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Triunfo de Gaia - Monsieur Laforge

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Mensagem por Alexyus Dom Jul 22, 2018 6:02 pm

Alaín colocou o celular para carregar, mas contrariando as instruções do fabricante, ligou-o enquanto ele carregava.

A primeira coisa, e mais importante, era rastrear Laforge. Alaín obteve um endereço, e começou a formular um plano para acompanhar a movimentação dele. Além da Pedra Caçadora, que o levaria na direção de seu alvo onde quer que ele estivesse, Alaín pretendia também executar um estratagema simples para usar o auxílio da tecnologia.

Mas então começaram a chegar as mensagens de Tatiana. O jovem Bourbon D'Órleans orgulhava-se de seu autocontrole, mas teve que se esforçar para mantê-lo.

"Maldição, Tatiana! O que você está fazendo? Essa turma de parentes parecem desordeiros rematados! A última foto, a menos que seja uma montagem, mostra que Tania está fora de si, e provavelmente foi enviada pela maldita fianna italiana. Como elça deixa alguém pegar seu telefone assim, sem nenhuma senha ou proteção? Isso é uma provocação da fianna, mas TAnia não pode ser tão vulnerável assim!"

Aí veio a de Maysa, dando um piti. O tom dela era mais passional do que ele já tinha usado com ele desde que a conhecera. Aquilo começava a irritar o presa de prata.

A mensagem de Victoria poderia ser reconfortante, mas era óbvio que o parente que ela colocara na cola de Tatiana não tinha conseguido evitar o PT da parente. Era óbvio para Alaín que ela era ingênua demais para aqueles fiannas malandros. Mas convencer Tatiana disso estava parecendo tão difícil para o parente quanto era para Alaín à distância.

"Ela é só um par de anos mais nova que eu, mas me sinto um pai ou irmão mais velho tentanto vigiar uma adolescente rebelde! Que droga!"

O e-mail de Volkov foi ainda  mais sombrio.

"Problemas no Canadá? Na seita? O que pode ter matado uma matilha inteira?"

A cabeça de Alaín estava a milhares de quilômetros de distância quando o funcionário do hotel trouxe a mensagem de Ameline. Era muito característica dela, Alaín quase a podia ouvir dizendo aquelas palavras.

"Imperiosa como sempre, mademoiselle Oberhouzer! Admiro isso em você, mas não sou um cãozinho de estimação para tender aos seus comandos. Entretanto, eu prometi esclarecer as coisas e talvez essa seja a melhor oportunidade."

Alaín olhou o relógio e constatou que já esperara tempo demais. Hora de agir. Se tudo corresse bem, ele conseguiria ir e voltar antes das 8 da manhã, quando o motorista de Ameline o procuraria.

Triunfo-de-Gaia saiu do quarto e foi até sua Ferrari Superamerica, colocou seu celular para carregar no painel do veículo e foi até a loja de eletrônicos mais próxima. Comprou um daqueles celulares simples que os pais dão aos filhos pequenos, equipado com GPS para rastreá-los. Em seguida, foi ao endereço em Nice, onde procuraria o Bentley de Laforge. Seu plano era acoplar o celular no veículo, ocultando-o. Com a bateria cheia e sem uso exceto pelo GPS, o celular poderia durar quase uma semana.

Era uma viagem de cerca de meia hora, e Alaín teria tempo para pensar. Mas antes, tinha que responder suas mensagens.

Primeiro, para Tatiana:

Tania, achei que não precisase enumerar os muitos inimigos dos Garous: espirais negra, vampiros, e até humanos. Qualquer um destes que atacasse seu grupo poderia feri-la gravemente, e seus "amigos" teriam pouca ou nenhuma chance de defendê-la. Por favor, mantenha-se segura até que eu retorne. Se precisar de companhia, confie em Adele e Ariana.

Em seguida para Maysa, mas num tom menos carinhoso:

Eu avisei que faria, e farei, o que for necessário para ter sucesso nessa missão. Ela envolve assuntos inacabados da minha tribo e minha própria herança de família, não é sobre caçar mulheres. Como você está ciente, a moralidade de Ameline não é tão tradicional quanto a sua, e essa fraqueza pôde ser explorada para que ela me levasse à pessoa que eu buscava. O que, se lhe interessar, realmente aconteceu, eu encontrei o artífice. Nem a tribo nem a seita se preocuparão se eu tiver ou não um romance com essa garota; a eles interessa apenas os resultados positivos que eu puder obter. Quanto aos seus pais, é improvável que eles acessem esse tipo de site, mas caso te questionem, pode dizer-lhes que estou atuando sob disfarce, o que é verdade. Mas o que importa é o quanto você confia em mim, ou não confia.

Alaín encaminhou as mensagens de Tatiana para Victoria e escreveu após elas:

- Parece que estão provocando deliberadamente. Peça ao seu agente que apenas se assegure do bem-estar dela. Lidarei com esses fiannas pessoalmente quando retornar.
Alaín ainda mandou uma mensagem para Ariana e Adele, pedindo que dessem uma olhada em Tatiana e lhe fizessem companhia até que ele voltasse.

Com a cabeça trabalhando em múltiplas questões, Alaín pôs-se a caminho de Nice para usa missão de espionagem, mantendo o celular preparado para as respostas e disposto a voltar rapidamente a Monte Carlo. Sua atenção estava concentrada em encontrar Laforge, mas seus pensamentos voavam entre as três mulheres que disputavam sua atenção.

"Começo a questionar se é possível manter o compromisso com Maysa. Ela não é tão útil quanto eu pensei que seria, e é óbvio que não entende a importância das ações de um garou, quanto mais de um presa de prata. E o ciúmes dela está me distraindo do que preciso fazer! Ela nem ao menos tem a perfeição genética que Tatiana tem! Mas é de se pensar se Tatiana tem algo além disso, aquela cabecinha-de-vento! Há humanas que mesmo grávidas ou com filhos nos braços não conseguem abandonar a vida boemia, então mesmo que eu tivesse um filho com ela isso poderia não mudar o comportamento dela... Tenho que determinar se ela é capaz de aprender a se comportar adequadamente... Ameline, mesmo com sua fama de baladeira, parece mais capaz disso do que as outras duas! Ela nem sequer é parente, até onde eu sei, mas tem recursos valiosos e a visão de mundo que combinam com os presas de prata... Se não me engano, os Filhos de Gaia tem um ritual para transformar humanos em parentes...isso seria muito útil, se Ameline pudesse ser convencida..."

Ao chegar em Nice, Alaín iria até o endereço para "grampear" o Bentley.
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Mensagem por Lua Ter Ago 07, 2018 1:52 pm

Alexyus escreveu:Triunfo-de-Gaia saiu do quarto e foi até sua Ferrari Superamerica, colocou seu celular para carregar no painel do veículo e foi até a loja de eletrônicos mais próxima. Comprou um daqueles celulares simples que os pais dão aos filhos pequenos, equipado com GPS para rastreá-los.


Alain não teve dificuldade de encontrar o celular correto. A preço de Mônaco, é claro, mas isso para ele não era um problema.


Alexyus escreveu:Era uma viagem de cerca de meia hora, e Alaín teria tempo para pensar. Mas antes, tinha que responder suas mensagens.

(...)

Com a cabeça trabalhando em múltiplas questões, Alaín pôs-se a caminho de Nice para usa missão de espionagem, mantendo o celular preparado para as respostas e disposto a voltar rapidamente a Monte Carlo.



Era um dia bonito e viajar de Mônaco até a França em uma Ferrari tinha seus prazeres. Ao chegar em Nice, Alain viu que dava tempo para fazer uma pausa e comer algo rápido em um charmoso bistrô que achou pelo caminho. Revisando o celular, viu que a mensagem para Tatiana nem ao menos tinha sido visualizada, apesar de entregue. As de Maysa e Victoria foram vistas, mas não respondidas. E finalmente, as gêmeas informaram que Tatiana ainda não retornara à casa. Quem tinha alimentado Starik foram os empregados e cachorrão se achava amuado.

Ao chegar ao endereço, Alain constatou que o número 12 da Rue Paul Reboux era um edifício acanhado de seis pavimentos, aparentemente sem lugar para guardar nem bicicletas, quanto mais uma Bentley.

12 Rue Paul Reboux:

Uma senhora atarefada, portando um maço de papeis, saía de um carro e dirigia-se ao edifício. Antes de entrar, lançou para Alain um olhar desconfiado e hostil.
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Mensagem por Alexyus Qua Ago 08, 2018 7:15 pm

Ao chegar ao seu destino, Alaín não encontrou nada do que esperava.

"É um lugar bem pequeno e pacato... Vamos dar uma olhada!"

O olhar da velhinha não passou despercebido, e por um momento Triunfo-de-Gaia teve a ideia ridícula (ridícula mesmo ou nem tanto assim?) de Laforge disfarçado de mulher.

Achou um lugar discreto para estacionar sua Ferrari e concentrou-se em seu reflexo para percorrer atalhos.

Seu objetivo era sondar toda a área na Penumbra e espiar através da película à procura do artifíce ou de pistas de sua presença.
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Mensagem por Lua Qui Ago 09, 2018 1:15 pm

Alain deveria ser grato a Gaia, pois daquela vez não teve dificuldade alguma para cruzar a película, mesmo sendo espessa.

O que viu na Penumbra foi o esperado em uma cidade européia. Ao longe, o reflexo de construções antigas; a marca umbral do constante passar de humanos através dos séculos; teias e mais teias, sobretudo na parte onde ele estava.

O insignificante edifício de Laforge (seria?) não deixava reflexo na penumbra. Onde ele deveria estar, Alain sentia algo muito vago, semelhante a uma coluna de névoa, sobre a qual projetava a breve lembrança que tinha do lugar.

Observando com atenção, viu que em um ponto da bruma do edifício as teias ao redor se esgarçavam um pouco. Ali, pequenos espíritos emergiam e se agitavam velozmente, como buscando fragmentos de gnose, para em seguida regressarem à umbra mais profunda.

Espiando através da película naquele ponto, Alain viu o interior de um apartamento.

Era uma sala um tanto quanto bagunçada, onde três jovens faziam uma ligeira refeição. Estavam sentados em sofás com os pratos nas mãos ou a um canto de uma mesa cheia de objetos. Davam a impressão de estarem finalmente almoçando, despois de um trabalho intenso.

Os jovens eram uma garota forte, de pele morena e traços indígenas, uma caucasiana de cabelos negros, bastante atraente e um rapaz alto e magro, também da raça branca.

Ao redor deles, havia uma porção de coisas espalhadas.

Em um canto, estava uma espécie de mini estúdio fotográfico, com a câmera ainda montada no tripé, em frente a uma cadeira.

Havia coisas no chão ao redor da cadeira, como se fossem tecido picado, fiapos de lã ou até mesmo cabelos.

Sobre a mesa onde o rapaz comia, Alain viu algo semelhante a um gato. Esforçando-se para enxergar melhor através da película, entendeu que eram perucas ao lado de um enorme estojo de maquiagem aberto. Maysa tinha um parecido, era profissional. Alain sabia que em mãos habilidosas, aquilo podiam mudar completamente a aparência de uma pessoa. Juntando as peças, compreendeu que os objetos desfocados dentro de outra caixa sobre a mesa poderiam perfeitamente ser dinheiro e passaportes.

Completavam o quadro um notebook, uma impressora grande em outro canto, adornos e peças comuns de mobilia barata.
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Mensagem por Alexyus Sáb Ago 18, 2018 1:35 pm

Triunfo-de-Gaia deteve-se um momento após cruzar a Película para estudar o ambiente penumbral.

"Minha compreensão sobre territórios espirituais não é comparável a de um theurge, mas não me parece que esse monte de teias ajudaria a executar rituais de fetiches..."

Investigando mais a fundo, o phillodox encontrou o que parecia ser um refúgio de espíritos contra as teias e névoas ao redor da área.

"Aqui é o melhor lugar para tentar espiar. Vamos ver o que descobrimos!"

Alaín viu três pessoas numa sala bagunçada, em algo que parecia um estúdio fotográfico.

"Não era o ateliê que eu esperava encontrar... Essas três pessoas são estranhas, especialmente a morena, não combina com a vizinhança. Talvez eu devesse ligar para Monsieur Laforge e checar seu paradeiro... Mas algo aqui não me cheira bem... Não vou deixar passar!"

Num impulso, o Presa de Prata lançou-se contra a película, atravessando o espelho da sala e pulando sobre o rapaz alto como primeiro alvo. Sem dizer nada, Alaín iria imobilizá-lo e amarrá-lo/prendê-lo com o que estivesse à mão. Usando a Fúria, ele também bloquearia ansaída, encarando as garotas. Esperava não ter que imobilizá-las também, mas o faria se fosse necessário.

Uma vez no controle da situação, Alaín começaria o interrogatório:

- Quem são vocês? O que estão fazendo aqui? Onde está Laforge?

Se as moças estivessem presas ou se mostrassem colaborativas, Alaín ainda iria verificar os últimos usos no notebook para desvendar a atividade deles ali.
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Mensagem por Lua Qui Ago 23, 2018 10:21 am

Num impulso, o Presa de Prata lançou-se contra a película, atravessando o espelho da sala e pulando sobre o rapaz alto como primeiro alvo. Sem dizer nada, Alaín iria imobilizá-lo e amarrá-lo/prendê-lo com o que estivesse à mão.


rolagem:

Alain emergiu do espelho do estojo de maquiagem diretamente sobre o rapaz que jantava à mesa. Tentou imobilizá-lo, mas o jovem, com um rápido reflexo, conseguiu desviar-se e Alain foi para o chão.

A Alain sentiu que o agarravam pelas costas e então foi lançado contra uma parede.

Dano:

— Merda! — rosnou a jovem atraente, em crinos, ao ver o buraco que havia aberto na parede com o arremesso de Alain.

O philodox sentia muita dor nas costas, mas não era nada que seu corpo de lobisomem não pudesse recuperar rapidamente. O mais forte era a surpresa. As duas jovens estavam em crinos. Eram garous de pelo escuro e brilhante. O rapaz também dava a impressão de estar prestes a se transformar.

Em um giro inesperado, era Alain que escutava da boca da garou mais forte, em um rude francês:

— Quem é você? E o que está fazendo aqui?

— Não minta —  advertiu o rapaz — porque eu vou saber.

Os três o cercavam, ameaçadoramente.
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Mensagem por Alexyus Dom Set 16, 2018 12:42 pm

Ao falhar e ser lançado contra a parede, alaín praguejava mentalmente contra o azar, a fortuna, as ideias idiotas que tinham e mais uma centena de coisas que poderiam ser culpadas por aquela reviravolta indesejada.

Ainda no chão, ele viu as duas mulheres em crinos, os três o cercando.

— Quem é você? E o que está fazendo aqui?

— Não minta —  advertiu o rapaz — porque eu vou saber.

- É claro que vai saber, é um phillodox usando Verdade de Gaia! São Senhores das Sombras, não? Mas respondendo à sua pergunta, eu me chamo Triunfo-de-Gaia, phillodox cliath dos Presas de Prata. Vim aqui à procura de um homem chamado Laforge. Esse é o último endereço dele que consegui descobrir. Ao vê-los, achei que tinham sequestrado o sujeito ou coisa parecida. Perdoem a intrusão, e agora que vocês estão em vantagem tanto numérica quanto informativa em relação à mim, talvez queiram me dar algumas informações antes de eu ir embora.

Enquanto falava, Alaín ativava sucessivamente os Dons Persuasão, Aura de Liderança, Domínio Eminente e, quando lhes deu a chance de falar novamente, Verdade de Gaia.
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Mensagem por Lua Sex Nov 30, 2018 12:02 am

Rolagens:


Alain escreveu:- (...) São Senhores das Sombras, não?


A crinos mais forte assentiu com um movimento de cabeça.


Alain escreveu:Mas respondendo à sua pergunta, eu me chamo Triunfo-de-Gaia, phillodox cliath dos Presas de Prata. Vim aqui à procura de um homem chamado Laforge. Esse é o último endereço dele que consegui descobrir. Ao vê-los, achei que tinham sequestrado o sujeito ou coisa parecida. Perdoem a intrusão, e agora que vocês estão em vantagem tanto numérica quanto informativa em relação à mim, talvez queiram me dar algumas informações antes de eu ir embora.


Alain sentiu que seus dons estavam enfrentando uma forte resistência. A linguagem corporal dos senhores das sombras indicava uma hostilidade contida pelo respeito e admiração que Alain inspirava. Se não fosse por isso, sentiu o philodox, eles jamais lhe dariam qualquer informação. Mas a garou falou:

— Ele está deixando o país — ela se deteve um momento, como considerando o tanto de informação que daria — para bem longe. Somos seus amigos, nós o ajudamos a escapar...

Dizia a verdade, sentiu Alain.

— Escapar de você! — interrompeu o macho intempestivamente — Com todo o respeito, Triunfo-de-Gaia, mas o que você fez para apavorar o velhote a ponto dele querer ir para o outro lado do mundo?

A garou rosnou, fazendo o macho retroceder.

— Vamos colaborar com você — disse ela, ao fim, para Alain — Mas precisamos saber o que está acontecendo aqui porque Hippolyte estava morrendo de medo e disse que a vida dele está em risco. Essa ameaça só pode ser você. O que aconteceu? A propósito, meu nome é Sombra Noturna, sou ahroun e líder desta matilha.
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Mensagem por Alexyus Seg Jan 07, 2019 5:08 pm

Alaín levantou-se lentamente com movimentos precisamente calculados para não demonstrar hostilidade. Enquanto se punha de pé frente aos três senhores das sombras, ele escutava suas palavras, raciocinando e ponderando cada palavra.

- Mesmo diante das circunstâncias, é um prazer conhecer você e sua matilha, Sombra Noturna. Vou lhes contar a história de Laforge tal como eu a ouvi.

-Entre os artesãos que compunham a equipe de auxiliares do famoso joalheiro Fabergé,  estava um parente francês chamado Pierre Laforge. Não demorou muito para os parentes dos presas de prata próximos à corte falarem sobre ele aos garous. Assim ele foi recrutado e treinado por Lua Crescente para a fabricação de itens destinados a serem fetiches. Teve um enorme êxito!


A história vinha facilmente à memória deAlaín, que a repetia perfeitamente, de modo claro e confiante.

- Laforge possuía gnose e desenvolveu uma compreensão dos espíritos tal que lhe permitiram fazer objetos que os agradavam a ponto de facilitar sua entrada neles. Foi requisitado pelos theurges mais importantes de meu país e de outros e ajudou a produzir algumas das melhores e mais belas klaives de que se tem notícia.

A pausa na voz do phillodox pretendeu imprimir num tom de tragédia iminente ao que viria a seguir.

- Até que algo ocorreu.

- Monsieur Laforge estava no auge de sua carreira quando um presa de prata a quem tinha fabricado uma grã-klaive morreu. Como é nosso costume, o fetiche passou ao filho do garou e, lamentavelmente, conta-se, este não a tratou como merecia. Dizem que os poderosos espíritos que ela abrigava se enfureceram e sabotaram o jovem garou até que a klaive finalmente quebrou-se, libertando-os.

- Laforge, nesse momento, acabara de produzir sua melhor peça, a grã-klaive que ele considerava sua obra-prima. Ele enlouqueceu. Temia que o mesmo ocorresse com a nova espada.

- A grã-klaive já estava em poder do theurge e imbuída de espíritos, mas mesmo assim Laforge conseguiu roubá-la e desaparecer com ela. Muitas demandas foram feitas pelo fetiche, tanto pelo theurge, quanto por outros presas de prata mais tarde, porém Laforge e a klaive nunca mais foram vistos.

- O theurge de quem a grã-klaive foi roubada era um antepassado meu, e pelas regras de herança dos Presas de Prata, ela é meu direito nato. A minhamissão para ascender ao posto de Fostern foi encontrar a grã-klaive para usá-la em benefício de Gaia. Encontrar o sucessor de Laforge e convencê-lo de quem não lhe desejamos mal (ao contrário, apreciaríamos cooperar para que ele continue com seu trabalho) é um objetivo secundário, mas o qual eu também pretendo alcançar.

- Seguindo algumas pistas, eu consegui que uma conhecida em comum arranjasse um encontro com ele. Fiz o melhor para mostrar a ele que estava em segurança, mas ele estava bastante apavorado quando nos despedimos. Ele prometeu me encontrar para conversarmos pacificamente, mas agora vejo que ele mentiu. Eu o encontrarei de qualquer modo, em qualquer parte do globo. Mas se puder me ajudar a contatá-lo e mostrar que não tem o que temer dos Presas de Prata, seu gesto seria muito apreciado pelos da minha tribo, Sombra Noturna.


Alaín mantinha-se numa postura confiável e franca, esperando que aqueles senhores das sombras fossem negociantes razoáveis.
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Mensagem por Lua Ter Jan 08, 2019 12:19 am

Alexyus escreveu:Alaín levantou-se lentamente com movimentos precisamente calculados para não demonstrar hostilidade. Enquanto se punha de pé frente aos três senhores das sombras, ele escutava suas palavras, raciocinando e ponderando cada palavra.


Alexyus escreveu:A história vinha facilmente à memória deAlaín, que a repetia perfeitamente, de modo claro e confiante.


Conforme Alain foi relatando a história, os senhores das sombras abandonaram o que restava de sua atitude hostil e foram retornando, um a um, à sua forma racial.


Alexyus escreveu:A pausa na voz do phillodox pretendeu imprimir num tom de tragédia iminente ao que viria a seguir.

- Até que algo ocorreu.


Os garous se inclinaram ligeiramente em direção a Alain, que podia sentir o ardor de três pares de olhos fixos nele.

— Deixa ver se eu entendi — disse Sombra Noturna com uma voz rouca quando a história acabou— Hippolyte Laforge é o sucessor desse Laforge que desapareceu com uma klaive?...

— Maldito! — disse o rapaz dando um soco na palma da mão — Esse parente de merda tinha uma klaive durante todo esse tempo e a nós só nos deu umas jóias para fazermos fetiches!!!

Sombra Noturna não disse nada, manteve a dignidade, mas Alain pôde observar e, talvez, saborear a indignação dos senhores das sombras por terem sido ludibriados pelo parente presa de prata.

Depois de um momento de silêncio, Sombra Noturna falou.

— Iremos ajudá-lo. Você não mente. A klaive deve ir para as suas mãos em vez de ficar na posse de um simples parente. Mas nós queremos algo em troca. Estamos reunindo garous para que um theurge poderoso possa abrir um caern em nosso país natal, a Itália. Se lhe dermos as informações de onde está Laforge, você se compromete a participar do nosso ritual *. O que você vai fazer com Laforge é problema seu. — Alain sentiu o ranger dos dentes dela. —Concorda? Pense rápido, porque Laforge já está na rota de fuga.



* a ser feito em outra história para não atrasar mais esta quest.
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Mensagem por Alexyus Ter Jan 08, 2019 10:55 am

— Deixa ver se eu entendi — disse Sombra Noturna com uma voz rouca quando a história acabou— Hippolyte Laforge é o sucessor desse Laforge que desapareceu com uma klaive?...

Alaín ajudou a senhora das sombras a raciocinar:

- Ou ele é filho do Laforge original ou se apropriou do nome e da fama para continuar o trabalho, mas a técnica similar evidencia sua ligação com o Parente desaparecido. E sua fuga comprova tudo...

— Maldito! — disse o rapaz dando um soco na palma da mão — Esse parente de merda tinha uma klaive durante todo esse tempo e a nós só nos deu umas jóias para fazermos fetiches!!!

Apesar da ironia de um Parente dos Presas de Prata enganando três Senhores das Sombras, Alaín preocupou-se que aquilo poderia ser um indicativo da incompetência daquela matilha.

"Como esses três garous passaram tanto tempo com esse Hippolyte e nunca descobriram nada disso?"

— Iremos ajudá-lo. Você não mente. A klaive deve ir para as suas mãos em vez de ficar na posse de um simples parente. Mas nós queremos algo em troca. Estamos reunindo garous para que um theurge poderoso possa abrir um caern em nosso país natal, a Itália. Se lhe dermos as informações de onde está Laforge, você se compromete a participar do nosso ritual *. O que você vai fazer com Laforge é problema seu. — Alain sentiu o ranger dos dentes dela. —Concorda? Pense rápido, porque Laforge já está na rota de fuga.

- Não há o que pensar, será meu prazer ajudar a abrir um novo caern. Eu aceito seus termos. Agora vamos, pra onde foi Laforge?

Apesar do elo de confiança que estava sendo construído, Alaín ativou o dom Verdade de Gaia para checar as informações que iam lhe dar.
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Mensagem por Lua Qua Jan 09, 2019 12:24 am

Alexyus escreveu:- Não há o que pensar, será meu prazer ajudar a abrir um novo caern. Eu aceito seus termos. Agora vamos, pra onde foi Laforge?

Apesar do elo de confiança que estava sendo construído, Alaín ativou o dom Verdade de Gaia para checar as informações que iam lhe dar.


Sombra Noturna respondeu com um simples sorriso, discreto mas satisfeto.

— Passem todas as informações para ele — mandou.  Em seguida, ela começou a recolher os talheres e pratos da refeição que haviam feito, metodicamente, como alguém que faz uma tarefa singela a fim de ordenar as idéias.

Os outros garous passaram todos os detalhes a Alain.

— A nova identidade de Laforge é um homem do norte de Portugal. Ele já morou naquele país e fala bem o idioma — disse o rapaz, enquanto mostrava na tela do computador a foto usada no passaporte. A nova aparência do velho era bem convincente: parecia mais novo, com cabelos aloirados e fartos e uma barba incipiente, da mesma cor. Óculos com armação elegante completavam o visual.

Laforge agora seria Francisco Santos Ferreira, um antiquário de 62 anos, natural de Braga, Portugal. Alain recebeu os números dos documentos e passaporte falsos, assim como todas as informações do vôo, que sairia no dia seguinte às 15:55 do Aeroporto Internacional de Nice–Côte d'Azur, tendo como destino final, após escalas nos Emirados Árabes e Austrália, o Aeroporto Internacional Presidente Nicolau Lobato, em Timor Leste. A passagem era só de ida.

— Não foi nada fácil, mas conseguimos uma reserva de última hora no hotel Ibis budget Nice Aeroport, a cerca de 500 m do aeroporto de Nice— informou a garota bonita, com uma ponta de orgulho — De qualquer forma, Laforge deveria estar umas três horas antes no aeroporto, caso você não o encontre no hotel.

A jovem passou os dados da reserva. Para sorte de Alain, o hotel não ficava a mais do que 25 minutos do lugar onde estavam.

O dom Verdade de Gaia e os próprios instintos de Alain indicavam que os garous estavam sendo sinceros e colaborativos.

— Bem, acho que é isso — disse o rapaz, ao fim — Alguma informação mais, Triunfo de Gaia? Senão, boa sorte.
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Mensagem por Alexyus Sex Jan 11, 2019 1:43 pm

Alaín anotou todos os dados que lhe passavam.

"A operação foi bem planejada, e nota-se o desespero para fugir logo. Vou ter que agir rápido."

— Bem, acho que é isso — disse o rapaz, ao fim — Alguma informação mais, Triunfo de Gaia? Senão, boa sorte.

- Acho que é o bastante. Agradeço sua colaboração e entrarei em contato em breve. Adeus e obrigado!

Triunfo-de-Gaia saiu dali e foi imediatamente para o hotel em Nice.

Ao chegar à recepção, ele perguntou por Francisco Santos Ferreira.

Seu plano era descobrir o quarto dele e surpreendê-lo via Umbra. Se ele já tivesse deixado o hotel, precisaria correr para o aeroporto e vigiar o portão de embarque.
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Mensagem por Lua Seg Jan 14, 2019 12:03 pm

Alexyus escreveu:- Acho que é o bastante. Agradeço sua colaboração e entrarei em contato em breve. Adeus e obrigado!


Os garous responderam o adeus. Alain já estava descendo as escadas quando ouviu a voz lúgubre de Sombra Noturna:

— Não subestime Laforge, presa de prata. O medo torna as pessoas imprevisíveis.

Antes que ele pudesse responder, escutou a porta fechar às suas costas.


Triunfo-de-Gaia saiu dali e foi imediatamente para o hotel em Nice.


Em menos de meia hora, a ferrari de Alain abordava o hotel.

hotel:

Ainda estava claro, mas o dia começava a findar-se.

Na recepção, uma jovem de aspecto gélido informou-lhe que Monsieur Santos Ferreira ainda não tinha feito o check-in.

Tampouco o havia feito uma hora depois.


Alexyus escreveu:Se ele já tivesse deixado o hotel, precisaria correr para o aeroporto e vigiar o portão de embarque.


Enquanto Alain dirigia rumo ao aeroporto, a tarde foi caindo lentamente até começar aquela bonita mistura de luzes que os fotógrafos chamam de lusco fusco.

aeroporto:

Alain não teve dificuldade em descobrir o terminal do vôo e portão de embarque, mas a última informação ainda estava por confirmar-se, pois o vôo só sairía às 15:55 do dia seguinte.

Passava um pouco das 17:00. Seria uma longa espera, mas os aeroportos estão preparados para isso. Havia lojas, restaurantes, cafés. Passando pela Relay, Alain deparou-se novamente com o belo rosto de Ameline estampado em uma revista. A manchete dava conta de mais uma das milhares de amenidades sem importância que constituem a vida aparente de uma celebridade.
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Mensagem por Alexyus Qua Jan 16, 2019 4:11 pm

Os garous responderam o adeus. Alain já estava descendo as escadas quando ouviu a voz lúgubre de Sombra Noturna:

— Não subestime Laforge, presa de prata. O medo torna as pessoas imprevisíveis.

Antes que ele pudesse responder, escutou a porta fechar às suas costas.

Alaín não era ingênuo, mas o aviso o  deixou ainda mais alerta.

"Laforge provavelmente estará armado, preciso me preparar para desarmá-lo assim que avistá-lo. Ele já mostrou que não é confiável e agora estará com ainda mais medo, praticamente desesperado. Devo ter cuidado dessa vez!"

Na recepção, uma jovem de aspecto gélido informou-lhe que Monsieur Santos Ferreira ainda não tinha feito o check-in.

Tampouco o havia feito uma hora depois.


Alaín cogitou que ele já tivesse ido para o aeroporto. Ele não precisava ficar ali parado esperando, então foi ao aeroporto, nem que fosse só para reconhecer o terreno. Como ele suspeitava, o vôo era apenas para o dia seguinte, e não havia nem sinal de Laforge.

A revista com a capa de Ameline chamou a atenção de Alaín apenas superficialmente.

"Deve ser horrível ser famoso e perseguido por paparazzi assim. Ainda bem que não preciso me preocupar com isso..."

Triunfo-de-Gaia decidiu começar a agir em vez de esperar.

Num local discreto, preferencialmente um banheiro, ele faria o Ritual da Pedra Caçadora. Para seguir a direção, ele usaria um pedaço de linha e uma agulha, que poderiam ser facilmente comprados em qualquer loja. Se fosse necessário, disfarçaria a agulha com o celular, como alguém que estivesse lendo e digitando algo nele.

O phillodox não confiava na penumbra do aeroporto de Nice, mas assim que tivesse uma ideia da localização de seu alvo, ele o perseguiria através da penumbra para poder surpreendê-lo ao percorrer atalhos.

"Porque essa tática deu tão certo com os senhores das Sombras, não? Mas ainda é o melhor plano de rastreio e emboscada."

Se tivesse que abordar Laforge em público, Alaín pretendia passar-se por um agente especial do governo, sacudindo sua carteira sem deixar que ninguém percebesse que não havia nenhum distintivo ali. Se fosse possível achar para comprar um par de algemas para prender o velho, mesmo que fosse alguma de sexshop, o presa de prata também estava disposto a fazer isso.
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Mensagem por Lua Qui Jan 17, 2019 12:44 pm

Alain não encontrou algemas na aeroporto, mas na loja onde comprou um kit de reparos com agulha e linha de costura havia cadeados e lacres de aço de uns 34 cms, que poderiam ser usados para conter um humano como Laforge.

Spoiler:


Alexyus escreveu:Num local discreto, preferencialmente um banheiro, ele faria o Ritual da Pedra Caçadora. Para seguir a direção, ele usaria um pedaço de linha e uma agulha (...) Se fosse necessário, disfarçaria a agulha com o celular, como alguém que estivesse lendo e digitando algo nele.


Em um banheiro pouco movimentado, Alain realizou o Ritual da Pedra Caçadora.

O resultado foi desconcertante: Laforge estava longe, muito longe dali.

Como se fosse uma bússula, a agulha indicava o norte. Mas, por essa mistura de sentido de orientação e percepção mística que resulta do ritual, Alain entendeu que não se tratava do norte do aeroporto e sim do norte da França!

Provavelmente Laforge tinha encarregado uma rota de fuga aos senhores das sombras para despistar os garous, enquanto na verdade usava uma outra, que só ele conhecia.

Diante disso, Alain tinha algumas possiblidades. Uma delas seria pegar a ferrari e viajar por via rodoviária até o norte da França, testando com o Ritual para ver se encontrava Laforge pelo caminho. Esta viagem levaria cerca de 10 horas. Ele também poderia aproveitar que o aeroporto de Nice tinha vôos diretos a Paris e tentar achar uma passagem de última hora em algum deles *. Ou qualquer outra alternativa que sua imaginação e experiência indicassem.

Enquanto pensava no que fazer, Alain viu a noite caindo através das vidraças do aeroporto. O céu era um espetáculo de azuis e violetas, que se mesclavam em uma gama de tons que ele só tinha visto antes nos olhos de Maysa.

Parecia que havia sido há uma eternidade, mas na verdade só faziam cinco dias que ele tinha deixado Tatiana no Canadá e rumado ao Brasil para conversar sobre a compra de terras próximas a Fonte Fria, saber da existência da klaive, de Laforge e assumir esta missão.



off:
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Mensagem por Alexyus Ter Jan 22, 2019 8:05 pm

"Maldito espertalhão!"

A reação de Alaín foi conter a raiva crescente e pensar rapidamente no que fazer a seguir.

"Norte da França? Poderia chegar lá de avião, afinal estou num aeroporto. Mas não sei exatamente onde ele está. Acho que é melhor pegar o carro e ir dirigindo, refazendo o ritual periodicamente para manter a localização atual dele."

Fazia apenas cinco dias desde que Alaín Bourbon D'Órleans tinha deixado o Canadá e que Triunfo-de-Gaia tinha aceitado aquela missão. Parecia ter sido há muito tempo, mas sendo um lobisomem, o phillodox sabia como os lobos caçaram.

"Não importa para onde corra, monsieur Laforge! Eu o seguirei a qualquer parte do mundo e o pegarei com certeza. Não há como se esconder nem fugir de mim. O tempo está do meu lado..."

Alaín pôs em prática seu plano. Embarcou no carro e seguiu viagem rumo ao norte. A cada duas ou três horas, ele pararia para refazer o ritual, rechecando a localização de Laforge.

O presa de prata tinha dinheiro para comida e gasolina, roupas dedicadas, um carro veloz e um celular para resolver negócios à distância. Considerou estar bem equipado para perseguir um alvo fugitivo, mas que agora ele já sabia quem era.
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Mensagem por Lua Qua Jan 23, 2019 4:21 pm

Alexyus escreveu:"Não importa para onde corra, monsieur Laforge! Eu o seguirei a qualquer parte do mundo e o pegarei com certeza. Não há como se esconder nem fugir de mim. O tempo está do meu lado..."

Alaín pôs em prática seu plano. Embarcou no carro e seguiu viagem rumo ao norte. A cada duas ou três horas, ele pararia para refazer o ritual, rechecando a localização de Laforge.

O presa de prata tinha dinheiro para comida e gasolina, roupas dedicadas, um carro veloz e um celular para resolver negócios à distância. Considerou estar bem equipado para perseguir um alvo fugitivo, mas que agora ele já sabia quem era.


Apesar do dia ter sido atribulado, a viagem de carro era muito agradável. As estradas eram razoáveis e não havia sensação mundana tão boa quanto ter uma potente ferrari sob seu comando.

Na primeira pausa que fez para descansar, Alain viu que havia um mensagem de Ariana. Informava que Tania ainda não tinha aparecido. Ariana estava preocupada. Apesar de parente, ela estava inserida na sociedade garou o suficiente para sentir que havia algo errado ocorrendo em Vancouver. Não sabia explicar o que, mas sentia uma movimentação diferente entre os presas de prata, que não diziam nada a ela, evidentemente. Disculpou-se, falando que era só uma impressão, mas Alain sabia que sua irmã era inteligente e deveria estar mesmo captando algo no ar.

Da parte de Anton e Victória não tinha chegado nada. Igual silêncio de Maysa.

Quando pôde fazer o ritual, este apenas confirmou a direção norte, sem apontar nada mais em relação a Laforge.

A viagem seguiu.

Nos próximos testes, a situação se manteve. Norte, norte, norte.

Ao passar pelo Parc Naturel Régional du Morvan, porém, algo se moveu dentro de Alain. Talvez uma melhora espiritual pela proximidade de Gaia, não dava para saber ao certo, mas, na seguinte execução do Ritual da Pedra Caçadora, Alain teve a certeza de que seu destino final era Paris. Não somente a cidade de Paris, mas aquela região que está no imaginário do mundo inteiro: torre Eifell, rio Sena, Champs-Élysées...

A sensação só foi se acentuando com a aproximação da cidade, à qual chegou um pouco antes das 3:00.

Alain já estava próximo à Torre, em um dos arredores mais românticos do mundo, quando soou uma mensagem em seu celular.

Não era de nenhuma de "suas" mulheres, mas de Estêvão.

Alain e Estevão nunca tinham trocado contatos, então o surgimento da mensagem só podia ser alguma gracinha do theurge andarilho do asfalto. O importante, porém, não era como tinha vindo a mensagem e sim seu conteúdo.

Spoiler:

Alain reconheceu os pezinhos perfeitos de Maysa. Pequenos, harmoniosos, macios, eram uma das partes mais bonitas de seu corpo. Lógico que não dava para ter certeza absoluta mas... aqueles eram seus pés.

De algum modo, na posse de Estevão.

***

O último ritual realizado apontou a localização exata de Laforge.

Ele não estava em um hotel, muito menos se divertia em algum estabelecimento aberto a noite inteira.

A agulha apontou foi para a entrada do Musée des égouts: a visitação pública dos esgotos de Paris.

Alain viu a bilheteria, que, evidentemente, estava fechada. Com a torre Eifell a suas costas, caminhou alguns metros e chegou à entrada do museu. Não passava de um buraco no chão, protegido em três lados por grades baixas e com uma escada descendente com corrimão. O museu estava trancado, mas isso não seria problema para Alain.

Então era ali que finalmente acharia seu alvo. No esgoto da Cidade Luz.

Em certo sentido, aquilo era apropriado.
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Mensagem por Alexyus Qui Jan 24, 2019 2:38 pm

Na primeira pausa que fez para descansar, Alain viu que havia um mensagem de Ariana. Informava que Tania ainda não tinha aparecido. Ariana estava preocupada. Apesar de parente, ela estava inserida na sociedade garou o suficiente para sentir que havia algo errado ocorrendo em Vancouver. Não sabia explicar o que, mas sentia uma movimentação diferente entre os presas de prata, que não diziam nada a ela, evidentemente. Disculpou-se, falando que era só uma impressão, mas Alain sabia que sua irmã era inteligente e deveria estar mesmo captando algo no ar.

Alaín sabia que Ariana estava amadurecendo e tinha instintos muito bons. E Tatyana tinha se arriscado demais, o que tornava as suspeitas de Ariana bastante razoáveis.

Alaín enviou uma mensagem para o celular de Tatyana:
SMS escreveu:
Onde você está? Ariana está preocupada com vocÊ. Dê notícias assim que puder e volte para casa o mais rápido possível. Victoria me informou que o perigo está aumentando nas ruas.

Alaín não podia pedir mais favores a Victoria, e Anton também não podia ajudar nesse caso. Sem mais o que fazer até ter alguma resposta, o presa de prata seguiu viagem, perseguindo seu objetivo maior.

Os rituais continuavam indicando  norte, norte, norte. Alaín não esperava que Laforge ficase parado muito mais tempo, a não ser que tivesse chegado a um lugar que considerasse um refúgio seguro.

"Ele deveria saber que não existe um local seguro para se esconder de mim..."

Ao passar pelo Parc Naturel Régional du Morvan, porém, algo se moveu dentro de Alain. Talvez uma melhora espiritual pela proximidade de Gaia, não dava para saber ao certo, mas, na seguinte execução do Ritual da Pedra Caçadora, Alain teve a certeza de que seu destino final era Paris. Não somente a cidade de Paris, mas aquela região que está no imaginário do mundo inteiro: torre Eifell, rio Sena, Champs-Élysées...

A sensação só foi se acentuando com a aproximação da cidade, à qual chegou um pouco antes das 3:00.

"Paris, hein? Bem, agora vamos ver exatamente onde você se escondeu, monsieur..."

Alain já estava próximo à Torre, em um dos arredores mais românticos do mundo, quando soou uma mensagem em seu celular.

Não era de nenhuma de "suas" mulheres, mas de Estêvão.

"Trés inadequado, Estevão! Não tenho tempo para me preocupar com suas provocações agora. E como ele teria conseguido meu contato? Bem, vamos ver o que ele aprontou."

A foto dos pés, embora Alaín reconhecesse que eram de Maysa, não chegaram a surpreendê-lo. Alaín tinha antecipado que Estevão ia tentar seduzir Maysa para atingi-lo, e que ela poderia ceder às investidas dele. A motivação de Estevão era seguramente egoísta, Alaín não acreditava que ele tivesse alguma afeição verdadeira por Maysa.

"Provavelmente está morto de medo que eu resolva fixar residência no Brasil. Um charach não gosta de ter phillodox linha dura por perto. E essa foto pode ser também alguma espécie de armadilha. Mas essa jogada vai se virar contra você, seu andarilho do asfalto mau caráter..."

Alaín fez um print-screen da mensagem de Estevão e enviou-a para Maysa, seguida de uma mensagem:

SMS escreveu:"Tem alguma coisa que eu precise saber?"

"Se ela teve um caso com Estevão, essa é achance de ela assumir e conversar abertamente. Se Estevão estiver armando pelas costas dela, essa mensagem vao desmascará-lo e servirá de aviso pra Maysa sobre as intenções dele. VAmos lançar a sorte e ver o que a manhã trará..."

Triunfo-de-Gaia estava presumindo que sobreviveria até a manhã seguinte, mas não subestimava Laforge. Sabia que mesmo um humano bem armado conseguiria abater um garou. Era hora de mostrar quem era o verdadeiro caçador.

A agulha apontou foi para a entrada do Musée des égouts: a visitação pública dos esgotos de Paris.

Alain viu a bilheteria, que, evidentemente, estava fechada. Com a torre Eifell a suas costas, caminhou alguns metros e chegou à entrada do museu. Não passava de um buraco no chão, protegido em três lados por grades baixas e com uma escada descendente com corrimão. O museu estava trancado, mas isso não seria problema para Alain.

Então era ali que finalmente acharia seu alvo. No esgoto da Cidade Luz.

Triunfo-de-Gaia analisou a situação friamente.

"Um local público, provavelmente com câmeras e alarmes na entrada. E Laforge provavelmente tem uma arma preparada pra mim, talvez de alto calibre. Possíveis testemunhas passando que colocariam o Véu em risco. Bem, pra quem não gosta da Umbra, até que você recorrer muito a ela, Triunfo-de-Gaia..."

Alaín usou seu espelho de bolso e esperou até que ninguém estivesse à vista para percorrer atalhos.

Ao chegar à Penumbra, ele passaria pela porta do Musée des égouts, nem que precisasse derrubá-la na Umbra. Avançando por lá e espionando através da Película, ele planejava localizar Laforge, avaliar os arredores e cair sobre ele de surpresa, impedindo que ele pudesse reagir antes de ser imobilizado.
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Mensagem por Lua Qua Jan 30, 2019 10:46 am

Alexyus escreveu:Alaín enviou uma mensagem para o celular de Tatyana: (...)
Onde você está? Ariana está preocupada com vocÊ. Dê notícias assim que puder e volte para casa o mais rápido possível. Victoria me informou que o perigo está aumentando nas ruas.


Durante todo o resto da viagem a mensagem não indicou ter sido visualizada por Tatiana.


Alexyus escreveu:Alaín fez um print-screen da mensagem de Estevão e enviou-a para Maysa, seguida de uma mensagem:(...)
"Tem alguma coisa que eu precise saber?"


Tampouco a mensagem para Maysa foi vista até o momento da chegada em Paris.

Mas Alain tinha outras preocupações.


Alexyus escreveu:Alaín usou seu espelho de bolso e esperou até que ninguém estivesse à vista para percorrer atalhos.

Ao chegar à Penumbra, ele passaria pela porta do Musée des égouts, nem que precisasse derrubá-la na Umbra. Avançando por lá e espionando através da Película, ele planejava localizar Laforge, avaliar os arredores e cair sobre ele de surpresa, impedindo que ele pudesse reagir antes de ser imobilizado.


As bençãos de Gaia caíram sobre Alain e ele não teve dificuldade em cruzar a espessa película de Paris, que cedeu a seu corpo mais como uma resistente gelatina do que como uma cortina de veludo.

A Penumbra dos esgotos era fascinante. Tinha um pouco de catacumbas e antiquíssimos corredores, com paredes formadas por tijolos de pedra. Ao caminhar, Alain sentia-se atravessado como por um estranho fluxo de plasma. Provavelmente a marca umbral de todos os dejetos, sonhos e aspirações humanas que escorreram por aquelas cloacas ao longo dos séculos.

Caminhando pelos corredores, ele rapidamente chegou a uma sala de teto baixo e abobadado.

Observado da Penumbra, o lugar lembrava um daqueles programas de acumuladores que Tatiana e suas irmãs viam de vez em quando na tv. Por todas as partes havia entulho e objetos que um dia foram de luxo: o pedaço de uma bolsa Louis Vuitton, um solitário pé de sapato Louboutin, tiras de um casaco de peles, ainda com restos de espíritos animais torturados atados a ele. E também partes de móveis, objetos eletrônicos e muitas coisas brilhantes de origem indefinida.

Sobre tudo isso, uma miríade de ratos se divertiam.

No centro da sala, havia uma bela mesa de madeira dourada, adornada com um tampo de malaquita quebrado nos cantos. Em frente à mesa, sentado sobre os restos de uma cadeira de design, estava Laforge. Parecia muito tranquilo, com as mãos relaxadas e vazias sobre a mesa, como a espera de um amigo.
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Mensagem por Alexyus Qua Fev 06, 2019 7:10 am

Alain não estava apreciando sua estadia naquele local.

Os ratos eram um lembrete desagradável de seu encontro com os ratkins durante sua demanda pelo posto de Fostern. Não era impossível que entre tantos ratos houvesse um ou mais metamorfos.

Triunfo de Gaia considerou a possibilidade de esperar e observar por mais tempo, descobrir o que laforge estava tramando para poder evitar aquela óbvia armadilha. O phillodox podia continuar rastreando aquele parente por anos a fio incansavelmente, desde que estivesse vivo.

Mas Alain não estava no auge de sua paciência. Ele optou por ater-se ao plano original: surgir pela película, imobilizar Laforge e então conversar nos termos do presa de prata.

Até agora Triunfo de Gaia tinha sido civilizado e cordial. Mas naquele momento esse Laforge iria conhecer o verdadeiro perigo de provocar um rei garou.

OFF: Alain vai percorrer atalhos para surgir atrás de Laforge e fazer um ataque de imobilização, gastando 1 ponto de força de vontade para sucesso automático. Ele estará atento a outras movimentações e caso se encontre numa emboscada, ele recusará até ficar de costas para uma parede onde possa ver seus atacantes sem soltar Laforge.
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Mensagem por Lua Qua Fev 06, 2019 3:58 pm

Alexyus escreveu:Mas Alain não estava no auge de sua paciência. Ele optou por ater-se ao plano original: surgir pela película, imobilizar Laforge e então conversar nos termos do presa de prata.

Até agora Triunfo de Gaia tinha sido civilizado e cordial. Mas naquele momento esse Laforge iria conhecer o verdadeiro perigo de provocar um rei garou.


Alain emergiu da Penumbra e atacou Laforge, imobilizando-o.

O velho teve um sobressalto mas, como se de algum modo estivesse esperando por aquilo, não reagiu. Sua única manifestação visível foi começar a tremer incontrolavelmente.

Os ratos saíram em disparada, buscando abrigo entre as quinquilharias.

— P-parece que f-finalmente vamos ter nossa conversa —  disse Laforge tentando aparentar tranquilidade. Na verdade estava à beira do pânico. Alain podia sentir o suor frio do velho grudando em seu braço ao sujeitá-lo.

rolagem:

Alain pressentia uma armadilha. Recuou até ficar de costas para uma parede, sem soltar Laforge.

— Ac-calme-se, por favor —  disse o parente. Era uma sugestão patética, vinda de alguém tão apavorado. *

Um ruído de coisas caindo chamou a atenção de ambos. Podiam ser ratos, mas não eram. Ou eram, de uma forma diferente.

Derrubando mais entulho, surgiram quatro ratkins em crinos.

Alain sentiu um cheiro forte e, então, percebeu as calças de Laforge umedecendo de urina junto a ele.

— D-desculpe, monsieur — murmurou este entre soluços — Sou um homem velho, não poderia passar o que me resta de vida fugindo...

Os ratkins se aproximaram, formando uma espécie de círculo, até se deterem a uns cinco metros de Alain. Um deles era albino e corpulento e os outros mais jovens e de porte mediano.

Laforge tinha a cabeça baixa, sua voz era só um fio, que escorria junto ao muco e às lágrimas.

— ... os garous estão em toda parte, podiam me achar até no oriente. Não tive outra alternativa... que proteger-me entre inimigos...

Dizendo isso, encolheu-se, como esperando a morte de qualquer lado.

Nesse momento um novo barulho soou, precedendo a entrada de uma estranha criaturinha. Era uma velha senhora, albina e encurvada, com alvos cabelos cacheados, focinho de rato e brilhantes olhos vermelhos. Deu uns passos mais e parou perto do grandalhão, olhando para Alain com curiosidade murina.

— Bonjour, monsieur Bourbon D´Órleans — disse ela em francês, com uma vozinha fina e agradável — Me chamo Mlle DeFarge. Solte o parente, por favor, que temos negócios a tratar.



* +1 na dificuldade de qualquer teste que envolva confiar em Alain.
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Mensagem por Alexyus Dom Fev 10, 2019 11:49 pm

— P-parece que f-finalmente vamos ter nossa conversa — Ac-calme-se, por favor

Alaín colocou-se contra a parede para ter uma visão clara dos arredores. Falou numa voz ríspida e ameaçadora com Laforge:

- Preparou uma armadilha para mim, monsieur? Acha que pode escapar de mim?

Quando ele viu os ratkins nas formas de batalha, ele confirmou sua suspeita.

"Gaia, como eu odeio ratkins!"

— D-desculpe, monsieur — murmurou este entre soluços — Sou um homem velho, não poderia passar o que me resta de vida fugindo...— ... os garous estão em toda parte, podiam me achar até no oriente. Não tive outra alternativa... que proteger-me entre inimigos...

- Seu tolo! Eu preciso de você vivo! Em vez disso, agora tenho que pensar num jeito de tirar nós dois daqui com vida!

Ao ver a velha senhora se aproximando, Alaín viu que ainda poderia tentar usar diplomacia.

"Não sou mais um cliath, acho que conseguiria abrir caminho por esses ratkins usando violência. Mas se conseguir negociar, melhor ainda"

Triunfo-de-Gaia começou a ativar os dons que Gaia lhe concedera, primeiro Aura de Liderança, depois Persuasão, e por fim Domínio Eminente. Obviamente, o Verdade de Gaia estaria sempre ativado durante toda a conversa. Quando todos estivessem ativados, ele começaria a falar:

— Bonjour, monsieur Bourbon D´Órleans — disse ela em francês, com uma vozinha fina e agradável — Me chamo Mlle DeFarge. Solte o parente, por favor, que temos negócios a tratar.

- Bonne nuit, madame Defarge! Já tentei negociar com sua espécie antes, na América, e por isso insisto em manter esse parente bem aqui, pelo menos até saber a natureza dos negócios que deseja discutir. Presumo que esteja mais bem informada do que eu, então por que não começa a explicar o que deseja?
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Mensagem por Lua Qua Fev 13, 2019 6:37 pm

Alexyus escreveu:Triunfo-de-Gaia começou a ativar os dons que Gaia lhe concedera, primeiro Aura de Liderança, depois Persuasão, e por fim Domínio Eminente. Obviamente, o Verdade de Gaia estaria sempre ativado durante toda a conversa.


rolagens:

Os esforços de Alain para impressionar o grupo tiveram um êxito relativo. Mademoiselle DeFarge parecia afetada por sua aura de liderança, mas o mesmo não se podia dizer dos demais ratkins. Já Domínio Iminente não impressionou ninguém.

A exceção podia ser Laforge, que estava cada vez mais nervoso. Alain sentia o corpo do velho, úmido de suor e urina, colado ao seu e podia escutar os seus dentes batendo com força dentro da boca. Mas não o soltou.


Alexyus escreveu:- Bonne nuit, madame Defarge! Já tentei negociar com sua espécie antes, na América, e por isso insisto em manter esse parente bem aqui, pelo menos até saber a natureza dos negócios que deseja discutir. Presumo que esteja mais bem informada do que eu, então por que não começa a explicar o que deseja?


Suas palavras soaram persuasivas. Laforge aterrorizou-se ainda mais, se é que isso era possível. A sanidade do parente era um fio que poderia partir-se a qualquer momento, pressentia Alain.

Mademoiselle, porém, estava tranquila.

— A história é um pouco longa — disse em tom de desculpa — deixa eu me acomodar. Em seguida, a velha deu uns passinhos até sentar-se a uma escrivaninha quebrada, que emergia da bagunça. Um bando de ratos seguiu-a e rapidamente subiu sobre ela e sobre a mesa tão pronto se acomodou.

Mais cômoda, Mlle DeFarge falou:

— Como deve ter observado, monsieur, eu gosto de juntar coisas belas. Nesta sala estão as de menor importância, mas também tenho coleções bem mais valiosas e interessantes. Uma delas, de objetos garous.

Alain notou um movimento inconsciente nos olhos de Mlle DeFarge, em direção à direita.

— Bem — continuou a ratktin sem dar-se conta— Ocorre que alguns anos atrás eu e monsieur Laforge negociamos uma espada garou...

Laforge moveu a trêmula cabeça em negação, sem conseguir dizer mais nada. Alain intuiu que o mais provável é que o velho tivesse sido enganado ou mesmo roubado. Podia ouvi-lo fungando.

— Uma grã-klaive — continuou DeFarge — Creio que é esse o nome correto, não? Um belíssimo item! Eu e Laforge não nos vimos mais desde então, até que ontem fui surpreendida por sua "visita". Muito alterado, ele me disse que estava sendo perseguido por um suposto descendente do garou a quem a espada teria sido destinada. E que este o mataria quando soubesse a verdade.

Apesar dos rodeios, Alain sentiu que a ratkin estava sendo sincera.

— Eu não desfaço negócios, monsieur — prosseguiu ela — mas não me neguei a proteger Laforge. Ele me disse que os garous pensavam que ele estava fugindo ao outro lado do mundo, mas que se o senhor fosse um rastreador inteligente poderia ter descoberto sua pista verdadeira e o seguido até a aqui. E en fait, aqui está!

A velha sorriu, mostrando uma arcada dentária estreita, de longos incisivos.

— Mas antes, quando Laforge me disse seu nome, Alain Bourbon D´Órleans, fui tomada por uma sensação muito ruim. Pardonne moi. Seu nome evocou imagens de crias massacradas que não me saíam da cabeça. Não sei se está interado, monsieur, mas meu povo tem uma forte memória racial. O que eu estava vendo era um evento de nosso passado. Consultei minha alma em silêncio e então me vieram os nomes de Mãe Branca e Alamande e a cidade de Vancouver.

"Entrei em contato com eles.

Mãe Branca me contou que o senhor havia matado praticamente uma ninhada inteira de ratkins! E que, como represália, nossa gente vinha tocaiando seus parentes desde então. Sem muito êxito, infelizmente, já que seus irmãos estão bem protegidos.

A sorte mudou quando descobriram que sua namorada, Tatiana, passeava por Vancouver despreocupadamente. Os ratkins mobilizaram uma força tarefa para o sequestro mas houve resistência e uma matilha de garous acabou falecendo."


Alain se lembrou da mensagem de Anton, mencionando a morte de uma matilha inteira e o grave estado de seu irmão. Deveria ser ele o parente que vigiava Tatiana...

Enquanto pensava, Defarge continuou:

— Segundo Mãe Branca, para ela o incidente punha fim à dívida dos garous com os ratkins. A morte da ninhada tinha sido compensada pelas vidas perdidas dos jovens garous.

"Mas não para Alamande. Para ele persistia a dívida dos presas de prata e, particularmente, a sua, monsieur, já que o sangue derramado tinha sido fianna, não presa de prata, nem de parente seu. Por isso ele manteve a sua namorada cativa, recusando-se a acatar a determinação de Mãe Branca de que a disputa acabara.

Conversei, então, com Alamande.

Ele e seus seguidores ainda conservavam a jovem mas estavam tendo problemas com a vingança, justamente por não encontrá-lo na cidade, monsieur. Quero dizer... uma vingança exige certa mise-en-scène, entende? Avisá-lo da morte quando o senhor chegasse não teria o mesmo impacto que dizer-lhe que iam matá-la e cumprir em seguida, ou algo do gênero. Por isso ainda a mantinham viva, mas a verdade é que estavam cansados dela. Parece que sua amada é uma difícil mistura de rebeldia e manipulação e creio que, no fundo, estavam com medo de que conseguisse fugir.

A essa altura eu tinha tido uma idéia para salvar a vida da jovem.

Eu sou uma negociante, monsieur. E muitas vezes as relações comerciais conseguem manter-se mesmo em meio a uma guerra".


A velha ratkin deu um sorrisinho orgulhoso, em que brilharam seus dentes compridos.

— Contei a Alamande meu problema com o senhor e a klaive e lhe propus um negócio. A princípio ele não aceitou, mas acabou gostando da idéia de que seu ansiado fetiche, monsieur, acabasse custando sangue dos presa de prata. Ou que, ao contrário, o preço pela vida de sua namorada fosse o fetiche.

"Explico.

O trato proposto é o seguinte:

Nós, ratkins, temos em nosso poder sua namorada e a klaive. Você pode receber um dos dois, mas não ambos. Se, diante de uma testemunha parente — apontou para Laforge — você abrir mão da klaive, Alamande imediatamente soltará Tatiana em frente a seu edifício em Vancouver. Se, ao contrário, você perferir a grã-klaive, que alega ser de sua família, eu a entregarei a você e Alamande me enviará a cabeça de Tatiana como compensação."


A velhota suspirou compungida.

— Confesso que não é algo que me agradaria ter em minha coleção. Tem seu mercado, é claro, mas isso me obrigaria a negociar com algum ser nefasto, como um dançarino da espiral negra ou um vampiro. Não é minha opção favorita, de modo algum, ainda que, no fim das contas, poderia render-em alguma coisa bem bonita e valiosa, que consolasse meu coração dessa morte".

Mlle DeFarge outro daqueles sorrisos incisivos. Dessa vez com alguma crueldade.

— Ah, antes que me esqueça, monsieur. Aqui está a garantia.

A um gesto de mademoiselle DeFarge, um dos ratkins atirou para Alain um velho celular em que aparecia uma foto de Tatiana.

Spoiler:

Uma segunda foto trazia a jovem segurando um jornal daquele dia.

Enquanto Alain observava as imagens, DeFarge acrescentou calmamente:

— Não tente nada violento ou meus irmãos na forma roedora levarão a mensagem a Alamande.

Voltando a sorrir, encerrou:

— E então? O que escolhe, mon cher? A namorada ou a klaive?
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Triunfo de Gaia - Monsieur Laforge - Página 3 Empty Re: Triunfo de Gaia - Monsieur Laforge

Mensagem por Alexyus Qui Fev 14, 2019 11:02 pm

Enquanto a velha falava, vários fatos iam se conectando na mente de Alain, confirmando suspeitas antigas e temores novos.

O phillodox não deu mais do que uma olhada rápida, ostentando uma frieza que lá no fundo não sentia. Sua mente trabalhava diversos cenários, pesando as chances e as consequências.

Afinal, Triunfo de Gaia deu um sorriso lupino e começou a falar em voz perfeitamente impostada:

- Madame é uma negociante, todavia me propõe um negócio em que perco de qualquer jeito e aparentemente a senhora ganharia muito pouco. Entretanto, eu sou um negociador e busco sempre o melhor acordo. Então, se me permite, narrarei alguns fatos, descreverei algumas hipóteses e farei uma contra proposta.

- Eu fui à ninhada de Mãe Branca em missão diplomática, propondo termos de cooperação pacífica. A anciã me recebeu bem, mas Alamande me antagonizou desde o início. Quando eu voltei ao refúgio deles, fui atacado violentamente e exerci minha legítima defesa. Sim, eu matei quase uma ninhada inteira que tentava me matar, e só lamento a imbecilidade de Alamande de forçar as coisas para um desfecho tão lamentável, frustrando o que poderia ser um tratado de paz perfeito. Mãe Branca me despediu em trégua, mas Alamande jurou vingança.

- Após isso, eu não persegui nenhum ratkins, embora tivesse motivos para desconfiar de toda a sua raça. Em vez disso, protegi os meus e fiz pesquisas sobre vocês. Sei do papel de Gaia para vocês, servindo como controle populacional. Sei como vocês acumulam coisas, inclusive fetiches, tratando os espíritos sem a deferência que os garous praticam, inutilizando muitas dessas ferramentas e ofendendo os espíritos. Sei que seu povo teve pesadas baixas durante a Guerra da Fúria e nutre uma raiva vingativa contra o meu povo. Sei também que vocês têm uma aliança discreta com os Roedores de Ossos, a tribo ômega da Nação Garou.

- Eu reconheci a sabedoria de Mãe Branca em não prolongar as hostilidades contra mim. Eu sou um aliado valioso e um inimigo poderoso. Uma ninhada de ratkins quase não pôde me conter antes, e agora eu sou ainda mais poderoso do que então; cálculo que as chances de eu conseguir eliminar todos vocês são bem elevadas. Adicionalmente, eu sou um membro importante da tribo dos reis garous, e poderia mover tanto a minha tribo quanto os fiannas numa cruzada contra uma raça metamórfica "tão próxima da corrupção da Wyrm". Isso poderia ser o fim de toda a sua raça, algo que já ocorreu no passado com raças mais ferozes. Os ratkins deveriam estar satisfeitos que eu tenha interesses maiores e diversos do que essa refrega que eu não comecei.

- Embora Alamande tenha exemplificado a falta de honra que um ratkin pode ter, Mãe Branca e a senhora, madame, me fazem ter esperança de que os membros mais valorosos de nossas raças sejam capazes de coexistir em benefício mútuo. Entendo que tenha uma má impressão de mim, mas direi-lhe uma coisa: eu poderia mentir para salvar minha parente e depois roubar o fetiche de sua coleção, poderia chacinar todos vocês antes que percebessem, poderia encontrá-los em qualquer parte do mundo e caçá-los até o final de suas vidas. Mas não é isso que quero.

- E me pergunto agora o que você, madame, quer. Alamande é um deviante da autoridade de Mãe Branca. Aliar-se a ele é uma jogada ruim, você expõe a si mesma e toda a sua raça a uma situação explosiva. O que vai ganhar com isso? Um fetiche que não consegue usar? A cabeça de uma menina que nunca viu na vida? Creio que madame é mais esperta que isso.

- Se quiser negociar comigo, Madame Defarge, vamos negociar. Eu não aceito chantagens. Não pode brincar com a vida de uma pessoa como Alamande está fazendo. Acho que nosso amigo Laforge aqui realmente perdeu o fetiche para você, e estou disposto a comprar da senhora por um preço justo. Sou um homem rico e um garou influente. Além da promessa honrosa de que não atacarei vocês por vingança (como Alamande fez), e de uma oferta de aliança produtiva aqui e no Canadá, posso também interessá-la em qualquer coisa ao meu alcance.

- Então, madame la ratkina, o que acha de considerar a proposta da minha parte?


Off: Gasto 1 ponto de força de vontade para usar o Direito Inato dos Presas de Prata retestar essa rolagem, mantendo o melhor resultado.
Alexyus
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