Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
UMA MATILHA DIFÍCIL
Depois de um longo tempo, Klauss estava de volta ao caern Fonte Fria.
Ia pelo caminho que leva da via principal até a entrada da propriedade onde está o caern. Já estava sendo esperado. Ao entrar no caminho dera um uivo de altura moderada e, además, tinha conversado previamente com os anciões.
Ao chegar ao portão, Klauss foi recebido por um garoto que ele não conhecia.
- Spoiler:
O menino indicou com um gesto que havia algo errado com seus ouvidos, depois fez sinal para que Klauss o acompanhasse. Como de costume, passaram pelas casas dos anciões e chegaram até a rotatória que separa o começo da divisa do caern, de um lado, da casa de Felipe e do haras, de outro, e seguiram pela vereda onde, se a memória de Klauss não falhava, eles encontraram os restos de um cavalo perdido chamado Tango, muitos anos atrás. Ato reflexo, olhou para os pastos do haras, dando se conta de que, sim, ali estavam os belos cavalos cor cinza prata, mas agora também havia decrépitos pangarés de todas as cores.
O menino silencioso o levava até a casa de Kamau, percebeu. O Vigia o esperava na porta.
- Spoiler:
— Como está, Klauss? — saudou seu velho companheiro de guarda e de divergências com Anton.
Entraram, a casa era bonita, decorada em vários tons de azul. Trocaram algumas formalidades de praxe e sentimentos sobre a morte de Laura, que era mãe de Kamau. Klauss já sabia de muitas das novidades da seita porque tinha se encontrado por acaso com Julián entre uma missão e outra.
- atualização sobre Fonte Fria/conversa com Julián:
- A primeira não é boa, te prepara. Laura já não está conosco... Ela fez o Ritual do Lobo do inverno no ano passado. Teve a ver com o que Gaia nos mandou para a Grande Caçada de 2018. Não é um segredo nem nada, um dia eu te conto, se você quiser, mas a verdade é que eu não tenho vontade de falar nisso agora. De qualquer modo, Laura sempre disse que deixava isso de ser uma anciã enrugada e sábia para as fúrias negras, que ela preferia morrer ainda vigorosa e bonita, deixando um amante a chorar por ela. E asssim foi. Devemos nos alegrar, então.
Um mês antes o pai de Anton também havia falecido, sem ter "perdoado" o Aleksey, você sabe, aquele irmão dele... Ton assumiu a cabeça da família na Rússia, para azar dos parentes, hahaha, que agora têm um garou ancião nos seus pés. Mas foi uma coisa boa para nós. Pôs o foco do Anton nos presas de prata de lá. Britany – você se lembra dela? A parente que matou Cristiano – já tinha se casado com Fiodor – acho que você lutou ao lado dele em Vaki e as irmãs de Anton acabaram se casando com mais dois garous daquela matilha de anciões, Dalebor e Karol. Você sabe, esses rolos de amor, interesse, política e pedigree que os presas de prata costumam fazer. Graças à Fonte Fria, todos já têm descendentes nascidos ou em caminho, o que reforça nossos laços. Anton agora é avô! Quando você se encontrar com ele, pode ter certeza que vai lhe mostrar uma foto da pirralhinha e babar um oceano.
De certo modo as coisas que aconteceram no final da sua missão e da Alain me favoreceram. Oleg foi muito fdp com Anton, desfazendo a matilha assim na frente de todos, mas ele tinha uma certa razão. A vida de Anton está no Brasil. Por mais que isso fira sua arrogância de presa de prata, o grande parceiro dele é este velho índio atraidor de fantasmas aqui. Mais um charach e um parente das fúrias negras. Alguém falou isso uma vez e é verdade: eu, Anton, Estêvão e Felipe funcionamos como uma "matilha" no comando de Fonte Fria. Mais ainda, agora que Laura se foi.
Julián tomou um bom gole antes de prosseguir.
Não sei se Aretha deixou passar a fofoca sem te contar, mas outra novidade é que Anton e Estêvão agora são cunhados. Não, nenhuma irmã: Aleksey. Estêvão é doido, Klauss! Ele passou muito tempo na umbra. Àquelas coisas que a gente normalmente responde com um "Gaia me livre!" ele diz "Por que não?" — Julián riu — Vou te poupar do culebrón*, mas fazia tempo que ele e Aleksey tinham algo e agora oficializaram. Nunca vi Anton tão bravo como em relação a essa história, mas, no fim ele aceitou. Não muda nada, afinal. Algumas culturas e religiões humanas condenam, mas na nossa lei não existe nada contra dois caras ou duas moças juntas, desde que não sejam garous. E, de algum modo, fez bem aos dois.
Aleksey agora é nosso parente forjador, já que Brian não quis o posto. Tem lógica. Aleksey possui gnose e Brian, não. O caminho dele é outro. Os fetiches e amuletos que Aleksey tem feito potencializaram bastante os poderes do caern.
Talvez nos anos 90 os garous estivessem desanimados de ter filhotes, mas agora que já levamos trinta anos adiando o Apocalipse os caerns de fertilidade voltaram a ter prestígio.
Depois da traição de Alain e dos problemas com Serpente do Brejo eu investi bastante em diplomacia. A outra saída era nos fecharmos, mas não vi porque fazer isso. Não temos nada a esconder. Optei por criar e reforçar alianças. Nós nunca seremos uma seita guerreira, não é nossa vocação, mas temos o poder moral de uma mãe com uma criança no colo, entende? Investi no soft power. Você não imagina a quantidade de garous que podemos mobilizar, Klauss. Seitas amigas, garous que conheceram seus seres amados em nossos festivais, fúrias negras que têm filhotes com Giorgio e Domênico, feras que me respeitam porque eu as respeito também. Os primeiros garous que foram gerados graças ao caern estão começando a sofrer a Primeira Mudança. Já temos uma matilha assim. E os pais deles se juntaram a nós.
A traição de Alain, com disse, me beneficiou, mostrando que as suspeitas não devem recair só sobre as feras. Anton ainda tem contato com Victória Corte Real, ela disse que ia manter Alain como uma espécie de tenente para vigiá-lo e está cumprindo, não tivemos mais problemas com ele. Mas eu ainda desconfio que mais presas de prata canadenses estiveram envolvidos. Não seria a primeira vez que a tribo tenta roubar um caern latinoamericano. Os pumoncas já haviam notado as pesquisas de Alain sobre investimentos em Pedra Lisa e essa ameaça em comum reforçou nossos laços. Afinal, eles podem não gostar de uma seita de garous no que consideram suas terras, mas gostam menos ainda de ter presas de prata estrangeiros rondando. Foi meu argumento final para afastar os presas de prata russos do caern (com exceção do acesso que todo garou confiável querendo se reproduzir pode ter) e para reforçar os vínculos com os pumoncas. Criamos uma boa aliança e agora os gatos ronronam mansinhos sob os meus cafunés...
Serpente do Brejo também anda quieta. Ralf, Raul, Jamile e até mesmo Aretha nos mandam informações. Teus amigos roedores de ossos também. Estêvão mantém à risca a ajuda aos pequenos impuros. O incoveniente é que agora a matilha foi para a USP Leste. Estava meio insustentável manter os bebês em Serpente do Brejo.
Bom, o que mais? Maiara e Aurora ascenderam a adren; Kamau a ancião, mas continua sendo o Vigia; a matilha de Nádia está se comportando melhor agora que é fostern; a nova matilha de cliaths é quase tão pendeja quanto eles foram; minha mulher me quis de volta outra vez; Filbergues trocou Nádia por uma humana da Amazônia, mas Anton já juntou ela com um primo dele e Dmitri com uma parentezinha da tribo... Ah, e o pequeno Liam sofreu a Primeira Mudança! Já tem seis anos, você pode acreditar?
* história rocambolesca, tipo novela mexicana
Findas as amenidades, Kamau entrou no assunto.
— Dois rituais de uma vez, heim, Klauss!— riu — Bem, eu te entendo, quando a gente tem um tempo longe da guerra precisa aproveitar. Bem, nós concordamos com seu pedido e há algo importante que você pode fazer em retribuição. Acho que Julián te falou que temos nova matilha. É uma molecada difícil. Gostaríamos que você a treinasse. Soube que devolveu uma matilha de São Paulo para o caminho de Gaia, não é mesmo? E os galliards andam falando sobre uma profecia com você guiando uma matilha muito especial. Então o trabalho aqui vai cair como uma luva, vai te servir como treino, no mínimo
Bom, a história dos nossos meninos é a seguinte.
- história da matilha:
- Os três são filhos de garous ou parentes sob nossa influência, mas não da seita. Quando naceram, foram identificados pelos theurges como futuros parentes, não garous, e seguimos o protocolo para esses casos, acompanhando de longe. Acontece que, por algum designío de Gaia, eles foram sofrendo a Mudança um após outro, em menos de um mês. Lamentavelmente um deles, o ahroun... assassinou os pais no frenesi da Mudança... Foram mandados para cá, o que foi muito bem-vindo. Então os treinamos e enviamos para o Ritual de Passagem. Tudo o que precisavam fazer era tomar uma ponte de lua até o sul e verificar se uma termoelética suspeita fedia a Wyrm, passando a informação a um parente que a estava vigiando. Só que eles não acharam o parente e, em vez de regressar à seita e avisar, seguiram investigando. Resumindo muito, eles acharam uma colméia que estava instalada em um limiar. Theurges podem te explicar melhor, mas os espirais negras tentaram um ritual para se safar dos efeitos da Wyld, mas não deu certo e o limiar se revoltou, matando todo mundo que estava dentro. A matilha recuou a tempo, mas ainda assim sofreu os efeitos da chamada Maldição de Gaia. As forças caóticas da Wyld transformaram o theurge Ícaro em um ser intersexo, ou seja, ele é menino e menina; o galliard Benjamim passou a ter glabro como sua forma natural e finalmente, o ahroun, Vicente, agora se exalta sob a meia lua. Acreditamos que pode ter se transformado, pelo menos em parte, em um philodox. Além disso, o toque da Wyld os tornou psicologicamente instáveis, dispersos, indisciplinados. Até hoje não escolheram totem. O fato de terem sido desobedientes, se safado e ainda por cima descoberto algo raro como um Limiar também não ajuda muito na hora de convencê-los a se comportar. Tudo tem que ser por ameaça e força, entende? A gente está sem paciência. Ah, pra completar, dois deles são senhores das sombras.
— Tudo bem até aqui? Alguma dúvida?— perguntou Kamau — Então vou descrever a matilha.
- Matilha:
- Vicente, hominídeo, senhor das sombras, ahroun (philodox?). Pais mortos na Primeira Mudança.
Benjamim, hominídeo, peregrino silencioso, galliard. Forma "racial" glabro.
Ícaro, hominídeo, senhor das sombras, theurge. Intersexo.
Totem: não têm, ainda não são matilha de fato.
Tocados pela Wyld
— No mais, se você aceitar, vai conhecendo os cliaths aos poucos. Não são fáceis, como disse. E admito que a seita não está dando a devida atenção para eles. Estamos em um momento delicado, com outras prioridades. Às vezes os mandamos como bucha de canhão em alguma missão para outra seita e eles se saem bem, apesar de sempre ter alguma reclamação. Por outro lado, a matilha da Nádia agora é fostern e está insistindo para que a guarda do caern fique com os cliaths, para que eles possam sair em missões mais desafiadoras. Eu entendo, mas nós não confiamos na nova matilha o suficiente para algo como a proteção do caern... Bem, aí é que você entra.
- Objetivo:
- Para contornar os efeitos da Wyld é importante que esses cliaths desenvolvam autocontrole. Queremos que você os treine para algumas provas que vamos criar. A finalidade é aumentar a força de vontade deles. Você pode usar sua psicologia e convencimento, mas não dons, para influenciá-los. E, se possível, terminar orientando-os para que escolham um totem e formem uma matilha de verdade.
- Off: Sistema:
- Objetivo: que cada menino ganhe 1 ponto permanente de força de vontade.
Os testes são como se fosse ganhar experiência ( "xp") para comprar 1 ponto de FV. Como os garotos têm 3 pontos de FV (nivel atual), precisam vencer 3 testes. Aprovados nos três, ganham o ponto permanente.
O jogador vai ser informado sobre como é cada teste.
Cada garoto faz seu teste individualmente.
Os testes são por rolagem, dificuldade 6.
O jogador TEM que interpretar o treinamento. Se fizer uma boa interpretação a dificuldade do teste dos garotos diminue em 1. Se algum deles fugir, dispersar, brigar etc e não fizer o treinamento, o teste dele será com dificuldade +1. Portanto, o jogador tem que cuidar para que os problemas dos garotos não interfiram nos treinos.
Testes:
* sucessos extras: ganha 1 ponto e recupera 1 ponto de força de vontade temporária
* sucessos: ganha um 1 ponto
* falha: não ganha nem perde
* falha crítica: perde 1 ponto
* frenesi (em qualquer momento): perde todos os pontos acumulados
Como os meninos têm 2 pontos no antecedente "tocado", eles podem declarar que vão somar esses pontos ao resultado da rolagem, visando sucessos extras. Porém, se tiverem uma falha, somam um 1 ao resultado, o que faz com a falha seja crítica. Essa falha pode ser revertida como uso de 1 FV temporário. Como treinador, o jogador pode sugerir em que situações eles declaram que vão usar os pontos do antecedente.
Em caso de falha crítica, o jogador também pode fazer uma rolagem de Carisma + empatia, Manipulação + lábia etc. para devolver a autoconfiança do garoto e impedir que ele perca o ponto. A dificuldade desse teste é aleatória, decidida pela rolagem de 1 dado, para refletir a instabilidade emocional dos meninos.
Serão feitos testes de frenesi nos casos previstos em LoA 3ª ed. A dificuldade é a da lua (real) do dia da rolagem. Os meninos podem evitar o frenesi usando 1 FV temporário.
As regras para recuperação de FV temporário são as previstas em LoA 3ª ed.
Qualquer teste para a interpretação do treino (ex.: para convencer um dos meninos a prestar atenção) será feito por rolagem, começando o jogo com dif. 9 e diminuindo a cada rolagem, para refletir a confiança adquirida. Isso é para cada menino individualmente. Falha crítica fará retroceder a diminuição da dificuldade ao nível anterior. (ex: rolagem de manipulação com dif 8 sofreu falha crítica, a próxima rolagem para esse menino será com dif. 9).
Quando os três meninos tiverem ganhos os 3 pontos necessários para aumentar 1 ponto de força de vontade permanente, o treinamento será considerado exitoso e Klauss pode começar a aprender os rituais, segundo as regras para isso.
— Assim que você conseguir terminar o treinamento deles com êxito, pode começar a aprender os rituais que você pediu. E então, fechado?
***
Quando Klauss terminou de falar com Kamau, foi liberado para ir ao caern. Ele já conhecia o caminho e foi tranquilamente até a sede, guardar suas coisas. Como sempre, ficaria em um dos beliches do dormitório masculino.
Ao aproximar-se casa, viu alguém no gramado.
- Spoiler:
— Aqui estou eu — disse Virna sorrindo — Oceanógrafa, formada e desempregada!
Lua- Mensagens : 959
Data de inscrição : 06/07/2016
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
Depois de um longo tempo, Klauss estava de volta ao caern Fonte Fria.
Ia pelo caminho que leva da via principal até a entrada da propriedade onde está o caern. Já estava sendo esperado. Ao entrar no caminho dera um uivo de altura moderada e, además, tinha conversado previamente com os anciões.
*Sentia como se tivesse ficando muito fora de casa e agora enfim retornava.*
Ao chegar ao portão, Klauss foi recebido por um garoto que ele não conhecia.
O menino indicou com um gesto que havia algo errado com seus ouvidos, depois fez sinal para que Klauss o acompanhasse
*Com seu dedo escreve no chão: LIAN? Queria confirmar se aquele era o filho de Estevão.*
Como de costume, passaram pelas casas dos anciões e chegaram até a rotatória que separa o começo da divisa do caern, de um lado, da casa de Felipe e do haras, de outro, e seguiram pela vereda onde, se a memória de Klauss não falhava, eles encontraram os restos de um cavalo perdido chamado Tango, muitos anos atrás. Ato reflexo, olhou para os pastos do haras, dando se conta de que, sim, ali estavam os belos cavalos cor cinza prata, mas agora também havia decrépitos pangarés de todas as cores.
O menino silencioso o levava até a casa de Kamau, percebeu. O Vigia o esperava na porta.
— Como está, Klauss? — saudou seu velho companheiro de guarda e de divergências com Anton.
Entraram, a casa era bonita, decorada em vários tons de azul. Trocaram algumas formalidades de praxe e sentimentos sobre a morte de Laura, que era mãe de Kamau. Klauss já sabia de muitas das novidades da seita porque tinha se encontrado por acaso com Julián entre uma missão e outra.
-- Sinto muito pela sua perda, tive a honra de ter lutado lado a lado com Laura, mas e você Kamau como está?
— Dois rituais de uma vez, heim, Klauss!— riu — Bem, eu te entendo, quando a gente tem um tempo longe da guerra precisa aproveitar. Bem, nós concordamos com seu pedido e há algo importante que você pode fazer em retribuição. Acho que Julián te falou que temos nova matilha. É uma molecada difícil. Gostaríamos que você a treinasse. Soube que devolveu uma matilha de São Paulo para o caminho de Gaia, não é mesmo? E os galliards andam falando sobre uma profecia com você guiando uma matilha muito especial. Então o trabalho aqui vai cair como uma luva, vai te servir como treino, no mínimo
-- Em São Paulo a Matilha estava pronta só faltava direcionamento, pelo seu comentário parece ser um pouco mais complicada...
*Ouve atentamente a fala de Kamau.*
— No mais, se você aceitar, vai conhecendo os cliaths aos poucos. Não são fáceis, como disse. E admito que a seita não está dando a devida atenção para eles. Estamos em um momento delicado, com outras prioridades. Às vezes os mandamos como bucha de canhão em alguma missão para outra seita e eles se saem bem, apesar de sempre ter alguma reclamação. Por outro lado, a matilha da Nádia agora é fostern e está insistindo para que a guarda do caern fique com os cliaths, para que eles possam sair em missões mais desafiadoras. Eu entendo, mas nós não confiamos na nova matilha o suficiente para algo como a proteção do caern... Bem, aí é que você entra.
-- Sabe que nem precisaria me propor uma troca, só peço que não coloquem que vou treina-los, falem que vou ficar de apoio para a matilha deles ou algo do genero.
— Assim que você conseguir terminar o treinamento deles com êxito, pode começar a aprender os rituais que você pediu. E então, fechado?
-- Com toda a certeza!
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Quando Klauss terminou de falar com Kamau, foi liberado para ir ao caern. Ele já conhecia o caminho e foi tranquilamente até a sede, guardar suas coisas. Como sempre, ficaria em um dos beliches do dormitório masculino.
Ao aproximar-se casa, viu alguém no gramado.
— Aqui estou eu — disse Virna sorrindo — Oceanógrafa, formada e desempregada!
*Klauss sorri ao longe deixa a mochila cair e corre até chegar proximo e se joga ao lado dela, passando a mão pelos cabelos e faz carinho pelo rosto enquanto sorri, e lhe da um beijo demorado.*
-- Gostei da franja.
*Em seguida fica mais serio.*
-- Nada mesmo??? As coisas com sua família como estão? E o que eu posso fazer para te ajudar?
Klauss K.- Mensagens : 1002
Data de inscrição : 11/07/2016
Idade : 44
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
*Com seu dedo escreve no chão: LIAN? Queria confirmar se aquele era o filho de Estevão.*
O menino concordou com a cabeça.
-- Sinto muito pela sua perda, tive a honra de ter lutado lado a lado com Laura, mas e você Kamau como está?
— Sim! — disse Kamal — Ela estava muito contente por ter participado daquela missão. Ela quase não saia do caern... Sabe, vem tomar um café aqui em casa amanhã, às quatro, aí conversamos mais.
-- Sabe que nem precisaria me propor uma troca, só peço que não coloquem que vou treina-los, falem que vou ficar de apoio para a matilha deles ou algo do genero
— Eles não sabem de nada. Você os aborda do jeito que quiser.
***
*Klauss sorri ao longe deixa a mochila cair e corre até chegar proximo e se joga ao lado dela, passando a mão pelos cabelos e faz carinho pelo rosto enquanto sorri, e lhe da um beijo demorado.*
Klauss e Virna se beijaram apaixonadamente. Ele sentiu, tanto em si mesmo, quanto nela, todas as forças que emanavam do caern de fertilidade e também da saudade.
-- Gostei da franja.
— Ah, é que está sem corte. — disse ela, meio encabulada.
-- Nada mesmo??? As coisas com sua família como estão? E o que eu posso fazer para te ajudar?
O sorriso de Virna se fechou e Klauss percebeu que tinha tocado em um ponto sensível.
— Você capta tudo, não é mesmo? Então... Eu não te contei porque você estava em missão... mas... meu pai faleceu no final do ano passado. Descobriu um câncer colorretal e... não... não teve tempo... teve uma parada cardíaca fazendo um exame... não deu tempo de nada...
Klauss percebeu a luta interna de Virna, tentando mostrar o seu lado mais forte.
— Agora somos só eu, meus irmãos e a Mutti. Temos que tocar adiante.
Klauss se lembrou que a mãe de Virna tinha falecido quando ela tinha dois anos de idade e que por isso ela foi criada pela avó paterna, que todos chamavam de Mutti. Também que ela se dava muito mal com a madrasta.
— Ele que me ensinou tudo... — disse ela em um fio de voz, não contendo algumas lágrimas, que escorreram por seu rosto contraído, de mandíbula cerrada, na luta por autocontrole.
Lua- Mensagens : 959
Data de inscrição : 06/07/2016
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
— Sim! — disse Kamal — Ela estava muito contente por ter participado daquela missão. Ela quase não saia do caern... Sabe, vem tomar um café aqui em casa amanhã, às quatro, aí conversamos mais.
-- Venho sim! Até amanhã!
— Eles não sabem de nada. Você os aborda do jeito que quiser.
--Amanhã entramos em detalhes.
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— Ah, é que está sem corte. — disse ela, meio encabulada.
-- Você é linda de qualquer jeito...
— Você capta tudo, não é mesmo? Então... Eu não te contei porque você estava em missão... mas... meu pai faleceu no final do ano passado. Descobriu um câncer colorretal e... não... não teve tempo... teve uma parada cardíaca fazendo um exame... não deu tempo de nada...
--... eu... sinto muito...
— Agora somos só eu, meus irmãos e a Mutti. Temos que tocar adiante.
— Ele que me ensinou tudo...
* Klauss a abraça forte.*
-- Você é mais forte do que imagina... mas agora você não precisa ser forte...
*Klauss cerra os dentes e segurando sua emoção, passa a mão nos olhos retirando as lagrimas que saiam sem seu controle.*
-- Acho que está na hora de deixar de ser só você, seus irmãos e a Mutti... está na hora de sermos Nós seus irmãos e a Mutti... não precisa responder agora, só pense a respeito.
Klauss K.- Mensagens : 1002
Data de inscrição : 11/07/2016
Idade : 44
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
* Klauss a abraça forte.*
-- Você é mais forte do que imagina... mas agora você não precisa ser forte...
*Klauss cerra os dentes e segurando sua emoção, passa a mão nos olhos retirando as lagrimas que saiam sem seu controle.*
-- Acho que está na hora de deixar de ser só você, seus irmãos e a Mutti... está na hora de sermos Nós seus irmãos e a Mutti... não precisa responder agora, só pense a respeito.
Virna ergueu os olhos molhados, mais linda que nunca, com expressão um pouco surpresa. Depois se jogou nos braços de Klauss e gritou:
— SIM!
Deu um beijo que quase o afogou.
— Bem... preciso arranjar um emprego. Ai... meu pai não vai ver ... — disse ela, secando as lágrimas, que agora eram por um misto de tristeza e felicidade.
***
Klauss despediu-se de Virna, que estava hospedada na Vila dos Parentes, e foi guardar suas coisas na sede do caern.
A sede estava vazia, mas ele sabia onde tudo ficava. Foi até o dormitório masculino, onde encontrou os beliches bagunçados.
- Spoiler:
Os dois beliches que ficavam na direção da entrada tinham três das camas mal feitas, do jeito que alguém puxou as cobertas displicentemente, só para dizer que arrumou e com objetos diversos sobre elas. O único lugar vago, a cama de baixo do beliche que ficava mais próximo da porta de vidro que dava ao pátio traseiro da sede, também tinha um monte de roupas, livros e cadernos sobre ela. Aquilo era diferente de como ele se lembrava desse quarto, em geral organizado. Finalmente, no beliche pegado à parede que dava para o banheiro, Klauss encontrou a cama de baixo bem feita. Era onde costumava dormir Dmitri. A cama de cima estava vaga, mas igualmente ocupada por uma jaqueta, um carregador de celular, um tablet e um frasco de perfume masculino. As portas do guarda-roupa compartilhado estavam entreabertas.
De fora vinha o som de um k-pop em volume alto e uivos. Klauss foi até a porta de vidro e viu três lobisomens dançando uma coreografia e uivando junto com a música. Um crinos ruivo, que ele reconheceu facilmente como Liam, um glabro y um hominídeo de cabelos compridos e feições delicadas. Liam executava os movimentos com perfeição, mesmo sendo surdo. Um quarto menino gravava tudo em seu celular.
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referência: https://youtu.be/gAal8xHfV0c?t=54
Lua- Mensagens : 959
Data de inscrição : 06/07/2016
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
Virna ergueu os olhos molhados, mais linda que nunca, com expressão um pouco surpresa. Depois se jogou nos braços de Klauss e gritou:
— SIM!
Deu um beijo que quase o afogou.
— Bem... preciso arranjar um emprego. Ai... meu pai não vai ver ... — disse ela, secando as lágrimas, que agora eram por um misto de tristeza e felicidade.
*Após o longo beijo com Virna.*
--Ele verá sim, pode não estar fisicamente mas vai, e não é só você que precisa de um trabalho.
Klauss despediu-se de Virna, que estava hospedada na Vila dos Parentes, e foi guardar suas coisas na sede do caern.
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Os dois beliches que ficavam na direção da entrada tinham três das camas mal feitas, do jeito que alguém puxou as cobertas displicentemente, só para dizer que arrumou e com objetos diversos sobre elas. O único lugar vago, a cama de baixo do beliche que ficava mais próximo da porta de vidro que dava ao pátio traseiro da sede, também tinha um monte de roupas, livros e cadernos sobre ela. Aquilo era diferente de como ele se lembrava desse quarto, em geral organizado. Finalmente, no beliche pegado à parede que dava para o banheiro, Klauss encontrou a cama de baixo bem feita. Era onde costumava dormir Dmitri. A cama de cima estava vaga, mas igualmente ocupada por uma jaqueta, um carregador de celular, um tablet e um frasco de perfume masculino. As portas do guarda-roupa compartilhado estavam entreabertas.
De fora vinha o som de um k-pop em volume alto e uivos. Klauss foi até a porta de vidro e viu três lobisomens dançando uma coreografia e uivando junto com a música. Um crinos ruivo, que ele reconheceu facilmente como Liam, um glabro y um hominídeo de cabelos compridos e feições delicadas. Liam executava os movimentos com perfeição, mesmo sendo surdo. Um quarto menino gravava tudo em seu celular.
*Klauss encosta-se na porta enquanto observa os garotos dançando, e espera eles acabarem e fala sem mesmo se apresentar.*
--Não quero atrapalha a diversão de vocês, mas qual das camas está vaga? Não quero pegar uma ocupada.
*Klauss anota mentalmente qual dos garotos estava gravando o video.*
Klauss K.- Mensagens : 1002
Data de inscrição : 11/07/2016
Idade : 44
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
*Klauss encosta-se na porta enquanto observa os garotos dançando, e espera eles acabarem e fala sem mesmo se apresentar.*
--Não quero atrapalha a diversão de vocês, mas qual das camas está vaga? Não quero pegar uma ocupada.
*Klauss anota mentalmente qual dos garotos estava gravando o video.*
Os meninos têm um sobressalto e cravam os olhos em Klauss. Liam percebe e põe atenção nos rostos da matilha.
- Spoiler:
- rolagem:
- Klauss rolls 13 dice to abordar matilha (Diff 9) 1,7,2,3,1, 10,7,2,4,1, 8,9,7 [failure]
— As duas que não têm roupa de cama — diz o menino de azul com indiferença — escolhe uma e tira o que está em cima.
Então coloca outra música. O glabro e o de cabelos compridos voltam a dançar, só que dessa vez sem gravar.
Liam faz alguns gestos em LIBRAS para os companheiros e outro, comum, para Klauss, indicando que o siga de volta ao quarto.
off: quem grava é o menino de azul.
Lua- Mensagens : 959
Data de inscrição : 06/07/2016
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
Os meninos têm um sobressalto e cravam os olhos em Klauss. Liam percebe e põe atenção nos rostos da matilha.
— As duas que não têm roupa de cama — diz o menino de azul com indiferença — escolhe uma e tira o que está em cima.
-- Desculpe de novo galera...
*Klauss percebe que está sendo seguido, mas age como se nada tivesse acontecido apesar da indiferença dos garotos, Klauss sabe que tem uma leve vantagem por ter pego eles gravando o vídeo, mas deixará que eles abordem o assunto. Escolhe o beliche com menos coisas em cima, as junta e coloca na outra cama que está sendo usada como armário, abre sua mochila e organiza as roupas ainda em cima da cama separa e devolve na mochila e pendura do lado do beliche, pega seu celular tira o tenis e deita na cama, vai deixar que eles venham até ele.*
Klauss K.- Mensagens : 1002
Data de inscrição : 11/07/2016
Idade : 44
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
Liam acompanhou Klauss até ao quarto.
Quando este tirou as coisas da cama menos bagunçada e colocou na cama "armário", Liam as pegou de volta e arrumou cuidadosamente na cama de baixo. Em seguida, buscou um caderno e uma caneta no meio da desordem e escreveu:
É DO DMITRI. ELE É UM IDIOTA
Depois deu volta na página e escreveu:
O VIDEO É SÓ PARA A GENTE VER NÃO POSTAMOS
O VICENTE VAI APAGAR
O CELULAR É MEU, É O MAIS SEGURO NÃO VAZA
EU SEI LER LÁBIO
EU LEMBRO DE VOCE É O KLAUS
Depois amassou as folhas e jogou no lixo do banheiro.
Nisso entrou Dmitri.
— Klauss! Você está aqui!
Deu um abraço afetuoso no ahroun.
— Como vão as coisas?
Escutou com atenção.
— Olha, vou tomar um banho pra janta e a gente conversa mais— disse tirando a camisa e entrando no banheiro — Tem roupa de cama no maleiro. Você está deitado só na colcha, maluco. Liam! Fala pros moleques virem arrumar essa bagunça. JÁ!
Quando este tirou as coisas da cama menos bagunçada e colocou na cama "armário", Liam as pegou de volta e arrumou cuidadosamente na cama de baixo. Em seguida, buscou um caderno e uma caneta no meio da desordem e escreveu:
É DO DMITRI. ELE É UM IDIOTA
Depois deu volta na página e escreveu:
O VIDEO É SÓ PARA A GENTE VER NÃO POSTAMOS
O VICENTE VAI APAGAR
O CELULAR É MEU, É O MAIS SEGURO NÃO VAZA
EU SEI LER LÁBIO
EU LEMBRO DE VOCE É O KLAUS
Depois amassou as folhas e jogou no lixo do banheiro.
Nisso entrou Dmitri.
- Spoiler:
— Klauss! Você está aqui!
Deu um abraço afetuoso no ahroun.
— Como vão as coisas?
Escutou com atenção.
— Olha, vou tomar um banho pra janta e a gente conversa mais— disse tirando a camisa e entrando no banheiro — Tem roupa de cama no maleiro. Você está deitado só na colcha, maluco. Liam! Fala pros moleques virem arrumar essa bagunça. JÁ!
Lua- Mensagens : 959
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Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
É DO DMITRI. ELE É UM IDIOTA
*Klauss sorri.*
-- Então ele não mudou nada desde quando o conheci...
O VIDEO É SÓ PARA A GENTE VER NÃO POSTAMOS
-- Vocês são cliaths, não mais filhotes, confio em vocês, mesmo que fossem filhotes, todos devem ter liberdade mas também devem ser responsáveis pelos seus atos. Não se preocupe não vou contar a ninguém.
O VICENTE VAI APAGAR
-- Sem problemas
O CELULAR É MEU, É O MAIS SEGURO NÃO VAZA
-- Imagino que seu pai deve colocar algumas proteções extras.
EU SEI LER LÁBIO
-- Que bom, prometo que vou tentar aprender a me comunicar por libras.
EU LEMBRO DE VOCE É O KLAUS
-- Sim sou eu mesmo... sei que fazia tempo que não aparecia por aqui.
— Klauss! Você está aqui!
Deu um abraço afetuoso no ahroun.
— Como vão as coisas?
-- Vou bem Dmi e você? Apenas de passagem e matando a saudade dos amigos.
— Olha, vou tomar um banho pra janta e a gente conversa mais— disse tirando a camisa e entrando no banheiro — Tem roupa de cama no maleiro. Você está deitado só na colcha, maluco. Liam! Fala pros moleques virem arrumar essa bagunça. JÁ!
-- Ah obrigado.
*Enquanto pula da cama fala com Lian.*
-- Dmintri pega muito no pé de vocês?
Klauss K.- Mensagens : 1002
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Idade : 44
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
-- Imagino que seu pai deve colocar algumas proteções extras.
Liam sorri e balança a cabeça afirmativamente várias vezes.
-- Que bom, prometo que vou tentar aprender a me comunicar por libras.
De novo, Liam concorda, parecendo estar contente com a possibilidade.
-- Vou bem Dmi e você? Apenas de passagem e matando a saudade dos amigos.
— É Dimá, Klauss... — corrige o rapaz um tanto intrigado.
— Olha, vou tomar um banho pra janta e a gente conversa mais— disse tirando a camisa e entrando no banheiro — Tem roupa de cama no maleiro. Você está deitado só na colcha, maluco. Liam! Fala pros moleques virem arrumar essa bagunça. JÁ!
-- Ah obrigado.
*Enquanto pula da cama fala com Lian.*
-- Dmintri pega muito no pé de vocês?
Liam dá de ombros, como a dizer "normal", depois sai em busca dos meninos para dar o recado de Dmitri. Regresssa sozinho. De fora, continuam vindo a música alta e as figuras dos meninos dançando em frente a Vicente, que segue gravando.
Dmitri sai do banheiro enrolado em uma toalha. Liam faz um par de gestos para ele.
— Idiota, eu, por que? — murmura Dmitri para Klauss, entre perplexo e magoado — Ah, claro... sua subida de posto mudou algumas coisas...
Liam observa tudo como quem analisa um experimento.
— Pode deixar que eu pego as coisas para você — disse Dmitri, em um gesto muito seu de demonstrar nobreza. Escancara as portas do guarda-roupa e trepa na parte interna do móvel para acessar o fundo do maleiro.
Nesse momento, sai revoando uma coisa escura do tamanho de um gato, que faz Dmitri despencar de susto!
- Spoiler:
A cena não é digna.
Subindo a toalha, o galliard entra no banheiro e volta com um rodo, que empunha como uma picareta, e parte para cima do bicho.
Liam dá um uivo estridente e volta a crinos.
A matilha escuta e corre para o quarto.
Assustada, a mistura de morcego com aranha corre pelo teto enquanto lança uma nuvem de pelos irritantes!
Lua- Mensagens : 959
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Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
— É Dimá, Klauss... — corrige o rapaz um tanto intrigado.
Liam dá de ombros, como a dizer "normal", depois sai em busca dos meninos para dar o recado de Dmitri. Regresssa sozinho. De fora, continuam vindo a música alta e as figuras dos meninos dançando em frente a Vicente, que segue gravando.
Dmitri sai do banheiro enrolado em uma toalha. Liam faz um par de gestos para ele.
— Idiota, eu, por que? — murmura Dmitri para Klauss, entre perplexo e magoado — Ah, claro... sua subida de posto mudou algumas coisas...
*Klauss observa a situação e faz uma leitura rápida do que aconteceu, por mais que não tivesse compreendido o que Liam havia dito sabia que ele tinha algo com a situação, mas ainda continua observando.*
— Pode deixar que eu pego as coisas para você — disse Dmitri, em um gesto muito seu de demonstrar nobreza. Escancara as portas do guarda-roupa e trepa na parte interna do móvel para acessar o fundo do maleiro.
Nesse momento, sai revoando uma coisa escura do tamanho de um gato, que faz Dmitri despencar de susto!
A cena não é digna.
Subindo a toalha, o galliard entra no banheiro e volta com um rodo, que empunha como uma picareta, e parte para cima do bicho.
Liam dá um uivo estridente e volta a crinos.
A matilha escuta e corre para o quarto.
Assustada, a mistura de morcego com aranha corre pelo teto enquanto lança uma nuvem de pelos irritantes!
*Senta-se na cama e observa a cena por alguns segundos e sempre voltando os olhos para Liam. Salta da cama para o chão entrando na frente de Dmitri evitando que este acerte a criatura.*
-- Calma Dimá, a criatura está com medo...
*Olha para Liam.*
-- Não é nenhum Espiral Negra para precisar lutar com sua forma guerreira. mas já que assumiu sua forma guerreira permaneça nela.
*Klauss estende a mão na direção dos porta para tentar evitar que mais alguém.*
-- É somente um animal assustado, espere ele se acalmar , facilitará para a captura, devagar fechem as portas e janelas antes que fuja.
*Olha direto para Dmitri.*
-- Não era um ritual dos cliaths de Fonte Fria fazer uma espécie de pegadinha com os recém chegados? Parece que você caiu não eu.
-- Assim que a criatura se acalmar vamos captura-la. Apenas se acalmem e vamos trabalhar juntos para isso.
*Klauss puxa a colcha da cama em que estava deitado e entrega para Liam.*
-- Aproveite sua altura na forma guerreira e devagar tente colocar a colcha sobre a critatura.
*Olha para os demais.*
-- Fechem as janelas se ela veio da umbra não podemos deixar que fuja.
Klauss K.- Mensagens : 1002
Data de inscrição : 11/07/2016
Idade : 44
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
- rolagens:
- Górgona rolls 7 dice to Pelos Urticantes 10,7,10,5,7, 9,3 [5 successes]
Iniciativa:
Klauss, Dmitri, Benjamim, Vicente, Górgona, Ícaro, Liam.
Klauss rolls 10 dice to Força de Vontade (Diff 8) 5,1,2,7,9, 7,7,9,7,1 [failure]
Dmitri rolls 6 dice to Força de Vontade (Diff 8) 3,6,5,3,1, 10 [failure]
Benjamim rolls 3 dice to Força de Vontade (Diff 8) 8,5,1 [failure]
Vicente rolls 3 dice to Força de Vontade (Diff 8) 6,4,4 [failure]
Ícaro rolls 3 dice to Força de Vontade (Diff 8) 3,9,3 [1 success]
Liam rolls 3 dice to Força de Vontade (Diff 8) 10,10,4 [2 successes]
Liam rolls 7 dice to Agarrar Górgona (Diff 4) 1,4,4,1,3, 6,9 [2 successes]
Ícaro rolls 4 dice to arrancar (Diff 4) 4,3,4,10 [3 successes]
Klauss rolls 6 dice to Ocultismo 2,3,1,4,4, 9 [failure]
Dmitri rolls 6 dice to fúria (Diff 7) 3,3,6,5,5, 2 [failure]
Subindo a toalha, o galliard entra no banheiro e volta com um rodo, que empunha como uma picareta, e parte para cima do bicho.
Liam dá um uivo estridente e volta a crinos.
A matilha escuta e corre para o quarto.
Assustada, a mistura de morcego com aranha corre pelo teto enquanto lança uma nuvem de pelos irritantes!
Os pelos urticantes se espalham no ar, grudando na pele, nas roupas, nos cabelos e causando uma coceira insuportável.
Klauss salta da cama para o chão, tentando entrar na frente de Dmitri para evitar que acerte a criatura, mas a coceira é tanta que ele já não consegue fazer mais nada que gritar.
— Calma Dimá, a criatura está com medo...
Mas Dmitri já estava usando o rodo para coçar suas costas, completamente vermelhas e inchadas, salpicadas de pelos marrons, que se aderiam à pele.
— Vai t*mar no seu **, Klauss — grita em resposta, ao que ahroun não pode revidar porque continua se coçando.
Os demais garotos também estão fora de combate, se arranhando, coçando os cabelos desesperadamente, esfregando as costas nos beliches.
Os únicos que conseguem, às duras penas, resistir à coceira são Ícaro e Liam.
Liam aproveita seu tamanho em crinos e consegue capturar a aranha-morcego na parede, usando a jaqueta de Dmitri.
Corre para a porta de vidro, para sair do quarto, sendo seguido por Ícaro, que antes tomou o cuidado de arrancar o rodo das mãos do galliard.
— Eu vou te moer, Ícaro! Mas vou matar a m*erda dessa górgona primeiro! Eu juro! — grita Dmitri, enfurecido, com o corpo totalmente inflamado, rosado e brilhante como um boneco de bexiga.
— Mas o que é isso? — soa uma voz grave na porta — Ícaro e Liam, voltem aqui!
Klauss a reconhece, é Kamau. Atrás dele, todos os garous, de todos os postos da seita, apertados no vão da porta observando a cena ridícula.
Lua- Mensagens : 959
Data de inscrição : 06/07/2016
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
— Calma Dimá, a criatura está com medo...
Mas Dmitri já estava usando o rodo para coçar suas costas, completamente vermelhas e inchadas, salpicadas de pelos marrons, que se aderiam à pele.
— Vai t*mar no seu **, Klauss — grita em resposta, ao que ahroun não pode revidar porque continua se coçando.
*Klauss responde praticamente gritando enquanto se coça desesperadamente.*
-- Mas que merd*....
Corre para a porta de vidro, para sair do quarto, sendo seguido por Ícaro, que antes tomou o cuidado de arrancar o rodo das mãos do galliard.
— Eu vou te moer, Ícaro! Mas vou matar a m*erda dessa górgona primeiro! Eu juro! — grita Dmitri, enfurecido, com o corpo totalmente inflamado, rosado e brilhante como um boneco de bexiga.
*Klauss embora se coçando não consegue evitar de rir da situação.*
— Mas o que é isso? — soa uma voz grave na porta — Ícaro e Liam, voltem aqui!
Klauss a reconhece, é Kamau. Atrás dele, todos os garous, de todos os postos da seita, apertados no vão da porta observando a cena ridícula.
*Klauss tenta manter a calma e não gritar enquanto encosta as costas contra a armação do beliche e a usa para se coçar.*
-- Aparentemente uma velha tradição dos cliaths de Fonte Fria continua em alta, as trolagens, só que aparentemente alguns deles caíram junto dessa vez.
Klauss K.- Mensagens : 1002
Data de inscrição : 11/07/2016
Idade : 44
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
A coceira horrível ainda durou um par de horas, apesar dos rituais, unguentos e pomadas que a seita usou, em vão. Lamentaram muito não ter Laura nessa hora. Como disseram, era o tipo de coisa que ela resolveria com certeza, nem que fosse misturando um ritual inventado com remédios pra cavalos. Mas ela já não estava. Klauss e os garotos alternavam momentos de controle de seus atos, com outros em que não podiam fazer nada mais do que se coçar. Dmitri, o mais afetado, esteve várias vezes à beira de um frenesi ou a ponto de chorar. Aguentou firme. Ao fim, o efeito foi cedendo e a coceira passou naturalmente.
O quarto foi trancado e todos tomaram banho no dormitório feminino. Usavam suas roupas dedicadas.
Agora estavam na sala, Klauss, Dmitri, a matilha, os três anciões e Estevão, sentado abraçado a Liam, em hominídeo. Tomavam um lanche, já que o jantar e a troca de guarda tinham sido feitos sem eles. As amplas janelas estavam abertas devido ao calor e, la fora, a górgona se escondia em algum lugar desconhecido, pois Liam a tinha soltado antes de obedecer a ordem de Kamau e entrar.
— Foi uma trollagem? — perguntou o Vigia, taxativo.
Liam fritou Klauss com um olhar e, desvencilhando-se do pai, começou a fazer gestos, sobretudo um como o dedo enrolado em frente ao nariz.
Todos olharam para Klauss.
— A górgona ME ATACOU! — disse Dmitri — Vocés viram a potência da toxina dela? E esse bicho também tem peçonha, vai acabar matando alguém! Já entrou no quarto antes. Eu até fui legal com eles, não disse nada, mas falei que se pegasse mais um vez, ia matar! Vocês acham que está certo uma coisa dessas dentro do quarto? Na casa?
Liam continuou com os gestos.
— O Liam está falando que VOCÊ atacou primeiro — disse Ícaro, o de cabelos longos — E precisa matar? Ninguém concordou que você podia matar ela! É nossa mascote!
— Ícaro, matilhas não têm mascotes, tem membros e um totem — disse Julián calmamente — E nós deixamos que vocês ficassem com ela provisoriamente, desde que não causasse acidentes. E isso foi um acidente.
— Não foi! — disse Benjamim, o glabro, agora em hominídeo — O Liam disse que ela só voou, o Dmitri que atacou.
— Tivemos cinco garous da seita e um visitante intoxicados. Ben, isso FOI um acidente — respondeu Julián.
— Mas quem causou foi o Dmitri, porque é burro! Não pensou que ela ia revidar?
— Me respeita, cliath, eu sou FOSTERN! — rosnou Dmitri.
— Um fostern burro! — disse Benjamim.
— Já chega — cortou Julián, sem perder a calma, porém.
Klauss olhou para Kamau e ele balançava a cabeça, como não acreditando.
— A górgona tinha sumido — disse Ícaro — Nós NÃO sabíamos que ela estava no quarto, nem no maleiro. Pensamos que tinha saído pra caçar. É mentira desse cara aí que foi trollagem. Nós não fazemos trollagem, ele tirou isso da b*nda.
Apontou o dedo para Klauss. Liam e resto da matilha olhavam feio para o ahroun.
Julían assentiu, Ícaro estava falando a verdade.
— Não IN-TE-RE-SSA, eu não tenho que conviver com esse BICHO no quarto. — disse Dmitri — E não é só isso! Vocês viram a bagunça, o nojo que aquilo está?
Liam gesticulou uma resposta.
— Mas a minha bagunça é normal, Liam — disse Dmitri — De gente normal. O quarto era limpo antes, só comigo. Mas esses três aí vivem na desordem. Ah, claro, mas eles podem. Vocês deixam eles fazerem tudo, só porque são esquisitinhos! — disse olhando para os anciões.
— Já chega, Dmitri — falou Anton — Nós entendemos seu ponto, mas não fala desse jeito, ok?
— E não é verdade? — rebateu Dmitri — Vocês perdoam TUDO deles! Ficam com dó porque eles são uns ret*rdados, tocados pela Wyld. Aposto que vocês vão deixar eles ficarem com essa m*erda górgona peçonhenta...
A matilha ficou estática, em choque, talvez paralisada, talvez contendo a fúria ante tanta humilhação.
— Agora você já possou de todos os limites, Dmitri! Vai esperar lá fora, que já ouvimos o seu lado. Vai! — vociferou Anton.
— Ah! Tá vendo! Tá vendo! Com a minha matilha é assim: vai embora!
Dmitri saiu chutando uma cadeira. Anton se levantou e foi atrás dele, exalando fúria.
— Você me respeita, moleque!
— F*da-se. Ninguém tem respeito pelo posto de ninguém aqui! — gritou Dmitri da sala de jantar.
— Calma, Uivo do Vento — disse Julián, correndo atrás de Anton e, com um salto elegante, parando na frente dele para que não fizesse uma besteira — Dmitri não deixa de ter razão em algumas coisas, vamos conversar.
— É um fostern com quase 18 anos que está tendo uma crise de ciúmes — rosnou Anton, com os dentes cerrados, na cara de Julián, quase como se fosse atacá-lo. Havia um clima ruim no ar, mais além do incidente, que Klauss podia captar com seus instintos, mas não definir.
— Calma todos — disse Julián, ainda na frente de Anton, em um tom quase submisso — Eu vou dar minha decisão. Uivo do Vento, por favor, senta.
Anton sentou, respirando fundo. Julián prosseguiu, dirigindo-se aos meninos.
— Não foi por querer, certo, mas vocês infligiram o nosso acordo: a górgona ficaria só se não causasse problemas. Causou. E é perigosa.
— As cobras também são — disse Benjamim, desafiante.
— Shhhh... Já acabou a argumentação — disse Julián com firmeza — Decisão: Por mais que no caern sejam importantes as forças da Wyld, este não é o lugar de uma górgona. Nós não vamos maltratá-la, mas ela vai voltar para o Limiar, que é o lugar dela.
— Não! Mas, Julián....
Os meninos começaram a falar todos mesmo tempo, enquanto Liam gesticulava sem parar.
— Ela escapou do Limiar com a gente, ela não ERA de lá.
— Estava numa jaula. A gente não sabe se os dançarinos trouxeram de outro lugar, se misturaram uma aranha com morcego ali.
— Por favor! Por favoooor!
— Quietos! Eu tenho uma proposta — inteveio Kamau. Todos se calaram diante da voz grave e imperante do ahroun. Não estavam acostumados a argumentar ele.
Kamau deu uma olhada rápida para Klauss, depois fitou os dois outros anciões e prosseguiu.
— Podemos dar uma última oportunidade para a górgona deles, mas vão ter mostrar que são maduros e que tem disciplina para controlar um ser perigoso. Vamos verificar isso através de provas de força de vontade.
— Que tipo de provas? — perguntou Julián.
— Primeiro vamos chamar o Dmitri — disse Kamau e mandou Liam chamar o galliard.
Dmitri voltou. Passou por Anton antes de sentar e Klauss sentiu tanta tensão entre eles quanto a de lobos dando voltas antes de uma briga por hierarquia. Algo tinha mudado. Klauss se lembrava que pai e filho costumavam se adorar.
Julián voltou a falar:
— Bem, antes da proposta de Kamau, quero lembrar que aqui se respeitam os postos. Então Dmitri vai fazer um Ritual de Contrição para Anton e vocês três para Dmitri. Principalmente você, Ben. Dmitri já fez grandes coisas para a idade dele.
[Klauss também pode exigir um Ritual de Contrição de Dmitri e/ou Ícaro, se quiser. No caso de Dmitri é só explicar para os anciões já que eles não viram o palavrão.]
— E vão ficar longe de Liam, porque estão sendo má influência para ele.
— Aliás, pode passar o celular pra cá, Liam. Está de castigo. — disse Estevão, voltando-se para o filho. Liam e Vicente se entreolharam, assustados. Depois olharam ameaçadoramente para Klauss, como a dizer "bico fechado".
Julián, então, fez um gesto para Kamau, que falou:
— Vicente, Ícaro e Benjamim, vocês terão que provar que são capazes de controlar um ser perigoso como a górgona. Primeiro, têm que ter um mínimo de organização e disciplina. Vão limpar e arrumar a bagunça no quarto e depois mantê-lo organizado como era antes. Vão achar e cuidar da górgona, mas FORA da casa e da proximidade da sede. Um problema mais e ela se vai. Depois, vocês vão provar pra mim que têm autocontrole. Vão ter que superar três provas, individualmente. Se todos passarem em todas as provas, poderão ficar com a górgona, mas, repito, só se não hover outro incidente. Apareceu no quarto ou na sede, atacou alguém, causou algum problema, eu vou soltá-la no Limiar. Nós vamos aproveitar a presença de Klauss, que já treinou a matilha de Dmitri muito bem, para ajudar vocês a se prepararem para as provas. E quem fiscaliza a arrumação do quarto é Dmitri. Mas ele se reporta A KLAUSS, não quero outros garous se preocupando com isso. E Klauss, esse B.O. é seu! Também não quero queixas suas aos mais velhos.
Os meninos se animaram e prometeram cumplir tudo, ainda que fazendo caretas na parte de serem treinados por Klauss e obedecerem Dmitri.
— Estou fora — interrompeu Dmitri — Não sou babá.
— E nós somos? — rosnou Kamau em voz baixa, inclinando-se em direção a Dmitri, fazendo notar que era um ahroun uktena. Seus olhos brilhavam com fúria, o nariz se enrrugou como o de um lobo, mostrando os dentes em uma cara que era ameaçadora mesmo em hominídeo — Me diz, por que estamos três anciões aqui, resolvendo brigas de crianças? A seita foi difamada, temos adversários internos e externos cobiçando o caern e nós temos que perder tempo com vocês, pirralhos? Pois vocês vão resolver essa questão besta entre vocês e deixar de incomodar os postos altos. Ouviu?
— Sim, senhor — murmurou Dmitri.
Os demais anciões deliberaram e aceitaram a idéia.
— Bem! Klauss, então o primeiro desafio é uma escalada. Você tem uma semana para prepará-los, do jeito que você achar melhor. Entendeu? — disse Kamau, no mesmo tom autoritário e intimidante, fingindo que ele e Klauss não tinham conversado sobre isso antes.
***
Com o quarto interditado, os meninos foram dormir em outras casas. Klauss teve permissão para ir passar a noite com Virna, na Vila dos Parentes, o que agradou imensamente à jovem.
O quarto foi trancado e todos tomaram banho no dormitório feminino. Usavam suas roupas dedicadas.
Agora estavam na sala, Klauss, Dmitri, a matilha, os três anciões e Estevão, sentado abraçado a Liam, em hominídeo. Tomavam um lanche, já que o jantar e a troca de guarda tinham sido feitos sem eles. As amplas janelas estavam abertas devido ao calor e, la fora, a górgona se escondia em algum lugar desconhecido, pois Liam a tinha soltado antes de obedecer a ordem de Kamau e entrar.
— Foi uma trollagem? — perguntou o Vigia, taxativo.
Liam fritou Klauss com um olhar e, desvencilhando-se do pai, começou a fazer gestos, sobretudo um como o dedo enrolado em frente ao nariz.
- Spoiler:
Todos olharam para Klauss.
— A górgona ME ATACOU! — disse Dmitri — Vocés viram a potência da toxina dela? E esse bicho também tem peçonha, vai acabar matando alguém! Já entrou no quarto antes. Eu até fui legal com eles, não disse nada, mas falei que se pegasse mais um vez, ia matar! Vocês acham que está certo uma coisa dessas dentro do quarto? Na casa?
Liam continuou com os gestos.
— O Liam está falando que VOCÊ atacou primeiro — disse Ícaro, o de cabelos longos — E precisa matar? Ninguém concordou que você podia matar ela! É nossa mascote!
— Ícaro, matilhas não têm mascotes, tem membros e um totem — disse Julián calmamente — E nós deixamos que vocês ficassem com ela provisoriamente, desde que não causasse acidentes. E isso foi um acidente.
— Não foi! — disse Benjamim, o glabro, agora em hominídeo — O Liam disse que ela só voou, o Dmitri que atacou.
- Spoiler:
— Tivemos cinco garous da seita e um visitante intoxicados. Ben, isso FOI um acidente — respondeu Julián.
— Mas quem causou foi o Dmitri, porque é burro! Não pensou que ela ia revidar?
— Me respeita, cliath, eu sou FOSTERN! — rosnou Dmitri.
— Um fostern burro! — disse Benjamim.
— Já chega — cortou Julián, sem perder a calma, porém.
Klauss olhou para Kamau e ele balançava a cabeça, como não acreditando.
— A górgona tinha sumido — disse Ícaro — Nós NÃO sabíamos que ela estava no quarto, nem no maleiro. Pensamos que tinha saído pra caçar. É mentira desse cara aí que foi trollagem. Nós não fazemos trollagem, ele tirou isso da b*nda.
Apontou o dedo para Klauss. Liam e resto da matilha olhavam feio para o ahroun.
Julían assentiu, Ícaro estava falando a verdade.
— Não IN-TE-RE-SSA, eu não tenho que conviver com esse BICHO no quarto. — disse Dmitri — E não é só isso! Vocês viram a bagunça, o nojo que aquilo está?
Liam gesticulou uma resposta.
— Mas a minha bagunça é normal, Liam — disse Dmitri — De gente normal. O quarto era limpo antes, só comigo. Mas esses três aí vivem na desordem. Ah, claro, mas eles podem. Vocês deixam eles fazerem tudo, só porque são esquisitinhos! — disse olhando para os anciões.
— Já chega, Dmitri — falou Anton — Nós entendemos seu ponto, mas não fala desse jeito, ok?
— E não é verdade? — rebateu Dmitri — Vocês perdoam TUDO deles! Ficam com dó porque eles são uns ret*rdados, tocados pela Wyld. Aposto que vocês vão deixar eles ficarem com essa m*erda górgona peçonhenta...
A matilha ficou estática, em choque, talvez paralisada, talvez contendo a fúria ante tanta humilhação.
— Agora você já possou de todos os limites, Dmitri! Vai esperar lá fora, que já ouvimos o seu lado. Vai! — vociferou Anton.
— Ah! Tá vendo! Tá vendo! Com a minha matilha é assim: vai embora!
Dmitri saiu chutando uma cadeira. Anton se levantou e foi atrás dele, exalando fúria.
— Você me respeita, moleque!
— F*da-se. Ninguém tem respeito pelo posto de ninguém aqui! — gritou Dmitri da sala de jantar.
— Calma, Uivo do Vento — disse Julián, correndo atrás de Anton e, com um salto elegante, parando na frente dele para que não fizesse uma besteira — Dmitri não deixa de ter razão em algumas coisas, vamos conversar.
— É um fostern com quase 18 anos que está tendo uma crise de ciúmes — rosnou Anton, com os dentes cerrados, na cara de Julián, quase como se fosse atacá-lo. Havia um clima ruim no ar, mais além do incidente, que Klauss podia captar com seus instintos, mas não definir.
— Calma todos — disse Julián, ainda na frente de Anton, em um tom quase submisso — Eu vou dar minha decisão. Uivo do Vento, por favor, senta.
Anton sentou, respirando fundo. Julián prosseguiu, dirigindo-se aos meninos.
— Não foi por querer, certo, mas vocês infligiram o nosso acordo: a górgona ficaria só se não causasse problemas. Causou. E é perigosa.
— As cobras também são — disse Benjamim, desafiante.
— Shhhh... Já acabou a argumentação — disse Julián com firmeza — Decisão: Por mais que no caern sejam importantes as forças da Wyld, este não é o lugar de uma górgona. Nós não vamos maltratá-la, mas ela vai voltar para o Limiar, que é o lugar dela.
— Não! Mas, Julián....
Os meninos começaram a falar todos mesmo tempo, enquanto Liam gesticulava sem parar.
— Ela escapou do Limiar com a gente, ela não ERA de lá.
— Estava numa jaula. A gente não sabe se os dançarinos trouxeram de outro lugar, se misturaram uma aranha com morcego ali.
— Por favor! Por favoooor!
— Quietos! Eu tenho uma proposta — inteveio Kamau. Todos se calaram diante da voz grave e imperante do ahroun. Não estavam acostumados a argumentar ele.
Kamau deu uma olhada rápida para Klauss, depois fitou os dois outros anciões e prosseguiu.
— Podemos dar uma última oportunidade para a górgona deles, mas vão ter mostrar que são maduros e que tem disciplina para controlar um ser perigoso. Vamos verificar isso através de provas de força de vontade.
— Que tipo de provas? — perguntou Julián.
— Primeiro vamos chamar o Dmitri — disse Kamau e mandou Liam chamar o galliard.
Dmitri voltou. Passou por Anton antes de sentar e Klauss sentiu tanta tensão entre eles quanto a de lobos dando voltas antes de uma briga por hierarquia. Algo tinha mudado. Klauss se lembrava que pai e filho costumavam se adorar.
Julián voltou a falar:
— Bem, antes da proposta de Kamau, quero lembrar que aqui se respeitam os postos. Então Dmitri vai fazer um Ritual de Contrição para Anton e vocês três para Dmitri. Principalmente você, Ben. Dmitri já fez grandes coisas para a idade dele.
[Klauss também pode exigir um Ritual de Contrição de Dmitri e/ou Ícaro, se quiser. No caso de Dmitri é só explicar para os anciões já que eles não viram o palavrão.]
— E vão ficar longe de Liam, porque estão sendo má influência para ele.
— Aliás, pode passar o celular pra cá, Liam. Está de castigo. — disse Estevão, voltando-se para o filho. Liam e Vicente se entreolharam, assustados. Depois olharam ameaçadoramente para Klauss, como a dizer "bico fechado".
Julián, então, fez um gesto para Kamau, que falou:
— Vicente, Ícaro e Benjamim, vocês terão que provar que são capazes de controlar um ser perigoso como a górgona. Primeiro, têm que ter um mínimo de organização e disciplina. Vão limpar e arrumar a bagunça no quarto e depois mantê-lo organizado como era antes. Vão achar e cuidar da górgona, mas FORA da casa e da proximidade da sede. Um problema mais e ela se vai. Depois, vocês vão provar pra mim que têm autocontrole. Vão ter que superar três provas, individualmente. Se todos passarem em todas as provas, poderão ficar com a górgona, mas, repito, só se não hover outro incidente. Apareceu no quarto ou na sede, atacou alguém, causou algum problema, eu vou soltá-la no Limiar. Nós vamos aproveitar a presença de Klauss, que já treinou a matilha de Dmitri muito bem, para ajudar vocês a se prepararem para as provas. E quem fiscaliza a arrumação do quarto é Dmitri. Mas ele se reporta A KLAUSS, não quero outros garous se preocupando com isso. E Klauss, esse B.O. é seu! Também não quero queixas suas aos mais velhos.
Os meninos se animaram e prometeram cumplir tudo, ainda que fazendo caretas na parte de serem treinados por Klauss e obedecerem Dmitri.
— Estou fora — interrompeu Dmitri — Não sou babá.
— E nós somos? — rosnou Kamau em voz baixa, inclinando-se em direção a Dmitri, fazendo notar que era um ahroun uktena. Seus olhos brilhavam com fúria, o nariz se enrrugou como o de um lobo, mostrando os dentes em uma cara que era ameaçadora mesmo em hominídeo — Me diz, por que estamos três anciões aqui, resolvendo brigas de crianças? A seita foi difamada, temos adversários internos e externos cobiçando o caern e nós temos que perder tempo com vocês, pirralhos? Pois vocês vão resolver essa questão besta entre vocês e deixar de incomodar os postos altos. Ouviu?
— Sim, senhor — murmurou Dmitri.
Os demais anciões deliberaram e aceitaram a idéia.
— Bem! Klauss, então o primeiro desafio é uma escalada. Você tem uma semana para prepará-los, do jeito que você achar melhor. Entendeu? — disse Kamau, no mesmo tom autoritário e intimidante, fingindo que ele e Klauss não tinham conversado sobre isso antes.
***
Com o quarto interditado, os meninos foram dormir em outras casas. Klauss teve permissão para ir passar a noite com Virna, na Vila dos Parentes, o que agradou imensamente à jovem.
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Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
— Foi uma trollagem? — perguntou o Vigia, taxativo.
Liam fritou Klauss com um olhar e, desvencilhando-se do pai, começou a fazer gestos, sobretudo um como o dedo enrolado em frente ao nariz.
Todos olharam para Klauss.
-- Me pareceu uma pegadinha para um desavisado cair.
— A górgona ME ATACOU! — disse Dmitri — Vocés viram a potência da toxina dela? E esse bicho também tem peçonha, vai acabar matando alguém! Já entrou no quarto antes. Eu até fui legal com eles, não disse nada, mas falei que se pegasse mais um vez, ia matar! Vocês acham que está certo uma coisa dessas dentro do quarto? Na casa?
Liam continuou com os gestos.
— O Liam está falando que VOCÊ atacou primeiro — disse Ícaro, o de cabelos longos — E precisa matar? Ninguém concordou que você podia matar ela! É nossa mascote!
— Ícaro, matilhas não têm mascotes, tem membros e um totem — disse Julián calmamente — E nós deixamos que vocês ficassem com ela provisoriamente, desde que não causasse acidentes. E isso foi um acidente.
— Não foi! — disse Benjamim, o glabro, agora em hominídeo — O Liam disse que ela só voou, o Dmitri que atacou.
-- É a verdade, Dmitri foi pegar algo no armário e ela voou lá de dentro, não sei se ele se assustou ou o que quer que tenha acontecido gerou todo o problema.
— Tivemos cinco garous da seita e um visitante intoxicados. Ben, isso FOI um acidente — respondeu Julián.
— Mas quem causou foi o Dmitri, porque é burro! Não pensou que ela ia revidar?
— Me respeita, cliath, eu sou FOSTERN! — rosnou Dmitri.
— Um fostern burro! — disse Benjamim.
— Já chega — cortou Julián, sem perder a calma, porém.
Klauss olhou para Kamau e ele balançava a cabeça, como não acreditando.
— A górgona tinha sumido — disse Ícaro — Nós NÃO sabíamos que ela estava no quarto, nem no maleiro. Pensamos que tinha saído pra caçar. É mentira desse cara aí que foi trollagem. Nós não fazemos trollagem, ele tirou isso da b*nda.
Apontou o dedo para Klauss. Liam e resto da matilha olhavam feio para o ahroun.
Julían assentiu, Ícaro estava falando a verdade.
*Klauss sacode a cabeça negativamente.*
-- Icaro seu nome estou certo? Posso ter julgado somente pelo que ví e pelo que conheci dos garou que ocuparam o alojamento antes de vocês, por isso eu me desculpo, agora se você acha que posso querer prejudicar vocês a quem nem conheço me de um motivo pra isso... Liam estava lá e viu que tentei evitar que Dmitri atacasse a gorgona.
— Não IN-TE-RE-SSA, eu não tenho que conviver com esse BICHO no quarto. — disse Dmitri — E não é só isso! Vocês viram a bagunça, o nojo que aquilo está?
Liam gesticulou uma resposta.
— Mas a minha bagunça é normal, Liam — disse Dmitri — De gente normal. O quarto era limpo antes, só comigo. Mas esses três aí vivem na desordem. Ah, claro, mas eles podem. Vocês deixam eles fazerem tudo, só porque são esquisitinhos! — disse olhando para os anciões.
— Já chega, Dmitri — falou Anton — Nós entendemos seu ponto, mas não fala desse jeito, ok?
— E não é verdade? — rebateu Dmitri — Vocês perdoam TUDO deles! Ficam com dó porque eles são uns ret*rdados, tocados pela Wyld. Aposto que vocês vão deixar eles ficarem com essa m*erda górgona peçonhenta...
-- Dmitri você sabia da existência dela? Enquanto porque pegou um rodo pra bater nela? Era visivel que ela estava com medo e se defendeu eu lhe falei isso antes dela liberar a toxina.
A matilha ficou estática, em choque, talvez paralisada, talvez contendo a fúria ante tante humilhação.
— Agora você já possou de todos os limites, Dmitri! Vai esperar lá fora, que já ouvimos o seu lado. Vai! — vociferou Anton.
— Ah! Tá vendo! Tá vendo! Com a minha matilha é assim: vai embora!
Dmitri saiu chutando uma cadeira. Anton se levantou e foi atrás dele, exalando fúria.
— Você me respeita, moleque!
— F*da-se. Ninguém tem respeito pelo posto de ninguém aqui! — gritou Dmitri da sala de jantar.
— Calma, Uivo de Gaia — disse Julián, correndo atrás de Anton e, com um salto elegante, parando na frente dele para que não fizesse uma besteira — Dmitri não deixa de ter razão em algumas coisas, vamos conversar.
— É um fostern com quase 18 anos que está tendo uma crise de ciúmes — rosnou Anton, com os dentes cerrados, na cara de Julián, quase como se fosse atacá-lo. Havia um clima ruim no ar, mais além do incidente, que Klauss podia captar com seus instintos, mas não definir.
— Calma todos — disse Julián, ainda na frente de Anton, em um tom quase submisso — Eu vou dar minha decisão. Uivo do Vento, por favor, senta.
Anton sentou, respirando fundo. Julián prosseguiu, dirigindo-se aos meninos.
— Não foi por querer, certo, mas vocês infligiram o nosso acordo: a górgona ficaria só se não causasse problemas. Causou. E é perigosa.
— As cobras também são — disse Benjamim, desafiante.
— Shhhh... Já acabou a argumentação — disse Julián com firmeza — Decisão: Por mais que no caern sejam importantes as forças da Wyld, este não é o lugar de uma górgona. Nós não vamos maltratá-la, mas ela vai voltar para o Limiar, que é o lugar dela.
— Não! Mas, Julián....
Os meninos começaram a falar todos mesmo tempo, enquanto Liam gesticulava sem parar.
— Ela escapou do Limiar com a gente, ela não ERA de lá.
— Estava numa jaula. A gente não sabe se os dançarinos trouxeram de outro lugar, se misturaram uma aranha com morcego ali.
— Por favor! Por favoooor!
— Quietos! Eu tenho uma proposta — inteveio Kamau. Todos se calaram diante da voz grave e imperante do ahroun. Não estavam acostumados a argumentar ele.
Kamau deu uma olhada rápida para Klauss, depois fitou os dois outros anciões e prosseguiu.
— Podemos dar uma última oportunidade para a górgona deles, mas vão ter mostrar que são maduros e que tem disciplina para controlar um ser perigoso. Vamos verificar isso através de provas de força de vontade.
— Que tipo de provas? — perguntou Julián.
— Primeiro vamos chamar o Dmitri — disse Kamau e mandou Liam chamar o galliard.
Dmitri voltou. Passou por Anton antes de sentar e Klauss sentiu tanta tensão entre eles quanto a de lobos dando voltas antes de uma briga por hierarquia. Algo tinha mudado. Klauss se lembrava que pai e filho costumavam se adorar.
*Klauss observa a tudo em silencio.*
Julián voltou a falar:
— Bem, antes da proposta de Kamau, quero lembrar que aqui se respeitam os postos. Então Dmitri vai fazer um Ritual de Contrição para Anton e vocês três para Dmitri. Principalmente você, Ben. Dmitri já fez grandes coisas para a idade dele.
— E vão ficar longe de Liam, porque estão sendo má influência para ele.
— Aliás, pode passar o celular pra cá, Liam. Está de castigo. — disse Estevão, voltando-se para o filho. Liam e Vicente se entreolharam, assustados. Depois olharam ameaçadoramente para Klauss, como a dizer "bico fechado".
*Klauss observa a todos rapidamente e assim que algum dos anciãos não estivesse olhando piscaria com um dos olhos para os cliath como se concordasse com o pedido.*
— Vicente, Ícaro e Benjamim, vocês terão que provar que são capazes de controlar um ser perigoso como a górgona. Primeiro, têm que ter um mínimo de organização e disciplina. Vão limpar e arrumar a bagunça no quarto e depois mantê-lo organizado como era antes. Vão achar e cuidar da górgona, mas FORA da casa e da proximidade da sede. Um problema mais e ela se vai. Depois, vocês vão provar pra mim que têm autocontrole. Vão ter que superar três provas, individualmente. Se todos passarem em todas as provas, poderão ficar com a górgona, mas, repito, só se não hover outro incidente. Apareceu no quarto ou na sede, atacou alguém, causou algum problema, eu vou soltá-la no Limiar. Nós vamos aproveitar a presença de Klauss, que já treinou a matilha de Dmitri muito bem, para ajudar vocês a se prepararem para as provas. E quem fiscaliza a arrumação do quarto é Dmitri. Mas ele se reporta A KLAUSS, não quero outros garous se preocupando com isso. E Klauss, esse B.O. é seu! Também não quero queixas suas aos mais velhos.
-- Pode contar comigo.
— Estou fora — interrompeu Dmitri — Não sou babá.
— E nós somos? — rosnou Kamau em voz baixa, inclinando-se em direção a Dmitri, fazendo notar que era um ahroun uktena. Seus olhos brilhavam com fúria, o nariz se enrrugou como o de um lobo, mostrando os dentes em uma cara que era ameaçadora mesmo em hominídeo — Me diz, por que estamos três anciões aqui, resolvendo brigas de crianças? A seita foi difamada, temos adversários internos e externos cobiçando o caern e nós temos que perder tempo com vocês, pirralhos? Pois vocês vão resolver essa questão besta entre vocês e deixar de incomodar os postos altos. Ouviu?
— Sim, senhor — murmurou Dmitri.
Os demais anciões deliberaram e aceitaram a idéia.
— Bem! Klauss, então o primeiro desafio é uma escalada. Você tem uma semana para prepará-los, do jeito que você achar melhor. Entendeu? — disse Kamau, no mesmo tom autoritário e intimidante, fingindo que ele e Klauss não tinham conversado sobre isso antes.
*Após o fim da conversa Klauss se despediu de todos procurando evitar de mostrar aos garotos que tinha uma certa abertura com Julian, Anton e Kamau, assim que sairam antes de todos se dispersar fala aos garotos.*
-- Desculpem por ter sido precipitado em meu julgamento e amanhã vocês me contam como encontraram essa górgona, o que acham de nos encontrarmos as 07:00 horas da manhã em frente ao alojamento interditado?
---------------------
Klauss teve permissão para ir passar a noite com Virna, na Vila dos Parentes, o que agradou imensamente à jovem.
*Em conversa mais tarde fala a Virna que gostaria que união acontecesse em Fonte Fria se ela e a família dela estiverem de acordo.*
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Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
*Após o fim da conversa Klauss se despediu de todos procurando evitar de mostrar aos garotos que tinha uma certa abertura com Julian, Anton e Kamau, assim que sairam antes de todos se dispersar fala aos garotos.*
-- Desculpem por ter sido precipitado em meu julgamento e amanhã vocês me contam como encontraram essa górgona, o que acham de nos encontrarmos as 07:00 horas da manhã em frente ao alojamento interditado?
— Melhor depois do café — disse Vicente, lacônico.
Klauss se lembrou de que o costume em Fonte Fria era os garous se reunirem na sede para as principais refeições, momento em que transferiam a guarda, se o caso, e trocavam informações sobre o que estava acontecendo no dia.
Até ali, a indiferença tinha marcado o começo da relação com os meninos. Tanto Vicente, agora, como Dmitri e Ícaro, no fim da conversa, tinham mantido o tom indiferente, limitando-se a responder um "ok" ou a não dizer nada.
***
Na manhã seguinte, bem cedo, Klauss deixou a Vila dos Parentes e se dirigiu ao caern.
Pensava em Virna e na união. Ela tinha dito que tudo bem ser no caern, só que antes era preciso falar com os anciões e também ver se a Mutti queria. Ela estava muito velha e deprimida.
Passou pela escolinha, que era nova, tomou a alameda que passava pelos fundos das casas dos líderes, dobrou, seguiu pela alameda, passando pela lateral do haras e da casa de Felipe e cruzou o caminho interno, na altura da rotatória, em direção à sede.
Encontrou a matilha o esperando disciplinadamente em frente ao dormitório fechado.
- Disposição dos cômodos:
O café da manhã transcorreu em paz. Klauss pôde rever os demais membros da seita: as fúrias Agnella, Monalisa e Íria, o presa de prata geneticista Aleksandr, a peregrina silenciosa Aurora, a fianna Mão Sangrenta, a uktena Maiara e o resto da matilha de Dmitri. Nádia e Amanda já eram mulheres feitas, apesar da métis, cronologicamente, mal passar dos dezesseis.
Havia uma carinha nova, Natienka, a parente que estava ajudando a servir o café.
- Spoiler:
Klauss notou que a matilha a olhava, disfarçadamente, com interesse, mas a menina se despediu com um beijo em Dmitri.
***
Depois do café, a matilha trouxe da lavanderia uma limpadora a vapor, escada, aspirador de pó, vassouras, panos e produtos de limpeza caseiros. Felipe tinha mandado macacões, máscaras e óculos de proteção para todos, de modo que enquanto Klauss se vestia, os três já estavam rindo e fazendo poses e palhaçadas com as roupas. Mas começaram a arrumação e limpeza com uma disposição surpreendente. Até que chegaram no maleiro.
— Ew! — exclamou Ícaro, com nojo e quase se desequilibrando da escada.
— Que foi? — gritaram os demais, tentando dar pulos para ver, depois indo buscar cadeiras.
Quando Klauss conseguiu ver o que era, se deparou com uma teia de aranha sustentando um grande casulo, do tamanho de uma bola de futebol e semi-translucido.
— São os ovos dela... — murmurou Ícaro.
— Tira isso daí — ordenou Vicente.
— Não podemos, são os nenezinhos dela — disse Ícaro.
— Dá para ver os filhotinhos? — perguntou Ben, movendo-se para lá e para cá sobre a cadeira.
Vicente desceu, revirou os objetos da cama e achou uma lanterna. Subiu de novo na cadeira e pôs o foco em cima do casulo. Não dava para ver nada, além de centenas de bolinhas, dentro dele.
A matilha desceu da escada e das cadeiras e ficou se entreolhando no centro do dormitório, como sempre, ignorando Klauss.
— O que é que a gente faz? — perguntou Ícaro.
— Temos que jogar isso fora — disse Benjamim — Você não ouviu o ancião? Isso já È um novo incidente.
— Não dá para deixar nascer esse tanto de górgonas no caern — disse Vicente.
— Car*lho... é um caern de fertilidade... — murmurou Ben, com as mãos no rosto.
— Estamos f*didos — disse Vicente.
— Mas podem não estar fertilizados — disse Ícaro — Como é que é isso nas aranhas?
— Não sei — disse Ben — Eu sou ruim de biologia.
— Não vou esperar para saber, eu vou jogar isso na privada e tchau. Senão vamos perder a górgona — disse Vicente, metendo as mãos no maleiro.
— Espera! São só ovos não fertilizados. Não tem macho de górgona aqui. — insistiu Ícaro — Ela vai ficar brava quando não achar os ovinhos dela. Pode até atacar alguém, aí sim vai ser um incidente.
— É uma GÓRGONA, Ícaro. A gente não sabe como funciona, é um bicho da Wyld. Vamos perder de qualquer jeito, eu vou jogar — disse Vicente.
— Não! Por favor... Vamos pedir conselho pros mais velhos — propôs Ícaro
— Endoidou? — disse Vicente — Aí que vão jogar ela, os ovos e a gente de volta no Limiar!
Ícaro fez cara de choro. Estava armado o impasse.
Mesmo sendo completamennte ignorado na discussão da matilha, Klauss sabia que aquela era uma questão séria e que precisava intervir de algum jeito.
Lua- Mensagens : 959
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Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
— Melhor depois do café — disse Vicente, lacônico.
-- Sem problemas...
--------------------------
O café da manhã transcorreu em paz. Klauss pôde rever os demais membros da seita: as fúrias Agnella, Monalisa e Íria, o presa de prata geneticista Aleksandr, a peregrina silenciosa Aurora, a fianna Mão Sangrenta, a uktena Maiara e o resto da matilha de Dmitri. Nádia e Amanda já eram mulheres feitas, apesar da métis, cronologicamente, mal passar dos dezesseis.
Havia uma carinha nova, Natienka, a parente que estava ajudando a servir o café.
*Durante o café procura se interar da rotina e das novidades do caern.*
Depois do café, a matilha trouxe da lavanderia uma limpadora a vapor, escada, aspirador de pó, vassouras, panos e produtos de limpeza caseiros. Felipe tinha mandado macacões, máscaras e óculos de proteção para todos, de modo que enquanto Klauss se vestia, os três já estavam rindo e fazendo poses e palhaçadas com as roupas. Mas começaram a arrumação e limpeza com uma disposição surpreendente. Até que chegaram no maleiro.
*Se veste e começa a ajuda-los com a limpeza.*
— Ew! — exclamou Ícaro, com nojo e quase se desequilibrando da escada.
— Que foi? — gritaram os demais, tentando dar pulos para ver, depois indo buscar cadeiras.
Quando Klauss conseguiu ver o que era, se deparou com uma teia de aranha sustentando um grande casulo, do tamanho de uma bola de futebol e semi-translucido.
— São os ovos dela... — murmurou Ícaro.
— Tira isso daí — ordenou Vicente.
— Não podemos, são os nenezinhos dela — disse Ícaro.
— Dá para ver os filhotinhos? — perguntou Ben, movendo-se para lá e para cá sobre a cadeira.
— O que é que a gente faz? — perguntou Ícaro.
— Temos que jogar isso fora — disse Benjamim — Você não ouviu o ancião? Isso já È um novo incidente.
— Não dá para deixar nascer esse tanto de górgonas no caern — disse Vicente.
— Car*lho... é um caern de fertilidade... — murmurou Ben, com as mãos no rosto.
— Estamos f*didos — disse Vicente.
— Mas podem não estar fertilizados — disse Ícaro — Como é que é isso nas aranhas?
— Não sei — disse Ben — Eu sou ruim de biologia.
— Não vou esperar para saber, eu vou jogar isso na privada e tchau. Senão vamos perder a górgona — disse Vicente, metendo as mãos no maleiro.
— Espera! São só ovos não fertilizados. Não tem macho de górgona aqui. — insistiu Ícaro — Ela vai ficar brava quando não achar os ovinhos dela. Pode até atacar alguém, aí sim vai ser um incidente.
— É uma GÓRGONA, Ícaro. A gente não sabe como funciona, é um bicho da Wyld. Vamos perder de qualquer jeito, eu vou jogar — disse Vicente.
— Não! Por favor... Vamos pedir conselho pros mais velhos — propôs Ícaro
— Endoidou? — disse Vicente — Aí que vão jogar ela, os ovos e a gente de volta no Limiar!
*Klauss se aproxima e ve o impasse dos garotos.*
-- Sei que não é da minha conta, ja que o mascote é da matilha de vocês... mas vocês já ouviram falar em especies invasoras?
*Espera alguns segundos e continua.*
-- É quando uma espécie exótica prolifera descontroladamente e se torna potencial ameaça a outras espécies e ao ecossistema, vocês a trouxeram do limiar ela estava sendo mantida presa pelos Espirais? Quando ela estava escondida colocando os ovos vocês falaram que acreditavam que ela estava caçando. Acredito que ela não tenha predador natural aqui na região. Vocês tem noção do impacto que elas podem ter no ecossistema da região. E outro ponto, vocês sabem desses ovos, ela pode ter colocado mais em outros lugares. Toda a vida selvagem da região pode estar comprometida. Se vocês querem a confiança dos lideres do caern , vocês devem mostrar a eles e vou sugerir que vocês liderem a busca a outros ovos antes que eles eclodam. A palavra final é de vocês, Kamau deu essa responsabilidade a vocês!
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Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
*Durante o café procura se interar da rotina e das novidades do caern.*
Não havia muitas novidades além do que havia contando Julián. Fonte Fria continuava sendo uma seita calorosa, às vezes mais parecida a uma grande família. No entanto, Klauss voltou a sentir aquele clima estranho, de frieza entre os anciões. Anton e Julián se tratavam com formalidade, em vez dos apelidos e termos carinhosos de sempre, se chamavam pelos nomes e até mesmo pelos nomes garous.
Dmitri e Anton não se falaram.
***
-- Sei que não é da minha conta, ja que o mascote é da matilha de vocês... mas vocês já ouviram falar em especies invasoras?
*Espera alguns segundos e continua.*
-- É quando uma espécie exótica prolifera descontroladamente e se torna potencial ameaça a outras espécies e ao ecossistema, vocês a trouxeram do limiar ela estava sendo mantida presa pelos Espirais? Quando ela estava escondida colocando os ovos vocês falaram que acreditavam que ela estava caçando. Acredito que ela não tenha predador natural aqui na região. Vocês tem noção do impacto que elas podem ter no ecossistema da região. E outro ponto, vocês sabem desses ovos, ela pode ter colocado mais em outros lugares. Toda a vida selvagem da região pode estar comprometida. Se vocês querem a confiança dos lideres do caern , vocês devem mostrar a eles e vou sugerir que vocês liderem a busca a outros ovos antes que eles eclodam. A palavra final é de vocês, Kamau deu essa responsabilidade a vocês!
- Spoiler:
- Klauss rolls 13 dice to orientar matilha (Diff 8) 2,2,8,3,1, 9,6,6,1,10, 5,4,7 [1 success]
Dessa vez pelo menos os garotos prestaram atenção.
— Cê tá louco? — disse Ben — Imagina a seita inteira procurando ovinhos de górgona pelo caern, igual ovo de Páscoa! Aí, sim, que acabou pra gente.
Os meninos riram.
— Górgona não é uma espécie animal — explicou Ícaro pacientemente — É um espírito da Wyld dentro de um hospedeiro físico. São muito raras, capaz de nem ter outra igual.
— Você já fez o Rito de Passagem, né?— perguntou Ben a Klauss — Ou vai fazer junto com o Liam?
Novos risos.
Podia ser uma provocação, podia ser uma piada bruta de acolhimento, o certo é que haviam quebrado o muro de indiferença.
— É, mas eu não vou arriscar — disse Vicente, decidido.
Pegou um pano de chão, subiu na escada, envolveu o casulo e puxou para fora. Então desceu, jogou o casulo na privada, picou-o com o cabo do rodo e deu descarga.
— Pronto! — disse ao fim.
Ícaro viu tudo contrariado, mas não falou nada.
A matilha então passou a fazer a limpeza no quarto. Com o aspirador de pó, vassoura, vaporizadora, panos, tudo ao mesmo tempo, rindo, brincando, lançando jatos de vapor, dando vassouradas e atirando coisas, de forma caótica e muito rápida, de modo que Klauss se sentiu em um desenho animado.
Perto do almoço, já tinham o quarto aceitavelmente organizado, com a maior parte do conteúdo do guarda-roupa limpo e de volta ao seu lugar, e um resto terminando de secar. O mais importante: sem nenhum pelo urticante de górgona.
Então todos tiraram os macacões e equipamentos e foram almoçar.
De novo, foi uma reunião sem novidades. A matilha de Dmitri voltaria a seu turno de guarda.
Klauss cruzou com ele quando todos foram ao dormitório, escovar os dentes.
O galliard viu a organização do quarto e fez um gesto de positivo para Klauss. Depois outro, indicando que passasse ao banheiro.
— Você primeiro, Klauss-rhya — disse, seco.
Os meninos ficaram boquiabertos, percebendo que Klauss era adren.
***
Depois do almoço, a matilha saiu em busca da górgona.
Klauss teve a tarde livre para fazer o que quisesse. Pouco antes das quatro, rumou à casa de Kamau.
Foi recebido calorosamente por ele e levado até uma sala de jantar com mobília branca, cortinas de rendas e adornos muito femininos para ter sido decorada pelo ahroun. Da cozinha, iam e vinham duas crianças, que punham a mesa diligentemente.
Kamau os chamou.
— Estes são meus tesouros: Bárbara e Bernardo. Esse é o Klauss, meninos. Ele é um cria de fenris.
Os meninos o cumprimentaram com simpatia.
- Spoiler:
— Vem, a gente que fez tudo — disse Bernardo, chamando Klauss para a mesa. Estava arrumada com capricho e, como uma boa mesa brasileira, tinha um café cheiroso, pãezinhos, patês, geléia e um bolo bem decorado, à moda infantil. As crianças serviram Klauss, enquanto Kamau acompanhava tudo com um olhar brilhante e cheio de ternura.
— Depois eu posso mostrar meus jogos para o Klauss? — perguntou Bernardo.
Kamau assentiu com a cabeça.
O café transcorreu em grande harmonia. Eram crianças inteligentes e amáveis.
— Não se iluda com esse rostinho — disse Kamau, quando estiveram a sós, no seu escritório — Bárbara será uma ahroun uktena, como eu, segundo os theurges. Os dois tem personalidade forte. São a minha paixão, estou contente que você os conheça, agora que pode. Não sei se te contaram, mas anos atrás tivemos um acidente fatal com uma parente devido a um frenesi. Desde então, a regra é que só a partir de adren os garous tem permissão para frequentar a Vila ou a casa dos parentes. Anton faz exceção na casa dele pra Nádia, Dmitri, agora Liam, mas você já sabe como é... reizinho presa de prata... o resto segue a regra. Bem, mas e você, Klauss? Como vão as coisas? Como é que está indo com a matilha?
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Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
— Cê tá louco? — disse Ben — Imagina a seita inteira procurando ovinhos de górgona pelo caern, igual ovo de Páscoa! Aí, sim, que acabou pra gente.
Os meninos riram.
— Górgona não é uma espécie animal — explicou Ícaro pacientemente — É um espírito da Wyld dentro de um hospedeiro físico. São muito raras, capaz de nem ter outra igual.
— Você já fez o Rito de Passagem, né?— perguntou Ben a Klauss — Ou vai fazer junto com o Liam?
*Klauss ri junto dos meninos.*
-- Não zoa não, cacei muitos ovos antes de passar pela transformação, sou do norte dos EUA fronteira com o Canadá.
Podia ser uma provocação, podia ser uma piada bruta de acolhimento, o certo é que haviam quebrado o muro de indiferença.
— É, mas eu não vou arriscar — disse Vicente, decidido.
Pegou um pano de chão, subiu na escada, envolveu o casulo e puxou para fora. Então desceu, jogou o casulo na privada, picou-o com o cabo do rodo e deu descarga.
— Pronto! — disse ao fim.
--Você agiu de forma correta, não podíamos arriscar.
O galliard viu a organização do quarto e fez um gesto de positivo para Klauss. Depois outro, indicando que passasse ao banheiro.
— Você primeiro, Klauss-rhya — disse, seco.
Os meninos ficaram boquiabertos, percebendo que Klauss era adren.
--Não precisa dessas formalidades comigo Dmitri, podemos não concordar com tudo, mas acima de todos somos amigos. Pode usar primeiro.
* Senta-se no beliche e saca Presa de Fenris pega um pano na mochila e limpa cuidadosamente a lamina, sempre cuidando para ver se chamava a atenção dos garotos.*
Depois do almoço, a matilha saiu em busca da górgona.
-- Não deixem de me avisar quando a encontrarem, e se precisarem de ajuda não deixem de pedir, marquem o numero do meu celular.
Klauss teve a tarde livre para fazer o que quisesse. Pouco antes das quatro, rumou à casa de Kamau.
Foi recebido calorosamente por ele e levado até uma sala de jantar com mobília branca, cortinas de rendas e adornos muito femininos para ter sido decorada pelo ahroun. Da cozinha, iam e vinham duas crianças, que punham a mesa diligentemente.
Kamau os chamou.
— Estes são meus tesouros: Bárbara e Bernardo. Esse é o Klauss, meninos. Ele é um cria de fenris.
*Estende a mão para as crianças.*
-- É um prazer é conhecer vocês...
— Depois eu posso mostrar meus jogos para o Klauss? — perguntou Bernardo.
-- Adoro jogos, se seu pai deixar venho alguns dias para jogar com você!
— Não se iluda com esse rostinho — disse Kamau, quando estiveram a sós, no seu escritório — Bárbara será uma ahroun uktena, como eu, segundo os theurges. Os dois tem personalidade forte. São a minha paixão, estou contente que você os conheça, agora que pode. Não sei se te contaram, mas anos atrás tivemos um acidente fatal com uma parente devido a um frenesi. Desde então, a regra é que só a partir de adren os garous tem permissão para frequentar a Vila ou a casa dos parentes. Anton faz exceção na casa dele pra Nádia, Dmitri, agora Liam, mas você já sabe como é... reizinho presa de prata... o resto segue a regra. Bem, mas e você, Klauss? Como vão as coisas? Como é que está indo com a matilha.
-- Isso me deixa muito feliz, somos poucos ahroun... Foi bom ver sua família, agora sei que tomei a decisão certa... foi bom você tocar nesse ponto tenho pego no ar algumas divergências, forma de tratamento, entre Julian e Anton, Anton e Dmitri além de vocês terem falado de inimigos internos e externos vocês estão em tempos de guerra Kamal-rya? Com a matilha acho que quebrei o gelo inicial, uma coisa que já tenho que deixa-lo ciente a Gorgona fez um casulo com ovos no maleiro, eles mesmos se livraram dos ovos foi um ato bem responsável da parte deles, por mais que ela seja um espirito não sabemos como sua reprodução acontece e o impacto que ela pode ter em Fonte Fria, eles estão de olhos abertos para possíveis outros pontos, se você achar pertinente nos coloque na ronda noturna, quero agir junto deles e ver como agem o que acha ?
Klauss K.- Mensagens : 1002
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Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
--Não precisa dessas formalidades comigo Dmitri, podemos não concordar com tudo, mas acima de todos somos amigos. Pode usar primeiro.
Um olhar gélido foi a única resposta. Dmitri entrou no banheiro e Klauss não teve mais oportunidade de falar com ele.
***
-- Isso me deixa muito feliz, somos poucos ahroun... Foi bom ver sua família, agora sei que tomei a decisão certa... foi bom você tocar nesse ponto tenho pego no ar algumas divergências, forma de tratamento, entre Julian e Anton, Anton e Dmitri além de vocês terem falado de inimigos internos e externos vocês estão em tempos de guerra Kamal-rya?
— Sim, você pode considerar que estamos em tempos de guerra. Mas não se assute, está tudo bem. Quanto a Julián e Anton, eu não sei bem o que aconteceu, mas tem a ver com a morte de uma parente e a namorada policial dela, no fim do ano passado. Parece que Anton não gostou muito dos detalhes da operação que, de resto, foi limpa e sem rastros. Julián é bom nessas coisas. Eu considero que foi necessário. As duas estavam bisbilhotando a seita, por conta de um processo de guarda da filha adotiva da parente, que tem sangue presas de prata. No caso de Dmitri e Anton é coisa de pai e filho adolescente e começou por conta de uma namoradinha humana que Dimá tinha e Anton estava contra. A queda de braço continua mesmo agora que Dmitri está com Natienka, aquela loirinha que você vê no café. Sabe, Klauss, a grande verdade é que minha mãe podia não ser a garou mais comprometida do mundo, podia gostar mais de cuidar dos bichos dela do que de ser theurge — Kamau sorriu com carinho — ... mas ela tinha uma função moderadora importante aqui. Até pela diferença de idade, Anton e Julián a respeitavam muito, ela punha panos quentes nesse tipo de coisa.. Agora ela faz uma falta... Eu pensei bastante nessas coisas quando ela se foi. Também na forma como Anton me boicotava em tudo, no pouco peso que tive em todo esse assunto com Estevão, embora eu devesse estar envolvido, como Vigia. Não falei nada, fui estratégico, me preparei e pedi um desafio. Então ascendi a ancião. Aí as coisas mudaram, eles tiveram que me encarar como igual. Eu pus as cartas na mesa. Temos um inimigo no Canadá, esperando um deslize para se vingar de um dos nossos. Parece pouco, mas os tempos são estranhos. Não sei se tem relação direta com o caso, mas uns passarinhos sem asa que temos por lá nos contaram que garous canadenses estiveram perguntando sobre o passado dos membros da nossa seita. É tudo o que eu posso te contar. Não estamos dispostos a entregar a cabeça de Estevão, mas ele é um flanco aberto pra gente. Basta algum fanático entrar na mesma pira punitivista do philodox pro caldo entornar. Ao mesmo tempo, tem um clima de disconfiança no estrangeiro em relação à capacidade dos garous e feras brasileiros protegerem a integridade de Gaia aqui. Por conta do que está acontecendo no Pantanal, na Amazônia, desmonte de órgãos de proteção ambiental, morte de parentes uktena. Por um lado é bom porque estão mandando reforços para cá, por outro, é um retrocesso depois de décadas em que os estrangeiros foram voltando para casa e a proteção do Brasil ficou a cargo de garous brasileiros. Presença estrangeira nunca é de graça. Então eu fiz ver isso a Anton e Julián. Que estamos difamados, na berlinda. Que é ótimo que eles façam diplomacia e busquem aliados, mas que se a metade da cabeça do Anton está na Rússia e a metade da cabeça e do tempo do Julián está em fazer diplomacia com feras e outras seitas, faz falta alguém que tenha dedicação total ao caern, sobretudo nesse momento. Por isso eles concordaram em me passar a liderança, em considerar que estamos em tempos de guerra. Fora isso, também apareceu um problema menor lá no sul. Essa acho que você não sabe, mas Julián tem uma filha com uma parente dos crias de fenris, da família Rollin. Sempre foi uma ofensa que eles não engoliram, mas agora parece que a moça se juntou com um ahroun da tribo dela e eles começaram a fazer alienação parental com Julián. Não sei o que pretendem, mas a menina vai ser garou e é nossa. O ahroun inclusive é parente da Virna, Ranulfo Tunstall. E olha que a relação entre Fonte Fria e a família Tunstall sempre foi excelente.
Com a matilha acho que quebrei o gelo inicial, uma coisa que já tenho que deixa-lo ciente a Gorgona fez um casulo com ovos no maleiro, eles mesmos se livraram dos ovos foi um ato bem responsável da parte deles, por mais que ela seja um espirito não sabemos como sua reprodução acontece e o impacto que ela pode ter em Fonte Fria, eles estão de olhos abertos para possíveis outros pontos, se você achar pertinente nos coloque na ronda noturna, quero agir junto deles e ver como agem o que acha ?
— Eles não vão poder ficar com a górgona, então. Mas mesmo assim é muito importante que você os treine. Depois vemos outra recompensa para eles. Vou mandar os theurges darem uma olhada na questão dos ovos, discretamente. Quanto à ronda, melhor não. Você já terá o suficiente ensinando escalada para eles. Não se esqueça que a prova é em uma semana. Se precisar de algum lugar, material ou qualquer outra coisa é só me falar.
***
Depois disso, Klauss brincou um pouco com as crianças. Bernardo fez questão de mostrar todos seus jogos favoritos, ensinando a Klauss seus segredos e manhas, que, segundo ele, ninguém mais sabia.
Bárbara sorriu com cumplicidade para Klauss.
— Ele gostou de você. — disse.
Era uma menina calada, com o mesmo ar de fera em tocaia do pai.
***
Quando chegou na sede, Klauss soube que a matilha tinha achado a górgona e que ela estava provisoriamente encerrada em um viveiro vazio de falcões, com espaço para voar. Revisando o celular, viu que não tinham tentado se comunicar com ele em nenhum momento.
O jantar foi tranquilo, o turno da noite tocava a Maiara, Monalisa e Aurora, já que ela estava na seita.
Klauss teve um tempo livre entre o jantar e a hora de dormir porque os meninos estavam revisando matéria atrasada ou fingindo que estavam.
Quando chegou, Dmitri e Vicente já estavam pondo pijamas para deitar. Ben estava só de shorts, em glabro, e Ícaro vestia uma camisolinha de algodão. Pareciam amistosos e relaxados, bem diferente do olhar gélido da hora do almoço.
Todos se deitaram.
— Seu pai vai te passar a klaive quando ele morrer, Dmitri? — perguntou Benjamim.
— Sei lá, isso é com ele. É a tradição na minha tribo. Por que?
— Nada. Caçador de Ovos nos mostrou a klaive dele hoje. — disse Ben.
A matilha riu.
— Quem é Caçador de Ovos? — perguntou Dmitri.
— Klauss. Ele disse que estava colhendo ovinhos de Páscoa quando sofreu a primeira mudança.
— Ah, vai se f... — riu Dmitri
— É verdade — mentiu Benjamim e riram.
***
No dia seguinte todos fizeram suas camas, sob a supervisão rigorosa de Dmitri e foram tomar o café da manhã.
Klauss já estava saindo para iniciar os treinos com a matilha quando foi abordado por Anton, com um sorriso amistoso.
— Klauss, meu querido. Meu filho Filbergues está de licença do exército e vem nos visitar este fim de semana. Vamos fazer um almoço para ele lá em casa e gostaríamos que você e Virna viessem. Tudo bem?
***
Finalmente Klauss estava sozinho com a matilha. Era hora dos treinos começarem.
Lua- Mensagens : 959
Data de inscrição : 06/07/2016
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
— Sim, você pode considerar que estamos em tempos de guerra. Mas não se assute, está tudo bem. Quanto a Julián e Anton, eu não sei bem o que aconteceu, mas tem a ver com a morte de uma parente e a namorada policial dela, no fim do ano passado. Parece que Anton não gostou muito dos detalhes da operação que, de resto, foi limpa e sem rastros. Julián é bom nessas coisas. Eu considero que foi necessário. As duas estavam bisbilhotando a seita, por conta de um processo de guarda da filha adotiva da parente, que tem sangue presas de prata. No caso de Dmitri e Anton é coisa de pai e filho adolescente e começou por conta de uma namoradinha humana que Dimá tinha e Anton estava contra. A queda de braço continua mesmo agora que Dmitri está com Natienka, aquela loirinha que você vê no café. Sabe, Klauss, a grande verdade é que minha mãe podia não ser a garou mais comprometida do mundo, podia gostar mais de cuidar dos bichos dela do que de ser theurge — Kamau sorriu com carinho — ... mas ela tinha uma função moderadora importante aqui. Até pela diferença de idade, Anton e Julián a respeitavam muito, ela punha panos quentes nesse tipo de coisa.. Agora ela faz uma falta...
*Sacode a cabeça concordando, lembrando que participou da cerimonia pelos falecidos de seu avô.*
-- Laura-rya era o equilibrio entre os anciãos e se para mim que tinha uma ligação de pouco tempo ela faz falta imagino como deve estar sendo para você.
- Spoiler:
- Eu pensei bastante nessas coisas quando ela se foi. Também na forma como Anton me boicotava em tudo, no pouco peso que tive em todo esse assunto com Estevão, embora eu devesse estar envolvido, como Vigia. Não falei nada, fui estratégico, me preparei e pedi um desafio. Então ascendi a ancião. Aí as coisas mudaram, eles tiveram que me encarar como igual. Eu pus as cartas na mesa. Temos um inimigo no Canadá, esperando um deslize para se vingar de um dos nossos. Parece pouco, mas os tempos são estranhos. Não sei se tem relação direta com o caso, mas uns passarinhos sem asa que temos por lá nos contaram que garous canadenses estiveram perguntando sobre o passado dos membros da nossa seita. É tudo o que eu posso te contar. Não estamos dispostos a entregar a cabeça de Estevão, mas ele é um flanco aberto pra gente. Basta algum fanático entrar na mesma pira punitivista do philodox pro caldo entornar. Ao mesmo tempo, tem um clima de disconfiança no estrangeiro em relação à capacidade dos garous e feras brasileiros protegerem a integridade de Gaia aqui. Por conta do que está acontecendo no Pantanal, na Amazônia, desmonte de órgãos de proteção ambiental, morte de parentes uktena. Por um lado é bom porque estão mandando reforços para cá, por outro, é um retrocesso depois de décadas em que os estrangeiros foram voltando para casa e a proteção do Brasil ficou a cargo de garous brasileiros. Presença estrangeira nunca é de graça. Então eu fiz ver isso a Anton e Julián. Que estamos difamados, na berlinda. Que é ótimo que eles façam diplomacia e busquem aliados, mas que se a metade da cabeça do Anton está na Rússia e a metade da cabeça e do tempo do Julián está em fazer diplomacia com feras e outras seitas, faz falta alguém que tenha dedicação total ao caern, sobretudo nesse momento. Por isso eles concordaram em me passar a liderança, em considerar que estamos em tempos de guerra.
-- Sempre é bom termos a visão de quem permanecesse no caern, principalmente a visão e liderança de um ahroun sem desmerecer Anton-ry e Julian-rya e me coloco inteiramente a disposição Kamau-rya, Fonte Fria me acolheu de braços abertos e nunca vou virar as costas para a seita.
Fora isso, também apareceu um problema menor lá no sul. Essa acho que você não sabe, mas Julián tem uma filha com uma parente dos crias de fenris, da família Rollin. Sempre foi uma ofensa que eles não engoliram, mas agora parece que a moça se juntou com um ahroun da tribo dela e eles começaram a fazer alienação parental com Julián. Não sei o que pretendem, mas a menina vai ser garou e é nossa. O ahroun inclusive é parente da Virna, Ranulfo Tunstall. E olha que a relação entre Fonte Fria e a família Tunstall sempre foi excelente.
-- Ainda não o conheço, mas se pretendo me juntar a família e se vocês concordarem é claro posso tentar fazer uma ponte pacifica com eles.
— Eles não vão poder ficar com a górgona, então. Mas mesmo assim é muito importante que você os treine. Depois vemos outra recompensa para eles. Vou mandar os theurges darem uma olhada na questão dos ovos, discretamente. Quanto à ronda, melhor não. Você já terá o suficiente ensinando escalada para eles. Não se esqueça que a prova é em uma semana. Se precisar de algum lugar, material ou qualquer outra coisa é só me falar.
-- Apenas de mais alguns dias para os meninos, vamos ver até onde o senso de responsabilidade deles vai, sobre isso se tiverem algumas cordas e equipamento de rapel e do equipamento de segurança para os garotos, ah e se tiver um lugar para recomendar não muito distante daqui agradeço, quero começar trabalhando a resistência deles.
Depois disso, Klauss brincou um pouco com as crianças. Bernardo fez questão de mostrar todos seus jogos favoritos, ensinando a Klauss seus segredos e manhas, que, segundo ele, ninguém mais sabia.
Bárbara sorriu com cumplicidade para Klauss.
— Ele gostou de você. — disse.
Era uma menina calada, com o mesmo ar de fera em tocaia do pai.
*Klauss sorri de volta.*
-- Vou te contar um segredo, eu também gosto muito de vocês, seu pai é um bom amigo e está sendo um excelente líder. E se você seguir os passos dele também será.
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— Seu pai vai te passar a klaive quando ele morrer, Dmitri? — perguntou Benjamim.
— Sei lá, isso é com ele. É a tradição na minha tribo. Por que?
— Nada. Caçador de Ovos nos mostrou a klaive dele hoje. — disse Ben.
A matilha riu.
— Quem é Caçador de Ovos? — perguntou Dmitri.
— Klauss. Ele disse que estava colhendo ovinhos de Páscoa quando sofreu a primeira mudança.
— Ah, vai se f... — riu Dmitri
— É verdade — mentiu Benjamim e riram.
*Klauss riu também.*
-- Ei... não estava caçando ovos... lhes falei que isso é uma tradição de onde eu vim, na realidade minha primeira transformação eu estava pescando com meu avô, Presa de Fenris foi presente dele o Jarl Martelo da Justiça, a Klaive está na minha família a gerações conta-se que um de meus antepassados invocou o grande Fenris para combater seus inimigos e ao devorar seu braço uma de suas presas ficou para trás. Sua presa forma a empunhadura da klaive. Ele me entregou ela e contou essa história no dia de sua morte, morreu em batalha, hoje deve estar com as Valkyrias no Valhalla.
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No dia seguinte todos fizeram suas camas, sob a supervisão rigorosa de Dmitri e foram tomar o café da manhã.
Klauss já estava saindo para iniciar os treinos com a matilha quando foi abordado por Anton, com um sorriso amistoso.
— Klauss, meu querido. Meu filho Filbergues está de licença do exército e vem nos visitar este fim de semana. Vamos fazer um almoço para ele lá em casa e gostaríamos que você e Virna viessem. Tudo bem?
-- Será um prazer Anton-rya, vou falar com Virna ver se ela ainda estará por aqui, assim que ela me confirmar lhe aviso.
*Enquanto caminhava em direção aos garotos, saca seu celular e manda uma mensagem a Virna(Almoço no fim de semana com a família de Anton, topa?), sabia que possivelmente Anton iria usar a ligação dos dois para saber a respeito do primo dela.*
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Finalmente Klauss estava sozinho com a matilha. Era hora dos treinos começarem.
-- Como matilha vocês devem confiar cegamente uns nos outros, mas antes de começarmos, Kamau-rya comentou comigo sobre o incidente no limiar, mas quero ouvir a versão de vocês antes de começarmos e também preciso saber uma coisa pessoal de cada um de vocês... no que vocês são bons? O que fazem de melhor?
Klauss K.- Mensagens : 1002
Data de inscrição : 11/07/2016
Idade : 44
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
— Bem, se você puder ajudar no problema com o pessoal lá do sul eu agradeceria muito — disse Kamau com um sorriso — O material para rapel você pode conseguir em Pedra Lisa, a cidade tem várias lojas de esportes. Escolha o que quiser, me liga e eu faço a transferência bancária. É só falar que é do pessoal do haras ou da ecovila.
Passou o número do celular.
— O melhor lugar para o treino é a Pedra dos Monjes. Pega uma camioneta com Felipe. Se não tiver habilitação, a Virna eu sei que tem. E... ãh... Obrigado por tudo, inclusive pela conversa. Acho que eu precisava desabafar...
***
Virna topou o almoço. Também disse que tinha falado com a família, que estava um pouco surpresa mas muito feliz com o casamento. A Mutti havia dito que faria qualquer esforço que para vê-la se casar com um guerreiro da tribo, ainda mais em um caern. Até melhorou de ânimo. Mas antes ela queria conhecer Klauss pessoalmente.
***
Os meninos se entreolharam, desconfiados.
— Bem, eu sou rápido — disse Benjamim — E como a minha forma natural agora é glabro, fica mais fácil ir a crinos, se eu precisar (Raciocínio 4 - reflexos rápidos).
— Eu acho que sou bom com rituais. A aprendi o de dedicação do talismã super rápido — falou Ícaro. (dom Mestre Ritualista)
— E eu era... eu sou um bom ahroun. Pra minha idade, quero dizer... — disse Vicente (força e destreza 4, briga e esquiva 3, fúria 6, garras afiadas, manha do lutador, fraquezas fatais).
— Você é um ótimo ahroun e um ótimo líder — interveio Ícaro.
Houve um silêncio.
— Aposto que Kamau-rhya falou mal da gente para você, né Klauss — disse Benjamim — Vou contar o que aconteceu lá no limiar, mas não é a nossa versão, é a verdade. Só a gente estava lá.
— Klauss, o que aconteceu depois a gente só pode falar se você der a sua palavra de honra que não vai contar para ninguém — disse Benjamim.
— Espera! — interrompeu Vicente — Tem uma coisa. Klauss, você não falou dos ovos da górgona para ninguém, não é mesmo?
Passou o número do celular.
— O melhor lugar para o treino é a Pedra dos Monjes. Pega uma camioneta com Felipe. Se não tiver habilitação, a Virna eu sei que tem. E... ãh... Obrigado por tudo, inclusive pela conversa. Acho que eu precisava desabafar...
***
Virna topou o almoço. Também disse que tinha falado com a família, que estava um pouco surpresa mas muito feliz com o casamento. A Mutti havia dito que faria qualquer esforço que para vê-la se casar com um guerreiro da tribo, ainda mais em um caern. Até melhorou de ânimo. Mas antes ela queria conhecer Klauss pessoalmente.
***
Finalmente Klauss estava sozinho com a matilha. Era hora dos treinos começarem.
-- Como matilha vocês devem confiar cegamente uns nos outros, mas antes de começarmos, Kamau-rya comentou comigo sobre o incidente no limiar, mas quero ouvir a versão de vocês antes de começarmos e também preciso saber uma coisa pessoal de cada um de vocês... no que vocês são bons? O que fazem de melhor?
Os meninos se entreolharam, desconfiados.
— Bem, eu sou rápido — disse Benjamim — E como a minha forma natural agora é glabro, fica mais fácil ir a crinos, se eu precisar (Raciocínio 4 - reflexos rápidos).
— Eu acho que sou bom com rituais. A aprendi o de dedicação do talismã super rápido — falou Ícaro. (dom Mestre Ritualista)
— E eu era... eu sou um bom ahroun. Pra minha idade, quero dizer... — disse Vicente (força e destreza 4, briga e esquiva 3, fúria 6, garras afiadas, manha do lutador, fraquezas fatais).
— Você é um ótimo ahroun e um ótimo líder — interveio Ícaro.
Houve um silêncio.
— Aposto que Kamau-rhya falou mal da gente para você, né Klauss — disse Benjamim — Vou contar o que aconteceu lá no limiar, mas não é a nossa versão, é a verdade. Só a gente estava lá.
- Incidente no Limiar:
- — Era o nosso Ritual de Passagem. A nossa tarefa era tomar uma ponte de lua até um caern lá no Paraná, ver se uma usina termoelétrica estava maculada pela Wyrm sem despertar suspeitas, avisar um parente que estava acampado no pé do morro onde a usina ficava e voltar para a casa. Vocês lembram o nome do caern?
Os meninos negaram. Vicente falou:
— A garou chamava Rovena alguma coisa Justiceira e o parente Dante Tunstall, os dois crias de fenris
— Isso — disse Benjamim — A nossa vantagem é que sempre tinha crianças brincando em um terreno em frente à termoelétrica, por isso nós não íamos chamar a atenção. A idéia era chegar perto da usina e usar o dom Sentir a Wyrm, que eu aprendi. Então fomos até lá, nos enturmamos e começamos a jogar bola com umas meninas. Na hora certa, eu dei um chutão e mandei a bola do outro lado do portão e saí correndo para buscar. Pulei o portão, corri o mais perto que pude da usina e testei o dom. Estava maculada. Logo apareceu um homem reclamando, então eu peguei a bola e pedi desculpas. Ele abriu o portão para mim resmungando, mas o importante é que a gente já tinha cumprido metade da missão. Aí demos uma desculpa para as meninas e fomos embora. Descemos a ladeira até a mata onde estaria acampado o Dante. Só que não achamos ninguém ali. Tinha só umas coisas desarrumadas, papéis, mantimentos e uma caderneta sem nenhuma folha em branco, cheia de anotações sobre o comportamento anormal dos animais da região e sobre o morro onde ficava a usina, que chamava Pedra Ferida por causa de uma fenda perto do topo, conforme as anotações. Então nós mandamos uma mensagem para a Rovena, avisando que não tinha ninguém no acampamento, mas ela respondeu super grossa, dizendo que o Dante saía para fazer trabalho de campo e que a gente devia esperar. Só que a gente ficou esperando um tempão e o Dante não apareceu. Então a gente começou a pensar se aquilo não era uma "pegadinha" para saber se a gente era capaz de resolver as coisas sozinhos, como adultos, entende? Em vez de ficar esperando ordens dos mais velhos.
— Foi um erro. — disse Vicente, com ar envergonhado — Mas eu só tinha doze anos na época... Eu deixei.
— Também pensamos que Dante podia ter ido investigar o morro e estar precisando de ajuda — disse Ícaro.
— A gente olhava a Pedra Ferida e era muito estranha — disse Benjamim — Quem ia pôr uma usina maculada no topo daquilo sem uma razão? Estava claro que tinha coisa ali e se as seitas não falaram nada era porque aquilo era um teste pra gente e aquela era nossa missão, na verdade. Então decidimos ir pelo menos dar uma olhada, farejar se a Pedra também estava maculada. Deixamos um sinal de "+" escrito na contracapa da caderneta para o Dante saber que o dom tinha dado positivo, se por acaso ele voltasse. Pegamos umas garrafinhas de água, uma lanterna velha, pilhas e partimos. A encosta tinha uns trinta metros, então a gente resolveu subir de volta a ladeira e tentar acessar a fenda pela parte lateral do morro. Era um caminho bem difícil, com pedras e plantas muito esquisitas. E depois uma mata pior ainda. Por isso a gente fez em crinos. Mas ninguém viu, Klauss. Não tinha ninguém ali, não fomos imprudentes com o Véu! Bem, finalmente a gente chegou na fenda estreita de Pedra Ferida. Passamos a hominídeo e entramos. Era um salão largo, com estalagmites bem estranhas no centro. Do teto pingava um líquido.
— Uma gota caiu no meu ombro — disse Ícaro — Doeu na hora, mas o pior veio depois. Até a gente sair da caverna, meu braço tinha virando pedra. Pedra de verdade, Klauss! Depois foi se recuperando, mas olha como ficou!
Ícaro puxou a gola da camiseta e mostrou uma cicatriz grande e profunda no ombro direito.
— Eu testei a Wyrm no salão e nada. Chamamos por Dante e ninguém respondeu — disse Ben — Claro que o mais certo era voltar dali, mas aí a gente já estava curioso. Então a gente foi em frente até o outro salão. Tinha mais cinco daquelas estalagmites estranhas, do tamanho de uma pessoa, parecendo bonecos de neve. Esse salão se abria para mais dois túneis. A gente chamou de novo pelo Dante, só que aí a lanterna apagou!
— Eu ainda consegui trocar as pilhas no escuro — disse Ícaro — mas não adiantou. O jeito foi usar a luz dos celulares.
— Foi aí que começou a soar uma música estranha, igual se fosse vento, mas com melodia, como se fosse uma pessoa assoviando com vento. — disse Benjamim — Claro! Era um lugar assombrado! Aí eu tive certeza que essa era a nossa missão. Eu sou um peregrino silencioso, nos mandaram para uma caverna assombrada! Era isso! Gritei em voz alta para o fantasma aparecer!
— Eu pensei que era o fantasma do Dante — disse Ícaro.
— Mas não era — disse Ben — Era outro. Ele gritou na minha mente: "não pisa na minha câmera!". Iluminei o chão com o celular e ali estava uma câmera fotográfica, perto do meu pé!" Eu lembrei que fantasmas precisam de ajuda e perguntei como eu podia ajudar, mas ele gritou "Indo embora". Então começou uma chuva de insetos, de todos os lados. Entravam pelo nariz, pela boca. A música soava mais alto e o chão tremia igual terremoto.
— A gente correu de volta para a entrada da caverna — disse Vicente — Mas no escuro e na confusão, erramos de túnel. Aí já não tinha jeito.
— Nós corremos um bom tanto antes de perceber que estava errado — disse Benjamim — A gente estava no escuro, só com a luzes dos celulares, que não clareavam mais que dois metros e refletiam na poeria da caverna, fazendo tudo parecer uma névoa brilhante. Percebemos que estávamos perdidos porque apareceu uma coluna, do chão até o teto, que não tínhamos visto antes. E nesse ponto o lugar fedia muito. Ativei o dom e também fedia a Wyrm. Nem preciso dizer que os celulares não tinham sinal. O que você faria no nosso lugar, Klauss? Voltava para trás, onde estava o fantasma e a chuva de insetos, correndo o risco de se perder de novo ou ia atrás do cheiro da Wyrm e pelo menos descobria alguma coisa, cumprindo o que a gente achava que era a verdadeira missão? Nós decidimos ir atrás do fedor. Além disso, o caminho subia, então podia ser que estava levando para uma saída. Minutos depois, estávamos em um salão grande, onde a luz dos celulares se perdia sem mostrar nenhuma parede. Aí fomos no instinto, atrás da pista da Wyrm. Trombamos com uma parede e fomos tateando até chegar em uma câmara sem fundo. Saímos dela. Aí sentimos que o ar estava um pouco mais fresco. Testei, ainda cheirava a Wyrm, e mais forte. A gente andou um pouquiho mais quase às cegas e achou um vão estreito na pedra. E, quando iluminou à frente, viu um portão de ferro meio aberto! Perfeito! A gente estava chegando em algum lugar! Passamos pelo portão e entramos em uma câmara pequena e quadrada, um pouco mais clara, com uma pilha de escombros formando uma escada natural que levava para um buraco no teto. Dali vinha luz, um cheiro tóxico e barulho de máquinas.
— Adivinha o que era, Klauss!— disse Ìcaro.
— A usina termoelétrica! — disse Benjamim — Mas isso a gente só teve certeza quando eu subi pela escada e pus minha cabeça idiota para fora. Noob completo, porque os dançarinos da espiral negra me viram.
— A partir daí foi só correria — disse Vicente.
— A gente tentou lutar e também escapar, tanto pela matéria, quanto indo para a umbra — disse Ben — Eu quase morri, me machuquei bastante, mas em um certo momento fui salvo pelo fantasma ou pelo próprio limiar, nunca entendi direito o que o fantasma explicou.
— Quando eu e Vicente fomos para a penumbra — disse Ícaro — eu vi a projeção umbral da montanha, acima da minha cabeça. Era igual o morro, gigante, translúcido, mas com uma mancha escura no topo. Só que tinha uma mancha maior ainda, verde fosforescente, que se movia como um verme tentando engolir a mancha escura. Você entendeu, Klauss? Eu vi a projeção umbral do Limiar... Atacando a colméia... Porque a termoelética e a caverna eram uma colméia.
— Chupa, matilha do Dmitri! — disse Ben — Duvido que eles já tenham visto uma coisa dessas!
— Mas a gente só foi entender depois — disse Vicente
— O que eu sei é que a gente lutou MUITO naquela caverna! — disse Benjamim — Os anciões só falam nos erros, mas ninguém viu o que a gente lutou. Os dançarinos eram muitos, tinham couraça, um fetiche de coração seco, chicotes. E a gente só uns poucos dons! Resistimos um bom tempo, o Ícaro com o braço ruim, eu ferido sério. O Vicente uma hora fez uma manobra épica, girando o corpo no ar usando uma coluna e caindo atrás de dois monstros. Mas ninguém estava lá. Não tem vídeo dessas coisas, né? Se o pai do Liam achar o vídeo da dança, vão castigar a gente, mas os nossos feitos na caverna não tiveram gravação nem testemunha.
— E eu achei o rio — disse Vicente.
— Também isso! — disse Benjamim — Uma hora o Vicente escutou um barulho de água corrente e gritou para a gente descer pelo túnel. Foi uma coisa arriscada, porque levava a gente mais para dentro da caverna, mais ele acertou! O fundo da caverna era inundado. Tinha um rio subterrâneo passando por ali. E como o rio tinha correnteza, podia levar a gente para fora.
— E o Dmitri ainda fala que fomos "idiotas com sorte". — disse Ícaro — Que a gente não teve estratégia, que não planejou nenhuma ação. Mas isso que o Benja falou não teve nada de sorte. O Vicente foi gênio e salvou a gente dos dançarinos. Eu eu fui corajoso de pular na água porque meu braço já estava paralisado.
— Mas o Benja que teve a idéia de fingir que a gente estava afundando no rio — disse Vicente.
— A gente fingiu que tinha alguma coisa horrível no rio. O fantasma ajudou na mentira, com os poderes dele — disse Benjamim — Ele esteve comigo o tempo todo, Klauss. Teve uma hora, quando o Vicente e o Ícaro estavam na penumbra, que a gente até conseguiu conversar. Ele chamava Gabriel e queria ser youtuber. Foi até Pedra Ferida fazer um vídeo, porque ela tinha fama de assombrada. Morreu por causa da água que pingou nele, igual no braço do Ícaro, só que no caso do Gabriel foi muito mais rápido porque ele era humano. O corpo dele ainda está lá, junto com outros, é uma daquelas estalagmites que parecem bonecos de neve. Mas, voltando, o rio era super raso, tinha lugar que dava pé. A gente foi por baixo da água um pedaço e depois boiando, para a correnteza levar a gente para fora. Só que aí foi aparecendo luz na caverna. Vimos um salão iluminado por tochas. De novo, a gente nem pensou em p*rra nenhuma, fomos nadando até a margem para ver o que era!
— Uma coisa linda! — disse Ícaro — Tinha muitas tochas iluminando a gruta e um teto bem alto, com estalactites enormes, descendo e formando pilares gigantes, com desenhos que pareciam esculpidos, mas não, eram só formas naturais, a gente viu depois. Duas dessas colunas formavam uma espécie de portal. Quando eu cheguei na margem, consegui espiar a penumbra.Vi que uma coisa igual aquela mancha fosforescente de antes aparecia por trás das colunas e estava escorrendo para a matéria através de um buraco bem pequenininho.
— Então o Vicente falou para a gente voltar para a água e ir embora, avisar os mais velhos. Que a gente já tinha visto o suficiente. — disse Benjamim — Mas eu queria ver mais e o Ícaro já estava pegando uma gaiola que ele achou e indo para perto das tochas para ver o que tinha dentro. Era a górgona. Eu testei. O lugar inteiro fedia, mas o morcego-aranha não estava corrompido pela Wyrm. O Ícaro ficou com dó. Achou que os dançarinos iam fazer alguma maldade com ela. O Vicente queria deixar ali e ir embora. Enquanto eles discutiam, eu fui explorando mais e achei tipo uma cela com uma grade sem cadeado e um cheiro horroroso. Ali estava o cadáver do Dante, eu reconheci pela foto que tinham mostrado para a gente. Chamei os meninos. Ficamos decidindo o que fazer em seguida, só que aí começamos a ouvir uns barulhos. Então a gente pegou alguns panos fedendo defunto da cela, saímos e nos escondemos entre uma coluna e a parede da caverna, nos cobrindo com os panos. Você já pode imaginar o que veio depois, né? A gente escutou que seres pesados estavam entrando na cela e arrastando o corpo do Dante. Pelos passos, chegavam muitos, com mais tochas porque a luz do salão aumentou e começou a tremer. Uma voz de mulher cantava um coisa estranha e repetitiva. Senti o fantasma do meu lado, mais assustado que eu, imagina só. Ele disse que a procissão estava indo para outro salão. Então a gente arriscou e foi atrás dela.
— Medroso não podem dizer que a gente é — falou Vicente.
— Ficamos bem atrás dos dançarinos, tentando ver alguma coisa — disse Benjamim — Os dançarinos estavam longe, mas acho que se a gente colasse neles eles nem iam perceber porque estavam meio hipnotizados. Algumas coisas a gente conseguia ver, outras o fantasma contava. Eu sei que a dançarina foi até uma espécie da altar de pedra no meio desse salão, onde tinham postos os restos dos Dante e comeu. Então ela deu um piado, igual um pássaro. E a caverna respondeu com outro piado. Um vento quente começou a soprar lá do outro salão, o das duas colunas. Teve um estrondo e o chão começou a tremer. Os dançarinos cantavam mais forte e umas sombras estranhas apareciam e dançavam igual gente. Aí o vento veio mais forte e mais quente, girando igual um rodamoinho com faixas pretas e verdes se entrelaçando.
— Aí eu disse para a gente ir embora, correndo — disse Ícaro — As duas forças estavam ali, brigando. Agarrei firme a gaiola e corremos contra o vento, de volta ao salão das colunas, escondendo, abaixando e escapando da lufada sobrenatural no puro instinto, tentando chegar até o rio. A gente só ouvia os dançarinos cantando mais forte, igual loucos. Eu olhei para trás e vi que um vórtice se formava sobre o altar. Aí o Vicente mandou que eu largasse a gaiola, fosse a crinos e pulasse na água com eles.
Benjamim fez um gesto para que Ícaro parasse. Os três meninos se entreolharam.
- rolagem:
- Klauss rolls 9 dice to carisma + raça pura (Diff 8) 3,1,7,8,5, 9,8,8,3 [3 successes]
— Klauss, o que aconteceu depois a gente só pode falar se você der a sua palavra de honra que não vai contar para ninguém — disse Benjamim.
— Espera! — interrompeu Vicente — Tem uma coisa. Klauss, você não falou dos ovos da górgona para ninguém, não é mesmo?
Lua- Mensagens : 959
Data de inscrição : 06/07/2016
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
— Bem, se você puder ajudar no problema com o pessoal lá do sul eu agradeceria muito — disse Kamau com um sorriso — O material para rapel você pode conseguir em Pedra Lisa, a cidade tem várias lojas de esportes. Escolha o que quiser, me liga e eu faço a transferência bancária. É só falar que é do pessoal do haras ou da ecovila.
Passou o número do celular.
— O melhor lugar para o treino é a Pedra dos Monjes. Pega uma camioneta com Felipe. Se não tiver habilitação, a Virna eu sei que tem. E... ãh... Obrigado por tudo, inclusive pela conversa. Acho que eu precisava desabafar...
--Sabe que sempre pode contar comigo, apesar de não fazer parte do caern oficialmente considero fonte Fria como sendo minha casa aqui no Brasil.
Os meninos se entreolharam, desconfiados.
— Bem, eu sou rápido — disse Benjamim — E como a minha forma natural agora é glabro, fica mais fácil ir a crinos, se eu precisar (Raciocínio 4 - reflexos rápidos).
— Eu acho que sou bom com rituais. A aprendi o de dedicação do talismã super rápido — falou Ícaro. (dom Mestre Ritualista)
— E eu era... eu sou um bom ahroun. Pra minha idade, quero dizer... — disse Vicente (força e destreza 4, briga e esquiva 3, fúria 6, garras afiadas, manha do lutador, fraquezas fatais).
— Você é um ótimo ahroun e um ótimo líder — interveio Ícaro.
Houve um silêncio.
— Aposto que Kamau-rhya falou mal da gente para você, né Klauss — disse Benjamim — Vou contar o que aconteceu lá no limiar, mas não é a nossa versão, é a verdade. Só a gente estava lá.
-- Por isso quero ouvir de vocês.
*Klauss acompanha a narrativa dos garotos praticamente sem piscar concordando com a cabeça em vários pontos e não deixando de sorrir com o Chupa, matilha do Dmitri!.*
— Klauss, o que aconteceu depois a gente só pode falar se você der a sua palavra de honra que não vai contar para ninguém — disse Benjamim.
-- Vocês tem minha palavra.
— Espera! — interrompeu Vicente — Tem uma coisa. Klauss, você não falou dos ovos da górgona para ninguém, não é mesmo?
-- Vocês querem saber o que falei com Kamau é isso? Façamos o seguinte trocamos segredos como votos de confiança entre nós, terminem sua história que explico a vocês o que está acontecendo aqui em Fonte Fria.
Klauss K.- Mensagens : 1002
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Idade : 44
Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil
-- Vocês querem saber o que falei com Kamau é isso? Façamos o seguinte trocamos segredos como votos de confiança entre nós, terminem sua história que explico a vocês o que está acontecendo aqui em Fonte Fria.
- rolagem:
- Klauss rolls 13 dice to convencer garotos (Diff 8) 6,10,8,9,3, 3,1,10,4,3, 10,10,9 [6 successes]
Os meninos se entreolharam desconfiados e Klauss chegou a ver nos olhos de Vicente a mesma chispa de sagacidade que se vê no olhar dos philodox. Mas ele tinha dito bem suas palavrsa, com um tom firme e tranquilizador que combinava muito bem com a imagem de jovem herói, sábio e confiável, que lhe conferia a raça pura. Cederam.
— Eu não queria deixar a górgona para trás — contou Ícaro com pesar nos olhos — Mas Vicente me mostrou que nós não íamos conseguir fugir comigo nadando só com um braço, Ben ferido e ainda carregando uma gaiola. A górgona ia morrer afogada. Então eu abri a gaiola e soltei ela, orando a Gaia para que achasse uma saída. Só que a górgona voou direto para o meio do portal, que explodiu! O rio virou um turbilhão e nós afundamos, giramos dentro d´água, sem saber se íamos para cima ou para baixo. Eu sem querer passei a hominídeo. No fim, de algum jeito conseguimos chegar à superfície, mas a água já quase encostava no teto da caverna. O Ben estava em lupino, ninguém entendia porque. A água, então, chegou no teto e tivemos que prender a respiração. Achei que ia morrer, mas no fim a correnteza nos levou para fora e pudemos respirar. Já era noite. Saímos, mas não vimos o Ben. Daí o Vicente pulou na água e voltou com ele, desmaiado em lupino. De novo, não entendemos nada. Fizemos massagem no peito e assopramos na boca dele, sem nem saber como fazer, mas deu certo porque ele cuspiu água e acordou. Então nós ficamos lá, na margem do rio, com frio, com fome, sem celular e sem saber como voltar para o caern. Também sem vontade de procurar ajuda humana e ter que explicar o que era o Ben, porque ele não conseguia sair de lupino. Eu também estava preso em hominídeo, mas nessa hora não percebi. De repente a gente ouviu um barulho de asas e, adivinha, Klauss! Era a górgona! Parecia brilhante, energizada.
A matilha fitou Klauss.
— Você entende o que aconteceu? — perguntou Ícaro — A górgona esteve no meio do combate entre as forças da Wyld e da Wyrm, ela sobreviveu à explosão de tudo aquilo! Entende o quanto ela é poderosa? Eu sou só um cliath e nem posso falar disso com os outros theurges, mas o que eu acho que foi a górgona que provocou a explosão, como uma fagulha, sabe, desequilibrando o jogo para o lado da Wyld e criando o Limiar. Talvez não seja isso, mas de qualquer jeito ela tem muito poder. Por isso a gente não pode contar para os anciões, senão eles vão tirar ela da gente. Provavelmente destruí-la. Ninguém pode saber. Você tem que honrar sua palavra de não contar para ninguém, ouviu?.
— Para o bem dela, Klauss, é melhor que todos achem que é só um pet— disse Vicente.
— Só que para a gente, ela é um membro da matilha — disse Ícaro — Eu me comunico com ela, é um ser que sente. Ela me perdoou por ter abandonado ela na caverna. Caraca, aquele foi o pior momento da minha vida.
Houve um silêncio.
- Confidências:
- pais:
- — A pior momento da minha vida foi quando perdi meus pais — falou Vicente.
— Desculpa, Vin. Não quis comparar...— disse Ícaro.
— Eu sei. É só que eu lembrei. Tenho certeza que contaram isso também para você, né Klauss. Que eu sou estranho... que eu tenho flashbacks daquela noite, quando meus pais faleceram. Que eu... que eu ataquei meus pais... e eles morreram.
Vicente fazia força para ser forte, mas seus olhos estavam úmidos. Ícaro passou o braço por seu ombro. Benjamim tentou mudar o foco.
— O pior momento da minha vida foram todas as vezes que meu pai falou que vinha me visitar e não veio — sorriu com amargura — A minha mãe criou a gente sozinha. Ela sempre dizia que o meu pai não aparecia porque ele era um peregrino silencioso e a vida deles é a estrada. Só que eu vim para cá e o Julián também é peregrino silencioso, mas quando ele volta de viagem ele sempre me chama, quer saber o que eu aprendi enquanto ele não estava e me conta as coisas que ele viu. A Aurora, a mesma coisa. Então eu entendi que meu pai não vinha porque ele não gostava de estar na nossa casa, mesmo.
— Meu pai também viajava bastante, ele era piloto — disse Vicente — Mas quando ele estava em casa, ele e minha mãe brigavam muito. Eu odiava porque minha irmãzinha tinha crise de ansiedade e eles continuavam discutindo. Foi o que aconteceu naquela noite... Não estou justificando... mas foi assim que começou meu frenesi...
— Os meus pais até que são tranquilos — disse Ícaro — Eles tentam lidar bem com o que aconteceu comigo... Você sabe o que aconteceu comigo, né, Klauss? É só ver meu jeito.
Os meninos riram.
- mudanças / tribos:
- — Naquele noite, despois da explosão no Limiar, a gente achava que só o Ben estava estranho — disse — Quando os garous chegaram, ele ainda estava em lupino. Foi o pessoal da Fonte Fria que nos procurou, sabe? A Rovena nem ligou. O Dmitri falou que os crias de fenris são assim, que para eles se um filhote morrer no rito de passagem é porque não seria bom o suficiente para ser da tribo. Mas nós sobrevivemos ao rito, essa é a verdade. Quando voltamos para cá, parecia que só meu braço tinha mudado, mas quando eu fui fazer xixi eu quase morri do coração.
Gargalhadas.
— Mas foi sério, de verdade. Não tinha nada lá, quer dizer, tinha, de menina! — prosseguiu Ícaro — Eu não tive coragem de contar a ninguém, nem para a matilha. Eu tinha muita vergonha, nem banho queria tomar para não ver meu corpo, eu só pensava em me matar. A seita achava que eu estava triste pelo braço, mas isso não era nada. Só que aí começou a me acontecer... ãh... coisas de meninas. Então eu tive que procurar as fúrias negras. Elas foram muito boas comigo, conversaram bastante, me levaram para Midori, que é a médica daqui.
— Graças a Gaia, com o tempo a gente foi se recuperando. — disse Ben — Eu voltei a mudar de formas, só que a minha forma natural passou a ser glabro. Mas eu não acho ruim, eu até gosto mais.
— O meu braço e o resto do corpo também estão quase como antes — Ícaro riu — Só que agora eu sou os dois, menino e menina. Também gosto mais assim. Minha mãe de vez em quando se lamenta, faz uns dramas, diz que eu era o garotinho dela e que devia fazer algum tratamento hormonal. O meu pai é mais de boas. Mas ele vem com aquela conversa de senhor das sombras. Que o bom é que assim eu vou confundir meus inimigos, que eu vou manipular melhor porque entendo como é a cabeça de homens e mulheres. Mas que inferno. O que eu sou não é uma ferramenta. Disso eu não gosto na minha tribo, é muita pressão para ser esperto e passar os outros para trás.
— Também não gosto disso — disse Vicente — Comigo também parecia que não tinha acontecido nada, mas às vezes eu mudo de lua. É horrível. O meu maior medo é deixar de ser ahroun. Também tenho medo de um dia atacar minha irmã e meu avô. Então seria melhor ser philodox e controlar melhor a fúria, mas eu não quero. Não sei. Ás vezes eu estou tão cheio de ódio e tristeza que nem posso dormir.
Fez-se silêncio.
- amores:
— Foi assim que ele descobriu que o Dmitri some no meio da noite — sussurrou Ben, inclinando o corpo para Klauss, em tom de conspiração.
Os demais meninos riam.
— Se você levantar de noite vai ver que a cama dele só tem umas cobertas enroladas— riu Ícaro — No outro dia o besta finge que esteve o tempo todo ali. Acha que a gente não percebe.
— Eu acho que ele vai para o quarto da Natienka — disse Ben — É o que eu faria.
Um riso malicioso tomou conta dos garotos.
— Um dia eu vou roubar aquela namorada dele — anunciou Ben, muito sério.
— Naaaaah — fizeram os demais.
— E por que não?— disse Ben — Eu não sou feio em hominídeo e também sou galliard. Sei falar coisas bonitas para uma menina. Já pensou a cara do presa de prata?
Todos riram.
— O problema é que se você roubar ela, vai ter o Dmitri e o presa de prata velho no seu pé . Essa parrente é para os nobrrrrrs — imitou Ícaro.
Novos risos.
— Anton-rhya é insuportável igual o filho. — disse Ben.
— Mas antes o Dmitri não era assim antes. Ele espanou de tanto o pai encher o saco dele com essas coisas de linhagem — disse Ícaro.
— Se você pegar a Natienka vai partir o coração do Liam — disse Vicente.
Os demais se calaram.
— Tadinho —disse Ícaro suavemente— O Liam tem um crush na Natienka, Klauss.
— Métis amadurece mais cedo — explicou Ben — O Liam é só uma criança, mas é como se ele tivesse doze, treze anos. Só que ele é inocente porque só viveu seis anos.
— E como é surdo, às vezes parece que ele é meio tonto. Mas na verdade ele é muito inteligente — disse Ícaro — Só que vai ser difícil para ele com as parentes. Por ser métis. Esse é o meu maior medo também, que um dia não deixem eu ficar com a ou o parente que eu quero, porque talvez eu seja como um métis, infértil. Isso aqui pesa muito.
Fez -se um longo silêncio. Klauss pensou que eles tinham terminado.
- Crime e Castigo:
- — Klauss, te contaram do Campo de Batalhas? — finalmente disse Ben — Acho que também temos que contar nossa "versão" sobre isso. Que, de novo, não é versão, é o que aconteceu porque só a gente... e a Daura... estava lá... naquele festim de assembléia. Isso faz uns seis meses. Mas vamos do começo. Eu não sei como é nas outras seitas, mas aqui tem uns parentes solteiros que gostam de ficar rondando as assembléias. Não são os que estão fazendo a guarda. Eles só ficam ali... disponíveis, está entendendo?
Risos nervosos.
— A Daura era uma delas — prosseguiu — Ela era amante do Kamau-rhya, mas também saia com outros garous. Então no festim daquela noite, a gente encontrou a Daura e quis ficar com ela. Só que ela mandou a gente embora porque a gente é muito novo. Também porque naquela noite estava a matilha de Ahmed e todas as parentes se derretem por ele. Mas a gente não foi embora. a gente ficou ali, em volta dela, em crinos, meio paralizados de ódio e frustração. Mas eu juro por Gaia, Klauss, que a gente não ia fazer nada violento. A gente não ia matar a Daura nem forçar ela a nada. Foram só uns segundos. Mas aí apareceu Ahmed e pôs a gente para correr. Só que na matilha dele tem uma fúria negra e um philodox, então no dia seguinte a gente foi chamado diante das fúrias, dos philodox e do Conselho de Anciões. O Conselho mandou a gente para o Campo de Batalha, reviver as guerras em que esse crime foi usado como arma... Foi um pesadelo, principalmente para o Ícaro.
— A gente cumpriu nosso castigo, aprendemos a pior das lições — disse Ícaro —Mas nunca mais nos trataram como antes. Essa é a verdadeira razão porque todo mundo nos odeia aqui, eu acho.
— Agora você sabe TUDO sobre a gente — disse Vicente — Vai cumprir sua palavra de honra, né Klauss? Não pode contar para ninguém sobre a explosão, sobre o poder da górgona e nem que ela pôs ovos. E também tem que nos contar o que está acontecendo aqui. Tem a ver com a gente? É culpa nossa?
Lua- Mensagens : 959
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