Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

~ Estevão
Klauss, acho que não te explicaram direito. Não existe animatrônicos na cidade. O que aconteceu é que, como estavam circulando vídeos amadores mostrando as górgonas, nós fizemos um video fake onde um técnico demonstrava que esses videos eram de uma empresa de efeitos especiais americana (que nós inventamos) testando seus animatrônicos. Como quando viralizam supostas cenas de guerra e depois alguém faz um video mostrando que são imagens retiradas de videogames, entende?

Duas horas e meia depois, Liam apareceu de bicicleta trazendo uma credencial da CETESB; uma maleta com alguns itens de papelaria e folhas impressas com documentos e relatórios de inspeção que Klauss poderia usar de modelo e um exemplo de roteiro de inspeção...

... o  aviso de que a notificação da visita estava inserida no sistema, uma muda de roupas formais, guarda-chuva e um grande sanduíche com água, suco e uma fruta, pois já estava quase na hora do almoço.

— Precisa de mais alguma coisa? — perguntou Liam com capa de chuva sobre a bicicleta.

Ao verificar o chat, Klauss viu que Monalisa tinha saído com Cauã para a entrevista; que a matilha de Ben tinha posto armadilhas discretamente ao redor à pousada e que Aretha e os bastets haviam encontrado górgonas na igreja e na mata ao redor da cabana, respectivamente.

--  Acho que você que não entendeu Estevão, estava sugerindo me passar por alguém da empresa para recuperar os animatronicos. qual seria a desculpa, a tempestade fez com que perdêssemos o sinal de alguns deles e estamos os recuperando, simples assim.

*Em seguida fala olhando para Liam para que ele leia os lábios de Klauss.*

-- Estou me esforçando.

-- Quantas capturadas até agora? Alguém se machucou?

*Em seguida pega os papeis e os le vendo o roteiro que precisa seguir enquanto come, estaciona numa rua com pouco movimento, troca a roupa dentro da caminhonete em seguida vai até próximo a entrada da ETE, estaciona do lado de fora, coloca o crachá e se aproxima do portão e faz sinal para o guarda, ativa o dom Persuasão e vai mante-lo ativo o tempo que for necessário, em seguida ativa o dom Perturbar tecnologia se concentrando nas câmeras de segurança..*

-- Boa tarde, fiscalização agendada da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, acredito que estou sendo aguardado. Se o senhor ... *Olha o crachá do segurança e fala o nome dele* puder agilizar a minha entrada e informar aos técnicos sobre minha chegada serei grato.

~ Estevão
Empresa americana, Klauss. Nós não dissemos que os animatrônicos estavam em Pedra Lisa. É pouco verossímil e difícil de sustentar.

~ Cauã
Vocês estão perdendo tempo com isso. Esquece os animatrônicos, Klauss. Você vai acabar atrapalhando nosso trabalho de contrainformação.

O guarda Fabiano Martins olhou Klauss de cima a baixo, franzindo o cenho ao escutá-lo falar.

— Oxi, quer dizer que agora só gringo tá passando em concurso?— riu, enquanto examinava atentamente a credencial da CETESB — Nunca te vi por aqui. O que aconteceu com os outros inspetores?

Tentou interfonar, sem sucesso. Saiu da cabine.

— Mas tú é grande, hein? Crossfitero? — disse, mantendo certa distância e olhando a região do peito e cintura de Klauss, e depois para a rua.

O que aconteceu com os outros inspetores?

*Klauss entra na brincadeira do guarda.*

-- Estabilidade seu Fabiano, minha mãe sempre dizia estude pra passar em concurso e vai ficar sossegado o resto da vida, se ela soubesse... mas então senhor Fabiano eu atendo as denuncias via ouvidoria, nossa central acabou recebendo a informação de um trabalhador que deu entrada no Hospital Geral com uma forte irritação na pele. O senhor chegou a saber o que houve?

rolagem:

-- Um pouco de tudo seu Fabiano quando se mora na capital precisa saber se defender, ja fiz cross, musculação, kravmaga, muai thay, só não fiz o tal de jiu-jitsu, não curto esse lance de rolar no chão com outro homem.

-- Sou quem atendo esse tipo de incidente seu Fabiano. Mas como tem papelada que precisa ser preenchida aqui, estou eu pra ver o que houve.

— Sei, não. Só vi ele entrando todo empolado no SAMU. Parece que foi fumar debaixo de uma árvore e teve uma reação alérgica a alguma coisa, vai ver foi um mandruvá. Mas ele ainda está de licença.

— Meu filho é lutador de jiu-jitsu. Tem um dojo muito bom aqui — disse o guarda, sério.

— Não quer estacionar aqui dentro? — Fabiano abriu a passagem para pessoas do portão — Como o interfone está mal, vou pedir para o senhor entrar por aquela porta de vidro e se apresentar para a recepcionista. Ela vai avisar o direto de que senhor chegou.

Klauss tenta se mostrar surpreso com a fala do segurança.*

-- Eita então foi feia a coisa mesmo, o senhor sabe dizer o local onde aconteceu? Por que se foi uma reação alergica tão intensa vamos precisar averiguar, até para considerar como acidente de trabalho.

-- Hum... ele fica só em técnicas de chão ou também luta em pé? Jiu-jitsu anda em alta por conta do MMA.

*Klauss se dirige ao prédio sempre observando se as câmeras estão funcionando, e se dirige a recepcionista.*

-- Bom dia, temos uma fiscalização agendada. O seu Fabiano tentou interfonar, mas parece que vocês estão com algum problema técnico. Isso ja aconteceu antes?

— Seu André Luiz, chegou o inspetor. Estamos com problemas no interfone, vou chamar a manutenção.

— Obrigado, Suleima. Entre, por favor, senhor Weber

O diretor fez um gesto para que Klauss se sentasse.

— A que devemos a visita? — disse em um tom firme. O diretor era um homem na casa dos cinquenta, com pele morena e cabelos grisalhos. Encarou Klauss como se pudesse atravessá-lo com o olhar — Já passamos pela inspeção regular e a visita do técnico do Ministério da Saúde está agendada para amanhã.

— E como se chama o trabalhador, senhor Weber?

*Klauss sorri e responde com convicção.*

-- Obrigado por confirmar que o incidente realmente aconteceu, o senhor sabe muito bem que nas denuncias não recebemos identificações, apenas informações do ocorrido, agora temos duas opções o senhor pode chamar o responsável pela Segurança e Saúde no Trabalho e eu preencher meu relatório, ou negar o pedido e eu coloco no relatório que o diretor André Luiz Oliveira se negou a passar as informações necessárias e mais tarde descobrimos o que acontece.

— Imagino que seu eu perguntar o nome do seu chefe também não vai saber dizer, não é mesmo?

O diretor observou a figura de Klauss por uma fração de segundo e prosseguiu em voz calma e pausada, como quem conversa com um sequestrador.

— Ouça, eu não sei o que está acontecendo aqui, mas se você disser objetivamente o que quer, e se for razoável e dentro da lei, eu posso fazer. Quer falar com o técnico em segurança do trabalho? Eu chamo ele, mas tem que ser por celular porque ele está em horário de almoço.

*Klauss ignora a fala dele sobre o chefe.*

-- Se o senhor quer jogar abertamente, vamos direto ao ponto, o senhor deve saber sobre o que causou a reação alérgica no seu funcionário, em todos esses anos trabalhando aqui o senhor ja viu muita coisa estranha, mas nunca nada desse jeito, estou aqui para resolver esse problema antes que se torne uma infestação e se espalhe pela cidade. Não será nada fora da lei, quando tudo acabar o senhor nunca mais me verá de novo.

— Como eu disse, a visita do técnico do Ministério da Saúde está marcada para amanhã. Essa atribuição é dele.  Então agora você vai sair da minha sala, voltar para o seu trabalho e pedir para que o seu chefe entre em contato comigo para explicar essa visita tão estranha. Caso contrário eu vou chamar a polícia.


O diretor pegou o celular.

*Mantendo a calma habitual Klauss se levanta e caminha até o diretor e estende a mão, caso o diretor não aperte sua mão toca em seu ombro.*


--Agradeço por me receber tão prontamente.

*Sem entender porque seu dom não havia funcionado, Klauss se concentra  e usa o dom novamente.*

-- Foi um prazer conhece-lo, apenas gostaria de reiterar o quanto seu trabalho é importante.

— O prazer foi todo meu — respondeu o diretor, dessa vez com um sorriso amável e o aspecto de estar encerrando uma conversa de trabalho normal e sem contratempos.

Klauss voltou pelo corredor. Ao passar pela recepção, percebeu o olhar de Suleima percorrendo-o de cima a baixo.

— Ah, eu ia levar um cafezinho para vocês. Já está pronto. Aceita? — disse ela, mordendo levemente o lábio inferior.

*Klauss abre o seu melhor sorriso e se aproxima da recepção...
-- Claro, que sim

*... enquanto pega o cafezinho, procura tentar ver o que o computador da recepção mostrava bem como se o sistema de telefone e segurança havia voltado a funcionar*

-- Suleima seu nome? Diferente, qual a origem?

*Klauss demonstra interesse em tudo que a recepcionista fala, lançando seus olhares mais sedutores.

-- Então Suleima, trabalha a muito tempo aqui?

Eu estou sempre na estrada sabe, essas coisas de atender a ouvidoria, denuncias na nossa área de trabalho quase sempre trazem muitos problemas, uma vez fui atender uma denuncia sobre um jacaré na rede de esgoto, e pra pior tinha mesmo... mas nunca achei nada tão estranho quanto essa aqui...

Suleima fez um ar de surpresa.

— O que o senhor... (Posso chamar de você?) O que você acha tão estranho aqui?

— Você quer ver o lugar onde o pessoal costuma fumar, é isso? — disse ela, ainda perplexa — Se quiser, eu posso te levar e depois volto para a recepção, rapidinho.

*Klauss da um sorriso meio torto.*

-- As vezes viajo nas minhas linhas de raciocínio, preciso ver o local onde ele foi encontrado, ou onde ele disse que estava quando começou a reação alérgica. Preciso ver há algum indicio do que pode ter acontecido.