhas fortes das copas batendo umas nas outras com o vento fortíssimo que denunciava que praticamente uma tempestade chegaria em pouco tempo. Haviam muitos barcos de gente que com certeza eram ricas, mas não havia ninguém para recebê-lo, nem ninguém para nada... Tudo era o mais bonito e bizarro paraíso havaiano, e era estranho. As plantas e a vegetação forçavam o caminho entre a passarela, era possível andar pela vegetação e fora da passarela, mas era desconfortável, incomodo e mal daria para ficar vendo o que haveria na sua frente, sendo assim o mais viável era seguir a passarela.

Luke seguia e logo que entrava na passarela, ele via o caminho de tochas guiar o caminho dele até ao fundo que daria uns 10 minutos de caminhada, mas já era possível ver o grande estádio, tão grande, que poderia rivalizar com o Coliseum de Roma, mas não era como o Coliseum de Roma, ele era moderno, grandioso, bonito e haviam luzes roxas e azuis em sua entrada, como se um espetáculo fenomenal fosse acontecer, algo similiar ao Superbowl dos gringos.


Luke não via outra opção, se não entrar... E ainda assim, o silêncio sepulcral e nenhuma alma viva para lhe dar boas vindas, ou no mínimo instruções, aquele parecia um circo bizarro e solitário, um grande suspense paraiva no ar, parecia que um grande show iria acontecer, ou uma grande festa surpresa, mas seja qual fosse o que fosse rolar, Luke tinha certeza que nada de bom viria daquilo tudo.

Ele se aproximava mais e seguia pela entrada da frente, as luzes estavam todas acesas, lá dentro ele via que a recepção e todas as outras instalações do estádio estavam ativas, porém sem nenhuma alma viva para prestar serviço do mesmo. Seus passos produziam eco, ele ouvia o próprio som de sua respiração de tão silencioso que o lugar estava. A passagem para o campo estava totalmente livre, e é para onde Luke seguia. Ele caminhava e via a passarela para adentra no campo, ele via algo ao fundo, era distante mas ele conseguia ver... Ao fundo, subindo algumas escadas e metros de distância, no centro do estadio, havia duas... Coisas.


Uma delas, era um Garou, o outro... Era outra... Coisa... Tinha grandes asas e chifres, era branco como Luna... Tão grande quanto um Garou. Ele segurava o Garou, claramente derrotado, pela cabeça e uma espécie de fogo verde começava a rondar pelo corpo do grande monstro e do Garou derrotado.


Luke adentrava no Estádio, logo ao subir os degraus para acessar o mesmo, ele já via no estádio, centenas e centenas de corpos desmembrados, havia sangue e órgãos espalhados por todo o lugar, era uma visão horrenda e não era para pessoas como estômago fraco. E então ele via que não se tratava de um simples estádio, era um grandioso palco, o que parecia ser um grande ringue de luta e não só um grande ringue de luta, mas tudo estava destruído, como se uma batalha destruidora tivesse acontecido ali algum tempo antes de Luke chegar, e então quando ele dá o primeiro passo dentro do estádio, um grande estrondo de trovão se faz presente, o céu começava a relampear e iluminar o ambiente. Logo, o fogo verde em volta dos dois cessava e o corpo de ambas as criaturas vai ao chão, o corpo do grande monstro branco de asas e chifres logo começavam a encolher até se tornar o que deveria antes ter sido um homem comum mas agora estava tão deformado que estava irreconhecível, e então, subitamente o corpo do Garou se levantava junto com um grito grave que parecia ser um rugido vindo do próprio inferno. Um grande estrondo de trovão viera junto do rugido infernal que ecoava pelos céus. O Garou se levantava aos poucos com olhos queimando em brasa, ele gritava e gritava, um grito monstruoso e gultural capaz de deixar em pânico qualquer criatura que testemunhasse àquilo, sangue, carne e ossos pareciam forçar a saída do corpo do Garou, o som de carne e ossos se partindo era gigantesco e Luke podia ouvir de forma muito clara, até que esses ossos e carne começaram a se monstrar uma metamorfose forçada, tornando-se grandes espinhos e asas de morcego, seu fucinho começou a se transformar para o de algo bizarro... e então, com sangue, pelo e couro em volta dos seus membros, um monstro medonho se fazia presente do que antes era o corpo de um Garou derrotado e um rugido monstruoso novamente percorria pelo estádio, um rugido de de Fúria e violência, tão poderoso que parecia que o Estadio havia tremido.


Aquela coisa... Então olhava para Luke, soltava um novo rugido avassalador para ele, Luke sentia o vento do rugido bater forte contra seu corpo esvoaçando seus cabelos, e então, numa voz nefasta, o grande monstro falava:


- Guerreiro de Gaia... Você chegou tarde. Meu novo corpo, maior e mais forte, se encaixou bem... É só uma questão de tempo para que eu me acostume com ele, e possa usar meu potencial completo...

Ele então estreitava os olhos flamejantes verdes e continuava:

- ... e destruir toda a escória Garou.

Assim que ele terminava de falar, um trovão poderoso se fez presente entre Luke e o monstro, a chuva então começava a cair forte começando a molhar o campo de carniça e os dois.