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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Lua Sáb Jul 22, 2023 12:19 pm

*Klauss espera Amanda sair, em seguida vai até Aleksey.*

-- O ritual da pedra caçadora apontou seu atelier duas vezes... e se realmente ele estiver lá ... ele tiver sido desmontado...derretido... sei la... sei parece uma hipótese louca... mas quero ajudar... como estou ajudando os garotos sinto que tenho que provar a inocência deles.


— Vamos conversar — disse Alekey em voz baixa, olhando em volta.

Depois se sentou em um banco e convidou Klauss a fazer o mesmo.

Então cravou-lhe os olhos esverdeados.

— Não é uma hipótese louca, você acertou, o bracelete foi fundido — Alekey expirou — O Estê é impulsivo, achou que o ritual apontava restos do material com que o bracelete foi feito e não pensou mais nisso. Mas eu fiquei ruminando.... Se uma peça de metal desaparece onde tem forja e maçarico, pra mim é meio obvio que a fundiram. Quando te falei que não acreditava que tivesse sido o Ben, eu já tinha uma certa suspeita, mas preferi não acreditar. Só que quando fui fazer o segundo bracelete para Amanda, tive que admitir que havia mais prata do que o esperado. Também estavam as pedras, com leves marcas de já terem sido engastadas antes. Um bom trabalho.

Aleksey baixou os olhos para a folhagem do chão.

— Só tem um garou capaz de roubar o bracelete de Amanda, ir para meu ateliê quando não estou, tirar cuidadosamente as pedras, guardar no lugar, fundir o bracelete e deixar a prata na forma de barra pra guardar com o resto. Alguém que já tenha me visto trabalhar muitas vezes. Alguém com o dom de operar máquinas simples, talvez, para conseguir fazer tudo bem feito.

Encarou Klauss com tristeza.

— Você tem um palpite?

rolagem:

Era mais que evidente para Klauss que Aleksey amava a pessoa suspeita, que aquela conversa era delicada para ele. Só podia ser alguém muito próximo, talvez da família.

— Também não acho justo que pairem suspeitas sobre a matilha de cliaths. Mas eu queria falar com meu suspeito antes, Klauss. Sem philodox, só conversar com ele. Você pode esperar um pouco?
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Mensagem por Klauss K. Seg Jul 24, 2023 10:37 am

— Vamos conversar — disse Alekey em voz baixa, olhando em volta.

Depois se sentou em um banco e convidou Klauss a fazer o mesmo.

Então cravou-lhe os olhos esverdeados.

*Klauss senta-se ao lado de Aleksey.*



— Não é uma hipótese louca, você acertou, o bracelete foi fundido — Alekey expirou — O Estê é impulsivo, achou que o ritual apontava restos do material com que o bracelete foi feito e não pensou mais nisso. Mas eu fiquei ruminando.... Se uma peça de metal desaparece onde tem forja e maçarico, pra mim é meio obvio que a fundiram. Quando te falei que não acreditava que tivesse sido o Ben, eu já tinha uma certa suspeita, mas preferi não acreditar. Só que quando fui fazer o segundo bracelete para Amanda, tive que admitir que havia mais prata do que o esperado. Também estavam as pedras, com leves marcas de já terem sido engastadas antes. Um bom trabalho.

Aleksey baixou os olhos para a folhagem do chão.

— Só tem um garou capaz de roubar o bracelete de Amanda, ir para meu ateliê quando não estou, tirar cuidadosamente as pedras, guardar no lugar, fundir o bracelete e deixar a prata na forma de barra pra guardar com o resto. Alguém que já tenha me visto trabalhar muitas vezes. Alguém com o dom de operar máquinas simples, talvez, para conseguir fazer tudo bem feito.

Encarou Klauss com tristeza.

— Você tem um palpite?

-- Lian... Deixe eu advinhar, Lian é ragabash, explica o fato de Amanda não ter percebido ele se aproximando.

— Também não acho justo que pairem suspeitas sobre a matilha de cliaths. Mas eu queria falar com meu suspeito antes, Klauss. Sem philodox, só conversar com ele. Você pode esperar um pouco?

-- Não vejo problemas, afinal de contas é uma suspeita não é mesmo, espero sinceramente que estejamos errados, espero pela seu retorno, ah vamos deixar somente entre nós por enquanto, se estiver bem pra você é lógico.
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Mensagem por Lua Seg Fev 05, 2024 9:23 pm

ANTERIORMENTE EM UMA MATILHA DIFICIL..:
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Mensagem por Lua Qui Fev 08, 2024 11:03 am

Klauss ficou sentado no banco de madeira, imerso na serenidade do pomar que se estendia diante dele. Em suas visitas ao caern, as horas eram quase sempre tomadas por questões urgentes ou pelo treinamento das matilhas, deixando-lhe pouco tempo para apreciar a beleza daquele oásis oculto em um mundo de trevas. Mas, naquele instante, ele se permitia apreciar os aromas das árvores nativas em flor, cujas cores suaves contrastavam com a intensidade de cores, cheiros e sabores das frutas pendentes nos galhos das macieiras, pereiras, pessegueiros, ameixeiras e outras árvores adaptadas ao clima serrano. Uma brisa fresca trazia o odor dos pinheiros, mesclando-o com os perfumes do pomar e agitando as folhas das árvores, que uniam seu murmúrio ao som do canal que traz as aguas frias da montanha até as plantas do caern.

A imagem de Virna sorrindo surgiu em sua mente.

Então escutou um assobio e notou Julián na varanda, chamando-o à sede.

Encontrou boa parte da seita reunida na ampla sala de estar. Estavam Julián, Kamau, Anton, Estevão, Braço de Aranha, Agnella, a matilha de Vicente e seus pais garous (Salta Montanhas e Chama o Dia), assim como a matilha de Dmitri. Lembravam uma assembleia. Havia varios lugares nos sofás e Klauss podia se sentar onde quisesse.

Acomodou-se, percebendo o silêncio incômodo. Todos pareciam tensos e intrigados. Pouco depois, chegou Aleksey, conduzindo suavemente Liam. Ao lado do parente de quase um metro e noventa, Liam parecia uma criança assustada, o que era ressaltado por seus traços belos e delicados, como os de um personagem de anime. Ninguém diria que era um métis. Liam se aninhou entre Estevão e Aleksey.

Depois de um olhar do parente, começou a gesticular.

Klauss viu muitas caras se contraírem e olhos se arregalarem. Aleksey traduziu:

— Liam pede perdão a todos porque foi ele quem pegou e derreteu bracelete.
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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Klauss K. Qui Fev 08, 2024 3:24 pm

Klauss ficou sentado no banco de madeira, imerso na serenidade do pomar que se estendia diante dele. Em suas visitas ao caern, as horas eram quase sempre tomadas por questões urgentes ou pelo treinamento das matilhas, deixando-lhe pouco tempo para apreciar a beleza daquele oásis oculto em um mundo de trevas. Mas, naquele instante, ele se permitia apreciar os aromas das árvores nativas em flor, cujas cores suaves contrastavam com a intensidade de cores, cheiros e sabores das frutas pendentes nos galhos das macieiras, pereiras, pessegueiros, ameixeiras e outras árvores adaptadas ao clima serrano. Uma brisa fresca trazia o odor dos pinheiros, mesclando-o com os perfumes do pomar e agitando as folhas das árvores, que uniam seu murmúrio ao som do canal que traz as aguas frias da montanha até as plantas do caern.

A imagem de Virna sorrindo surgiu em sua mente.

Então escutou um assobio e notou Julián na varanda, chamando-o à sede.


*Klauss sai de seus devaneios ao ouvir o assobio do ancião e caminha calmamente em direção a sede.*

Encontrou boa parte da seita reunida na ampla sala de estar. Estavam Julián, Kamau, Anton, Estevão, Braço de Aranha, Agnella, a matilha de Vicente e seus pais garous (Salta Montanhas e Chama o Dia), assim como a matilha de Dmitri. Lembravam uma assembleia. Havia varios lugares nos sofás e Klauss podia se sentar onde quisesse.

*Entra na sala cumprimentando a todos que não havia encontrado ainda naquele dia, senta em uma das poltronas que possa ter visão de todos.*

Acomodou-se, percebendo o silêncio incômodo. Todos pareciam tensos e intrigados. Pouco depois, chegou Aleksey, conduzindo suavemente Liam. Ao lado do parente de quase um metro e noventa, Liam parecia uma criança assustada, o que era ressaltado por seus traços belos e delicados, como os de um personagem de anime. Ninguém diria que era um métis. Liam se aninhou entre Estevão e Aleksey.

Depois de um olhar do parente, começou a gesticular.

Klauss viu muitas caras se contraírem e olhos se arregalarem. Aleksey traduziu:

— Liam pede perdão a todos porque foi ele quem pegou e derreteu bracelete.

*Klauss permanece em silencio, sabia que muito iria ser dito e que os ânimos iriam se alterar e também sabia que Liam deve ter agido com a intenção de ajudar seus amigos. Mas esperaria que os de posto mais elevado se manifestassem primeiro.*
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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Lua Ter Fev 13, 2024 1:42 pm

— Por que? — disse Amanda, inclinando o corpanzil branco e peludo adiante, com o cenho franzido.

Da poltrona que escolhera, Klauss podia ver as expressões de todos. Como a de Liam, que se encolheu estrategicamente entre os pais e sussurrou com voz dengosa:

— Eu não achei justo a matilha do Vicente ter que arriscar tudo contra fosterns mais velhos e com mais força de vontade só por causa de uma briga.

—Ah! — disse Julián batendo as mãos nas coxas — E então o projeto de philodox que nem o ritual de passagem fez, achou por bem corrigir — enfatizou a palavra  — a decisão dos anciões, sabotando um fetiche.

Braço de Aranha deu uma gargalhada.

— Foi isso, Liam? — Os olhos estreitos de Julián se fixavam nos de Liam, que se aconchegou ainda mais entre os pais. Estevão afagou-o com a mão direita que, até então, havia estado imóvel em seu regaço, como paralisada pelos olhares dos visitantes – sobretudo Chama o Dia –, que observavam a cicatriz na forma do glifo de "charach", impresso com prata incandescente em sua carne. Estevão não disse nada.

Amanda se remexeu no chão.

— Por que comigo? — insistiu — Nós somos os únicos métis, Liam, moramos lado a lado, achei que éramos amigos. Eu ajudei a te criar.

O focinho de Amanda continuou tremendo quando ela parou de falar. Klauss viu pequenos espasmos nos lábios dela, que se moviam mostrando a dentição. Depois notou os olhos de Braço de Aranha, profundamente azuis, encaixados em um emaranhado de bolsas de pele e rugas verticais, horizontais e oblíquas, grudados nos dele como se quisessem transmitir-lhe  à força uma vida inteira de espertezas. Quase podia ouvi-lo dizer "não fode tudo".

Chama o Dia acompanhava a conversa com fleugma de juiz. Salta Montanhas, ao contrário, era a cara da impaciência. Olhava para fora através da grande janela frontal, como a planejar outra viagem.

— Está tudo bem, Liam. Agora, por favor, conte-nos tudo o que você fez — disse Julián.

O menino respirou fundo e começou a contar, com gestos calmos, traduzidos por Aleksey, como roubou o bracelete, retirou as pedras engastadas e o fundiu, como tinha visto Aleksey fazer com outras peças e usando o único dom que já tinha aprendido para controlar com sucesso as máquinas simples do ateliê. Também contou como havia obtido acesso remoto ao celular de Filbergues através de um aplicativo. Disse que leu as mensagens trocadas por este com Nádia até aprender o estilo de conversa de ambos e que depois usou otro aplicativo para enviar uma mensagem a ela, simulando ser Filbergues e a convidando para um encontro de reconciliação em um lugar emblemático para os dois.

A galliard espumava com cada palavra:

— Puta que pariu, Liam! É a minha privacidade! Por sua causa, eu esperei um tempão por Filbergues. Depois fui atrás dele, achei que estava confuso, que ainda me queria. Foi humilhante! O Kolka percebeu e me largou por isso. Caralho, você acabou com a minha vida!

Nádia estava de pé, como os punhos cerrados e tremendo. Quando ela falou em Kolka, os olhos de Anton também queimaram. Klauss se lembrou da cara fechada do ancião ao ver o parente de sua tribo entrar na ponte de lua.

Nádia se jogou de volta na poltrona. "Que merda, que merda", sussurrou, olhando teto e segurando as lágrimas. Em todo o tempo que a conhecia, foram poucas as vezes que Klauss a viu descer do salto. Até quando lhe arrancaram a pele, Nádia tinha mantido certa arrogância. Agora, porém, fungava, encolhida na poltrona, com uma mão fechada tapando a boca e o nariz.

— Eu peço perdão a todos — murmurou Estevão — Vou ver como castigá-lo.

Así es — disse Julián a Liam — Vamos pensar em um bom castigo. E além disso, você deu mostras de que não está maduro para um ritual de passagem. Fica adiado até segunda ordem.

O pequeno assentiu com tristeza.

Nádia e Amanda se entreolharam em uma amálgama de desânimo e fúria.

— Não se preocupe Amanda. Vou pôr todo meu empenho em fazer um bracelete ainda melhor que o outro — disse Aleksey com um suspiro — Também acho que ninguém se opõe a dar um prazo extra para eu terminar a jóia e para a matilha de Nádia se recuperar emocionalmente.

— Tirou da minha boca —  disse Agnella —  Mesmo que a matilha de Vicente não tenha culpa, eles foram beneficiados pela trapaça de Liam. Acho justo que a matilha de Nádia tenha, no mínimo, uma semana ou duas para se recuperar.

Amanda balançou a cabeça negativamente várias vezes.

— Isso não muda nada. Não vou esquecer o que Liam fez nunca! Alías, — rosnou olhando para o métis — Não conte comigo nunca mais! Você fez a sua escolha de amigos.

— É só um filhote, Amanda.

— Só um filhote um caralho! — Nadia pulou na poltrona — Desculpe, Agnella-rhya. Mas Liam escolheu puxar o saco da pior matilha que esta seita já teve e, sim, antes que me apontem o dedo, Raul, Jamile e eu evoluímos enquanto esses bostas não saem do lugar e ainda são má influencia para os filhotes, não importa o que Klauss faça. Capaz que arrastem ele também. Mas em uma coisa eu concordo contigo, que minha matilha precisa de tempo para pôr a cabeça em ordem. Não é, Dmitri?

Dmitri estava em um sofá oposto ao de Salta Montanhas, mas tão ausente quanto este. Olhava pela porta de vidro que dava para a varanda, como ansiando sair por lá.

— Que se foda, Nadia — disse em voz baixa, sem deixar de olhar a porta — O desafio é só para treinar a matilha de retardados. Pra gente dá na mesma o resultado.

— Boa desculpa pra quem vai perder! — disse Ben.

Finalmente Salta Montanhas o notou.

— Foda-se — Dmitri deu de ombros.

— Que bom que você não liga, Dmitri — disse Ben com um olho em Dmitri e o outro no pai — Porque umas missões mais que a gente fizer, e eu vou te desafiar pelo posto de fostern.

Dmitri riu.

— E vai levar o impuro junto pra ajudar?

— Assim, não! — disse Anton — Dmitri, você sabe que aqui nós não usamos essa palavra.

— Existem métis e existem impuros, pai. O Liam mostrou que é dos segundos.

Aleksey se moveu no sofá.

— Só que esse "impuro" agora é meu filho e, portanto, seu primo, Dmitri — disse com amargura.

A matilha de Vicente bateu palma e fez "u-hu".

Dmitri se levantou e foi até a porta da varanda.

— Isso já encheu meu saco —  disse abrindo-a com violência —  Decidam vocês o que quiserem.

Anton ia dizer algo mas se conteve. Expirou longamente ao ver o filho sair e depois trocou um olhar com Julián. Chama o Dia observou-os.

— Acho que vocês deveriam pensar nisso, Fonte Fria — disse ele, passeando o olhar por Anton, Julián, Braço de Aranha e Kamau e se detendo em Estevão — Esta seita é demasiado flexível com a Litania.

Aleksey se levantou.

— Agora que o Liam deu o depoimento, acho que já podemos ir,  não é mesmo? .

Julián fez um gesto para que esperasse.

— Ainda não ouvimos todo mundo, Aleksey. Vicente, o que opina sua matilha?

Vicente olhou para Ícaro. Parecia evitar Klauss.

— Bom, se dois membros da matilha de Nádia não se importam...

— Eu sou a líder e digo que temos que descansar — cortou Nádia.

— Shhhhh! — fez Julián com impaciência.

Vicente olhou para Ben e para Ícaro. De novo Klauss teve a sensação de que o evitava.

— Mantemos a data do desafio — disse por fim Vicente.

Braço de Aranha abriu um sorriso e Agnella fechou a cara.

—  E então para que servimos nós, os philodox? —  perguntou ela —  Se não se pode ter um desafio honrado e justo. Porque eu repito, para fazer um desafio em igualdade de condições, a matilha de Amanda precisa de um tempo para se recuperar, não importa o que eles mesmos digam. Temos que velar pela lisura dos desafios.

— E eu também repito — rosnou Chama o Dia em voz baixa e firme — É notória a leniência de Fonte Fria com seus membros. Acho que o métis e seus responsáveis deveriam ter um castigo exemplar e que seu erro não pode prejudicar a matilha que Liam, por sua única e destorcida vontade, tentou "ajudar" sem que eles soubessem.

— E no que adiar o desafio os prejudica? — perguntou Agnella a Chama o Dia.

O senhor das sombras ficou em silêncio.

— Pois que bom que a seita é tolerante, Chama o Dia-yuf — disse Julián — Senão seu filho, Ícaro, teria sido reprovado no ritual de passagem. Se fosse por nossos aliados crias de fenris, talvez esses filhotes nem tivessem merecido seguir vivos.

— Exato! — disse Aleksey encarando Chama o Dia — Liam é só um filhote, que eu conheço bem. Se está se tornando ardiloso é por influencia dos cliaths senhores das sombras.

— Ponha-se no seu devido lugar, parente —  o philodox enfatizou a ultima palavra.

Estevão fez um gesto para que Aleksey se sentasse e, em seguida, Anton lhe falou algo em russo. O parente ainda ficou uns segundos em pé, olhando para Chama o Dia, mas depois se sentou, expirando forte.

Chama o Dia então olhou para os outros visitantes, incluindo Klauss, e fez um gesto amplo com as mãos, como a dizer "tenho ou não tenho razão?"

Julián fitou-o por uns instantes, pensativo. Depois disse:

— Bom, uma coisa é certa, o objetivo principal do desafio é o treinamento dos cliaths. Então, Kamau, quero saber o que você, que o propôs, pensa.

O vigia, que até então observara tudo com a impassividade de um estátua, disse com sua voz grave.

— Eu nunca vi um garou que tivesse que esperar por condições perfeitas para cumprir um desafio, de qualquer tipo. Não houve trapaça, segue o jogo, está é minha opinião. Mas, como foi dito, o objetivo do desafio é o treinamento dos cliaths e este está a cargo do Klauss. Ele saberá o que é melhor neste caso. Por mim, o Klauss decide.

Julián pensou um pouco e assentiu.  

—Está bem, o Klauss decide.

— Isso é completamente parcial!— disse Agnella olhando para Kamau, Julián e depois Klauss.

Julián fitou o relógio sobre a lareira. Agnella suspirou.

— Bom, espero uma decisão honrada de sua parte, Justiça de Prata. — disse ela — Digna do espírito de combate leal do crias de fenris e da honestidade que sempre apreciamos em você.

Nádia e Amanda concordaram com a cabeça, observando Klauss fixamente.

Anton, Salta Montanhas, Estevão e sua família não se manifestaram, imersos em suas próprias preocupações.

Ben e todos os senhores das sombras lançaram olhares cúmplices a Klauss.

— Então, Klauss, o que você decide? —  perguntou Julian.


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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Klauss K. Qui Fev 15, 2024 9:56 pm

— Por que? — disse Amanda, inclinando o corpanzil branco e peludo adiante, com o cenho franzido.

Da poltrona que escolhera, Klauss podia ver as expressões de todos. Como a de Liam, que se encolheu estrategicamente entre os pais e sussurrou com voz dengosa:

— Eu não achei justo a matilha do Vicente ter que arriscar tudo contra fosterns mais velhos e com mais força de vontade só por causa de uma briga.

—Ah! — disse Julián batendo as mãos nas coxas — E então o projeto de philodox que nem o ritual de passagem fez, achou por bem corrigir — enfatizou a palavra — a decisão dos anciões, sabotando um fetiche.

Braço de Aranha deu uma gargalhada.

— Foi isso, Liam? — Os olhos estreitos de Julián se fixavam nos de Liam, que se aconchegou ainda mais entre os pais. Estevão afagou-o com a mão direita que, até então, havia estado imóvel em seu regaço, como paralisada pelos olhares dos visitantes – sobretudo Chama o Dia –, que observavam a cicatriz na forma do glifo de "charach", impresso com prata incandescente em sua carne. Estevão não disse nada.

*Klauss junta as mãos entrelaçando os dedos próximo ao rosto e imagina os passos de Liam.*


— Por que comigo? — insistiu — Nós somos os únicos métis, Liam, moramos lado a lado, achei que éramos amigos. Eu ajudei a te criar.

O focinho de Amanda continuou tremendo quando ela parou de falar. Klauss viu pequenos espasmos nos lábios dela, que se moviam mostrando a dentição. Depois notou os olhos de Braço de Aranha, profundamente azuis, encaixados em um emaranhado de bolsas de pele e rugas verticais, horizontais e oblíquas, grudados nos dele como se quisessem transmitir-lhe à força uma vida inteira de espertezas. Quase podia ouvi-lo dizer "não fode tudo".

Chama o Dia acompanhava a conversa com fleugma de juiz. Salta Montanhas, ao contrário, era a cara da impaciência. Olhava para fora através da grande janela frontal, como a planejar outra viagem.

— Está tudo bem, Liam. Agora, por favor, conte-nos tudo o que você fez — disse Julián.

O menino respirou fundo e começou a contar, com gestos calmos, traduzidos por Aleksey, como roubou o bracelete, retirou as pedras engastadas e o fundiu, como tinha visto Aleksey fazer com outras peças e usando o único dom que já tinha aprendido para controlar com sucesso as máquinas simples do ateliê. Também contou como havia obtido acesso remoto ao celular de Filbergues através de um aplicativo. Disse que leu as mensagens trocadas por este com Nádia até aprender o estilo de conversa de ambos e que depois usou otro aplicativo para enviar uma mensagem a ela, simulando ser Filbergues e a convidando para um encontro de reconciliação em um lugar emblemático para os dois.

A galliard espumava com cada palavra:

— Puta que pariu, Liam! É a minha privacidade! Por sua causa, eu esperei um tempão por Filbergues. Depois fui atrás dele, achei que estava confuso, que ainda me queria. Foi humilhante! O Kolka percebeu e me largou por isso. Caralho, você acabou com a minha vida!

Nádia estava de pé, como os punhos cerrados e tremendo. Quando ela falou em Kolka, os olhos de Anton também queimaram. Klauss se lembrou da cara fechada do ancião ao ver o parente de sua tribo entrar na ponte de lua.

Nádia se jogou de volta na poltrona. "Que merda, que merda", sussurrou, olhando teto e segurando as lágrimas. Em todo o tempo que a conhecia, foram poucas as vezes que Klauss a viu descer do salto. Até quando lhe arrancaram a pele, Nádia tinha mantido certa arrogância. Agora, porém, fungava, encolhida na poltrona, com uma mão fechada tapando a boca e o nariz.

— Eu peço perdão a todos — murmurou Estevão — Vou ver como castigá-lo.

— Así es — disse Julián a Liam — Vamos pensar em um bom castigo. E além disso, você deu mostras de que não está maduro para um ritual de passagem. Fica adiado até segunda ordem.

*Continuava a observar as reações.*


— Não se preocupe Amanda. Vou pôr todo meu empenho em fazer um bracelete ainda melhor que o outro — disse Aleksey com um suspiro — Também acho que ninguém se opõe a dar um prazo extra para eu terminar a jóia e para a matilha de Nádia se recuperar emocionalmente.

— Tirou da minha boca — disse Agnella — Mesmo que a matilha de Vicente não tenha culpa, eles foram beneficiados pela trapaça de Liam. Acho justo que a matilha de Nádia tenha, no mínimo, uma semana ou duas para se recuperar.

Amanda balançou a cabeça negativamente várias vezes.

— Isso não muda nada. Não vou esquecer o que Liam fez nunca! Alías, — rosnou olhando para o métis — Não conte comigo nunca mais! Você fez a sua escolha de amigos.

— É só um filhote, Amanda.

— Só um filhote um caralho! — Nadia pulou na poltrona — Desculpe, Agnella-rhya. Mas Liam escolheu puxar o saco da pior matilha que esta seita já teve e, sim, antes que me apontem o dedo, Raul, Jamile e eu evoluímos enquanto esses bostas não saem do lugar e ainda são má influencia para os filhotes, não importa o que Klauss faça. Capaz que arrastem ele também. Mas em uma coisa eu concordo contigo, que minha matilha precisa de tempo para pôr a cabeça em ordem. Não é, Dmitri?

Dmitri estava em um sofá oposto ao de Salta Montanhas, mas tão ausente quanto este. Olhava pela porta de vidro que dava para a varanda, como ansiando sair por lá.

— Que se foda, Nadia — disse em voz baixa, sem deixar de olhar a porta — O desafio é só para treinar a matilha de retardados. Pra gente dá na mesma o resultado.

— Boa desculpa pra quem vai perder! — disse Ben.

Finalmente Salta Montanhas o notou.

— Foda-se — Dmitri deu de ombros.

— Que bom que você não liga, Dmitri — disse Ben com um olho em Dmitri e o outro no pai — Porque umas missões mais que a gente fizer, e eu vou te desafiar pelo posto de fostern.

Dmitri riu.

— E vai levar o impuro junto pra ajudar?

— Assim, não! — disse Anton — Dmitri, você sabe que aqui nós não usamos essa palavra.

— Existem métis e existem impuros, pai. O Liam mostrou que é dos segundos.

Aleksey se moveu no sofá.

— Só que esse "impuro" agora é meu filho e, portanto, seu primo, Dmitri — disse com amargura.

A matilha de Vicente bateu palma e fez "u-hu".

Dmitri se levantou e foi até a porta da varanda.

— Isso já encheu meu saco — disse abrindo-a com violência — Decidam vocês o que quiserem.

Anton ia dizer algo mas se conteve. Expirou longamente ao ver o filho sair e depois trocou um olhar com Julián. Chama o Dia observou-os.

— Acho que vocês deveriam pensar nisso, Fonte Fria — disse ele, passeando o olhar por Anton, Julián, Braço de Aranha e Kamau e se detendo em Estevão — Esta seita é demasiado flexível com a Litania.

Aleksey se levantou.

— Agora que o Liam deu o depoimento, acho que já podemos ir, não é mesmo? .

Julián fez um gesto para que esperasse.

— Ainda não ouvimos todo mundo, Aleksey. Vicente, o que opina sua matilha?

Vicente olhou para Ícaro. Parecia evitar Klauss.

— Bom, se dois membros da matilha de Nádia não se importam...

— Eu sou a líder e digo que temos que descansar — cortou Nádia.

— Shhhhh! — fez Julián com impaciência.

Vicente olhou para Ben e para Ícaro. De novo Klauss teve a sensação de que o evitava.

— Mantemos a data do desafio — disse por fim Vicente.

Braço de Aranha abriu um sorriso e Agnella fechou a cara.

— E então para que servimos nós, os philodox? — perguntou ela — Se não se pode ter um desafio honrado e justo. Porque eu repito, para fazer um desafio em igualdade de condições, a matilha de Amanda precisa de um tempo para se recuperar, não importa o que eles mesmos digam. Temos que velar pela lisura dos desafios.

— E eu também repito — rosnou Chama o Dia em voz baixa e firme — É notória a leniência de Fonte Fria com seus membros. Acho que o métis e seus responsáveis deveriam ter um castigo exemplar e que seu erro não pode prejudicar a matilha que Liam, por sua única e destorcida vontade, tentou "ajudar" sem que eles soubessem.

— E no que adiar o desafio os prejudica? — perguntou Agnella a Chama o Dia.

O senhor das sombras ficou em silêncio.

— Pois que bom que a seita é tolerante, Chama o Dia-yuf — disse Julián — Senão seu filho, Ícaro, teria sido reprovado no ritual de passagem. Se fosse por nossos aliados crias de fenris, talvez esses filhotes nem tivessem merecido seguir vivos.

— Exato! — disse Aleksey encarando Chama o Dia — Liam é só um filhote, que eu conheço bem. Se está se tornando ardiloso é por influencia dos cliaths senhores das sombras.

— Ponha-se no seu devido lugar, parente — o philodox enfatizou a ultima palavra.

Estevão fez um gesto para que Aleksey se sentasse e, em seguida, Anton lhe falou algo em russo. O parente ainda ficou uns segundos em pé, olhando para Chama o Dia, mas depois se sentou, expirando forte.

Chama o Dia então olhou para os outros visitantes, incluindo Klauss, e fez um gesto amplo com as mãos, como a dizer "tenho ou não tenho razão?"

*Klauss assentiu com a cabeça positivamente para Julyan concordando com a postura dos Crias.*



— Bom, uma coisa é certa, o objetivo principal do desafio é o treinamento dos cliaths. Então, Kamau, quero saber o que você, que o propôs, pensa.

O vigia, que até então observara tudo com a impassividade de um estátua, disse com sua voz grave.

— Eu nunca vi um garou que tivesse que esperar por condições perfeitas para cumprir um desafio, de qualquer tipo. Não houve trapaça, segue o jogo, está é minha opinião. Mas, como foi dito, o objetivo do desafio é o treinamento dos cliaths e este está a cargo do Klauss. Ele saberá o que é melhor neste caso. Por mim, o Klauss decide.

Julián pensou um pouco e assentiu.

—Está bem, o Klauss decide.

— Isso é completamente parcial!— disse Agnella olhando para Kamau, Julián e depois Klauss.

Julián fitou o relógio sobre a lareira. Agnella suspirou.

— Bom, espero uma decisão honrada de sua parte, Justiça de Prata. — disse ela — Digna do espírito de combate leal do crias de fenris e da honestidade que sempre apreciamos em você.

Nádia e Amanda concordaram com a cabeça, observando Klauss fixamente.

Anton, Salta Montanhas, Estevão e sua família não se manifestaram, imersos em suas próprias preocupações.

Ben e todos os senhores das sombras lançaram olhares cúmplices a Klauss.

— Então, Klauss, o que você decide? — perguntou Julian.

*Klauss endireita a postura desentrelaçando os dedos e baixando os braços sobre a poltrona, primeiro olha para Agnella.*

-- Qualquer decisão que eu venha a ter pode ser considerada como "parcial", visto que vocês abriram a porta de seu caern e de suas casas e me tratam como sendo parte da família.


*Olha para Kamau.*

-- Concordo totalmente com Kamau-rya, nunca um garou está pronto o suficiente para qualquer desafio e como todos puderam evidenciar não houve trapaça por parte dos cliath.

*Olha novamente para Agnela.*

-- Você me chamou de parcial, mas caso a situação fosse inversa você defenderia a matilha dos cliath com o mesmo empenho? Não precisa responder, apenas pense a respeito.

*Volta-se para Julyan.*

-- O desafio continua sem alterações.


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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Lua Sex Fev 16, 2024 12:30 pm

*Olha novamente para Agnela.*

-- Você me chamou de parcial, mas caso a situação fosse inversa você defenderia a matilha dos cliath com o mesmo empenho? Não precisa responder, apenas pense a respeito.

*Volta-se para Julyan.*

-- O desafio continua sem alterações.

— Aêêêêêê!

A matilha comemorou e os senhores das sombras sorriram satisfeitos. Agnella fechou ainda mais a cara.

— Klauss, eu não disse que você é parcial. Disse que deixar a decisão nas suas mãos é parcial.

Ay, da lo mismo, Ag — Julián se levantou, espreguiçando-se — O Klaus está certo, todo mundo é parcial aqui.

Agnella balançou a cabeça pouco convencida mas resignada. Nádia e Amanda afundaram nas poltronas, bufando.

— Só quero dizer mais uma coisa antes de dispensá-los. — disse Julián, encarando Chama o Dia.

— Não quero mais ouvi-los nos chamando de lenientes. Lobisomens são seres de paixão e fúria e este é um caern de fertilidade. Não somos lenientes, amamos nossos membros.

Foi até Liam abaixou-se até a sua altura sentado e disse com voz suave.

— Agora você já pode ir, meu bem. Obrigado pela coragem. Vamos conversar com você depois.

Liam saltou do sofá e se afastou. Aleksey ia com ele, mas Julián o conteve com um gesto. Quando Liam deixou a sala, Julián foi até poltrona de Chama o Dia, que em nenhum momento tinha deixado de fitá-lo com os olhos apertados.

— Você é nosso aliado — disse-lhe Julián de pé em frente à poltrona de Chama o Dia — e tem um filho na seita. Mas nós não precisamos agir de acordo com seus preconceitos. Filhotes erram. Não tem nada de distorcido nisso e nós não precisamos punir ninguém exemplarmente só pelo fato de ser ou de ter um métis. De uma vez por todas, a seita tomou sua decisão e esse é um tema superado.

— Essa é a sua opinião — rosnou Chama o Dia, erguendo o olhar.

— Essa é minha seita. Você é livre para levar sua família para outra, se achar melhor.

— Não! — gritou Ícaro — Eu gosto daqui!

Chama o Dia fez um gesto tranquilizador para o filho, sem desviar os olhos de Julián. Dava para sentir o lobo mostrando os dentes dentro dele, mas submisso à postura intimidadora de Julián. Anton mantinha o olhar atento e o corpo tenso e inclinado adiante: o beta sempre disposto a respaldar o líder. Mesmo Kamau e Braço de Aranha estavam tensos. Klauss podia sentir a adrenalina fluindo no ar. Foi um daqueles momentos em que um garou se lembra de sua natureza lupina.

— Tem mais, aqui nós ouvimos os parentes. Este tipo de caern não seria nada sem eles — Julián se voltou para Aleksey — Agora você pode ir, Ale. Obrigado por fazer Liam confessar dignamente.

— Era o correto — suspirou o rapaz.

Deu um sorriso cúmplice para Klauss e saiu da sala. Chama o Dia e Salta Montanhas se entreolharam. Braço de Aranha os escrutava e depois olhou por muito tempo para Klauss.

— É. Mas o que dizer dos garous? — Agnella voltou à carga — Então quer dizer que os cliaths vão para o desafio descansados e os fosterns com o emocional destruído?

Julián fez um gesto enfático.

— Olha, agora isso é para a seita inteira e também para alguns de fora: vocês estão tratando garous como crianças. Concedo que esta é uma deformação da seita. Como a maioria dos cliaths nascem aqui, não se rompe o vínculo familiar, como geralmente acontece com os  garous que são acolhidos por seitas que não se importam muito com eles. Vamos ser racionais, não existe igualdade de condições em um desafio, caso contrário não teriamos subidas de posto nem qualquer outro embate. Existe equilíbrio. Os cliaths têm as dificuldades deles, os fosterns estão abalados. Punto. Como disseram Klauss e Kamau, garous lutam como podem. Eu fiz meu ritual de passagem em seguida à morte da minha mãe; Anton lutou em uma caverna no Cazaquistão superando sua claustrofobia; Klauss teve que concluir uma missão após ver bebês servindo de cobaias. Nádia e Amanda podem lidar com corações partidos.

— Ai, tá bom, tá bom, Julián, já entendemos — gritou Nádia — No tempo de vocês era tudo pior e minha geração só sabe reclamar!

Agarrou o braço de Amanda e se dirigiram à porta da varanda. Chama o Dia e Salta Montanhas se entreolharam novamente. Julián manteve a calma.

— Descansem o que puderem que no fim da tarde será o desafio. Estão dispensados.

Agnella deu uma olhada hostil para Klauss e os garous deixaram a sala.

***

Klauss estava tomando água na cozinha quando ouviu passinhos rápidos no corredor. Virou-se e recebeu um abraço abrupto de Liam. Sentiu sua cabeça ruiva entre o peito e a barriga e depois viu sua carinha erguer-se com um sorriso de criança manipuladora. Liam então se afastou e fez dois gestos que Klauss conhecia.

Spoiler:

E depois outro, que Klaus mais ou menos intuiu o que significava.

Spoiler:

— Liam Stephen! — gritou Julián da sala e o pequeno correu de volta ao dormitório.

Klauss sentiu a vibração do celular. Era uma mensagem de Virna:

Vem pra cá. Anne disse que a Mutti não para de perguntar qual a sua linhagem e eu quero fazer um video seu, contando sobre sua família e antepassados, pra ela ficar mais tranquila.

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Mensagem por Klauss K. Seg Fev 19, 2024 9:48 am

— Aêêêêêê!

A matilha comemorou e os senhores das sombras sorriram satisfeitos. Agnella fechou ainda mais a cara.

— Klauss, eu não disse que você é parcial. Disse que deixar a decisão nas suas mãos é parcial.

-- O que acaba sendo a mesma coisa.


Agnella balançou a cabeça pouco convencida mas resignada. Nádia e Amanda afundaram nas poltronas, bufando.

— Só quero dizer mais uma coisa antes de dispensá-los. — disse Julián, encarando Chama o Dia.

— Não quero mais ouvi-los nos chamando de lenientes. Lobisomens são seres de paixão e fúria e este é um caern de fertilidade. Não somos lenientes, amamos nossos membros.

Foi até Liam abaixou-se até a sua altura sentado e disse com voz suave.

— Agora você já pode ir, meu bem. Obrigado pela coragem. Vamos conversar com você depois.

Liam saltou do sofá e se afastou. Aleksey ia com ele, mas Julián o conteve com um gesto. Quando Liam deixou a sala, Julián foi até poltrona de Chama o Dia, que em nenhum momento tinha deixado de fitá-lo com os olhos apertados.

— Você é nosso aliado — disse-lhe Julián de pé em frente à poltrona de Chama o Dia — e tem um filho na seita. Mas nós não precisamos agir de acordo com seus preconceitos. Filhotes erram. Não tem nada de distorcido nisso e nós não precisamos punir ninguém exemplarmente só pelo fato de ser ou de ter um métis. De uma vez por todas, a seita tomou sua decisão e esse é um tema superado.

— Essa é a sua opinião — rosnou Chama o Dia, erguendo o olhar.

— Essa é minha seita. Você é livre para levar sua família para outra, se achar melhor.

— Não! — gritou Ícaro — Eu gosto daqui!

Chama o Dia fez um gesto tranquilizador para o filho, sem desviar os olhos de Julián. Dava para sentir o lobo mostrando os dentes dentro dele, mas submisso à postura intimidadora de Julián. Anton mantinha o olhar atento e o corpo tenso e inclinado adiante: o beta sempre disposto a respaldar o líder. Mesmo Kamau e Braço de Aranha estavam tensos. Klauss podia sentir a adrenalina fluindo no ar. Foi um daqueles momentos em que um garou se lembra de sua natureza lupina.

— Tem mais, aqui nós ouvimos os parentes. Este tipo de caern não seria nada sem eles — Julián se voltou para Aleksey — Agora você pode ir, Ale. Obrigado por fazer Liam confessar dignamente.

— Era o correto — suspirou o rapaz.

*Klauss se arruma na poltrona caso precisasse intervir na situação.*


Deu um sorriso cúmplice para Klauss e saiu da sala. Chama o Dia e Salta Montanhas se entreolharam. Braço de Aranha os escrutava e depois olhou por muito tempo para Klauss.


*Assim que Alexey saiu da sala.*

-- Achei estranho que o ritual da pedra caçadora apontava o Studio do Alexey, chegamos a conclusão que o bracelete havia sido derretido, Alexey ligou os pontos e chegou ao Liam.


— É. Mas o que dizer dos garous? — Agnella voltou à carga — Então quer dizer que os cliaths vão para o desafio descansados e os fosterns com o emocional destruído?

Julián fez um gesto enfático.

— Olha, agora isso é para a seita inteira e também para alguns de fora: vocês estão tratando garous como crianças. Concedo que esta é uma deformação da seita. Como a maioria dos cliaths nascem aqui, não se rompe o vínculo familiar, como geralmente acontece com os  garous que são acolhidos por seitas que não se importam muito com eles. Vamos ser racionais, não existe igualdade de condições em um desafio, caso contrário não teriamos subidas de posto nem qualquer outro embate. Existe equilíbrio. Os cliaths têm as dificuldades deles, os fosterns estão abalados. Punto. Como disseram Klauss e Kamau, garous lutam como podem. Eu fiz meu ritual de passagem em seguida à morte da minha mãe; Anton lutou em uma caverna no Cazaquistão superando sua claustrofobia; Klauss teve que concluir uma missão após ver bebês servindo de cobaias. Nádia e Amanda podem lidar com corações partidos.

— Ai, tá bom, tá bom, Julián, já entendemos — gritou Nádia — No tempo de vocês era tudo pior e minha geração só sabe reclamar!

Agarrou o braço de Amanda e se dirigiram à porta da varanda. Chama o Dia e Salta Montanhas se entreolharam novamente. Julián manteve a calma.

— Descansem o que puderem que no fim da tarde será o desafio. Estão dispensados.

Agnella deu uma olhada hostil para Klauss e os garous deixaram a sala.

*Klauss levanta e sai da sala.*


----------


Klauss estava tomando água na cozinha quando ouviu passinhos rápidos no corredor. Virou-se e recebeu um abraço abrupto de Liam. Sentiu sua cabeça ruiva entre o peito e a barriga e depois viu sua carinha erguer-se com um sorriso de criança manipuladora. Liam então se afastou e fez dois gestos que Klauss conhecia.

*Klauss retribui o abraço do garoto e em seguida faz o mesmo sinal de amizade.*

— Liam Stephen! — gritou Julián da sala e o pequeno correu de volta ao dormitório.

*Da de ombros e sorri.*

Klauss sentiu a vibração do celular. Era uma mensagem de Virna:

Vem pra cá. Anne disse que a Mutti não para de perguntar qual a sua linhagem e eu quero fazer um video seu, contando sobre sua família e antepassados, pra ela ficar mais tranquila.


*Pega o celular e responde imediatamente "A caminho" e sai caminhando apressado sorrindo sozinho .*

(Pronto agora vou gravar vídeo estilo influencer digital)
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Mensagem por Lua Ter Fev 20, 2024 9:59 am

Klauss saiu da sede, andando apressado e com um sorriso nos lábios. Cruzou o caminho interno, cortado em sua longitude pela divisa do caern, e percorreu uma agradável alameda até chegar à Vila dos Parentes. Encontrou Virna sentada em um sofá, com roupas confortáveis e um par de olheiras profundas.

Ela se levantou a deu-lhe um abraço.

— Vamos fazer o víídeo — disse esfregando as mãos — Mandei uma mensagem para o Estevão, confirmando se é seguro fazer a gravação sobre os seus antepasados. Ele disse que vem para cá.

Virna convidou Klauss a acomodar-se no sofá e ficaram conversando. Estevão chegou pouco depois, com uma caixa.

— Então, Klauss — disse ele sentando em um poltrona — Como eu disse para a Virna, além da conexão segura da seita, nós temos uma ainda mais protegida, que usamos para nossas... atividades financeiras. Você pode usá-la para enviar o vídeo se quiser. Mas também tenho outra coisa aqui...

Estevão abriu a caixa e retirou um objeto como cuidado.

Parecia um projetor muito antigo, com manivela e um cabo elétrico igualmente prístino. Acompanhava-o alguns rolos de filme de celulose.

— É uma lanterna mágica de fins do século XIX. Há algum tempo a compramos em um antiquário e o Ale teve a ideia de fazer um fetiche. Ao fim, decidimos por um amuleto que pode ser operado por parentes. Você encaixa o rolo de filme aqui e você mesmo ou outra pessoa gira a manivela. Enquanto a manivela estiver girando (gasto de 1 FV), a lanterna mágica gravará um vídeo de até duas horas. Se você errar ou quiser refazer é só girar a manivela para trás. Quando terminar, você para a manivela, tira o rolo de filme e o guarda. É inexpugnável. Não vai rodar em nenhum outro aparelho, nem mesmo similar e o amuleto só obedece o dono ou quem ele disser que pode ver o vídeo.  Se alguém tentar, o filme se autodestruirá pegando fogo. Para ver o filme, basta encaixá-lo de volta na lanterna mágica e projetar em uma parede. De novo, pode ir para adiante ou para trás, acelerar o retardar, movendo a manivela. É preciso ficar atento porque quando terminar a exibição o rolo vai se desintegrar e o conteúdo jamais será visto novamente.

Virna experimentou a manivela, sem o rolo de filmes.

— Gostaríamos que você aceitasse como um presente meu e do Ale, com nosso pedido de desculpas pela confusão que o Liam causou. De qualquer modo, se quiser fazer um video normal e mandar por nossa conexão segura também pode. Nesse caso, a Mutti o verá imediatamente e poderá repetir à vontade. Isso, sim, é um material que estará na rede. Posso garantir 99% de segurança, mas segurança total não existe. No caso da lanterna, o material jamais chegará às redes. Se aproxima a 100%, no que diz respeito à segurança do vídeo, mas terá que ser levado pela Anne até a Mutti.

— Eles viajam no fim da semana — disse Virna.

— Tem também a graça de ser um amuleto. Sempre é um prestígio para um parente ganhar um objeto imbuído de espírito. E, bem... se Virna a chama de Mutti, é virtualmente a sua sogra —  Estevão piscou um olho — Ah, o amuleto pode ser usado três vezes, ou seja, para três gravações/exibições diferentes.  Você vê o que é mais conveniente, em nenhum caso terá que se preocupar com o Véu ou com o vazamento de conteúdo. O amuleto já um presente para você, pode usar para regalar a Mutti ou ficar com ele e fazer o vídeo sobre seus ancestrais de outro jeito.
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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Klauss K. Ter Fev 20, 2024 2:41 pm

Klauss saiu da sede, andando apressado e com um sorriso nos lábios. Cruzou o caminho interno, cortado em sua longitude pela divisa do caern, e percorreu uma agradável alameda até chegar à Vila dos Parentes. Encontrou Virna sentada em um sofá, com roupas confortáveis e um par de olheiras profundas.

Ela se levantou a deu-lhe um abraço.

— Vamos fazer o víídeo — disse esfregando as mãos — Mandei uma mensagem para o Estevão, confirmando se é seguro fazer a gravação sobre os seus antepasados. Ele disse que vem para cá.

*Retribui o abraço.*

--Dias dificeis?

-- Então, acho mais facil fazermos uma chamada de video e eu respondo ela em tempo real, porque video na rede sempre é um risco.



Virna convidou Klauss a acomodar-se no sofá e ficaram conversando. Estevão chegou pouco depois, com uma caixa.

— Então, Klauss — disse ele sentando em um poltrona — Como eu disse para a Virna, além da conexão segura da seita, nós temos uma ainda mais protegida, que usamos para nossas... atividades financeiras. Você pode usá-la para enviar o vídeo se quiser. Mas também tenho outra coisa aqui...

*Klauss se ajeita no sofá para ver melhor.*

Estevão abriu a caixa e retirou um objeto como cuidado.

Parecia um projetor muito antigo, com manivela e um cabo elétrico igualmente prístino. Acompanhava-o alguns rolos de filme de celulose.

— É uma lanterna mágica de fins do século XIX. Há algum tempo a compramos em um antiquário e o Ale teve a ideia de fazer um fetiche. Ao fim, decidimos por um amuleto que pode ser operado por parentes. Você encaixa o rolo de filme aqui e você mesmo ou outra pessoa gira a manivela. Enquanto a manivela estiver girando (gasto de 1 FV), a lanterna mágica gravará um vídeo de até duas horas. Se você errar ou quiser refazer é só girar a manivela para trás. Quando terminar, você para a manivela, tira o rolo de filme e o guarda. É inexpugnável. Não vai rodar em nenhum outro aparelho, nem mesmo similar e o amuleto só obedece o dono ou quem ele disser que pode ver o vídeo. Se alguém tentar, o filme se autodestruirá pegando fogo. Para ver o filme, basta encaixá-lo de volta na lanterna mágica e projetar em uma parede. De novo, pode ir para adiante ou para trás, acelerar o retardar, movendo a manivela. É preciso ficar atento porque quando terminar a exibição o rolo vai se desintegrar e o conteúdo jamais será visto novamente.

Virna experimentou a manivela, sem o rolo de filmes.

— Gostaríamos que você aceitasse como um presente meu e do Ale, com nosso pedido de desculpas pela confusão que o Liam causou. De qualquer modo, se quiser fazer um video normal e mandar por nossa conexão segura também pode. Nesse caso, a Mutti o verá imediatamente e poderá repetir à vontade. Isso, sim, é um material que estará na rede. Posso garantir 99% de segurança, mas segurança total não existe. No caso da lanterna, o material jamais chegará às redes. Se aproxima a 100%, no que diz respeito à segurança do vídeo, mas terá que ser levado pela Anne até a Mutti.

*Quando fala lobisomem faz o sinal de aspas com as mãos.*

-- Nâo precisa se preocupar quanto ao Liam, ele acreditou que da maneira dele estava fazendo o que era certo, da sua maneira ele estava protegendo os seus. Quanto a lanterna agradeço e muito o presente, acho muito mais viavel do que fazer um video falando que sou um "Lobisomem",

— Eles viajam no fim da semana — disse Virna.

— Tem também a graça de ser um amuleto. Sempre é um prestígio para um parente ganhar um objeto imbuído de espírito. E, bem... se Virna a chama de Mutti, é virtualmente a sua sogra — Estevão piscou um olho — Ah, o amuleto pode ser usado três vezes, ou seja, para três gravações/exibições diferentes. Você vê o que é mais conveniente, em nenhum caso terá que se preocupar com o Véu ou com o vazamento de conteúdo. O amuleto já um presente para você, pode usar para regalar a Mutti ou ficar com ele e fazer o vídeo sobre seus ancestrais de outro jeito.


*Klauss sorri meio sem graça, nunca tinha pensado da avó de Virna dessa maneira.*

-- Como você disse que pode ser usada por um parente fica com você Vi, gravamos pela lanterna e mandamos pra Mutti, não quero o risco de violar o Véu.

*Volta-se para Virna.*

-- Onde pensou em gravarmos? Sem contar que podemos editar, ou melhor avançar e recuar você pode aparecer no vídeo comigo.
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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Lua Qui Fev 22, 2024 8:46 am

*Retribui o abraço.*

--Dias dificeis?


— Um pouco de insônia — murmurou Virna, desviando o olhar.


-- Então, acho mais facil fazermos uma chamada de video e eu respondo ela em tempo real, porque video na rede sempre é um risco.


Virna mordeu um pelinha no canto da unha.

— Então... Não quis te assustar, mas não é que a Mutti queira ter uma conversa agora. O que ela faz nesses casos é primeiro conferir a linhagem. Desculpa, isso soa arrogante. Isso é arrogante. Parece que a gente é tanta coisa... — Virna fez uma carinha aflita —. Mas, entenda, ela é uma parente do começo do século passado, tem suas idéias e romantismos de como deve ser uma família de crias de fenris. Foi assim com todos os pretendentes das minhas irmãs.

Encarou Klauss, franzindo o cenho.

— Deu no que deu.


*Klauss sorri meio sem graça, nunca tinha pensado da avó de Virna dessa maneira.*


Estevão sorriu ao ver a expressão de Klauss e deu uns tapinhas no seu ombro.


-- Como você disse que pode ser usada por um parente fica com você Vi, gravamos pela lanterna e mandamos pra Mutti, não quero o risco de violar o Véu.


Virna assentiu.


-- Onde pensou em gravarmos? Sem contar que podemos editar, ou melhor avançar e recuar você pode aparecer no vídeo comigo.


— Aqui na sala mesmo acho que é tranquilo — disse ela, fechando a porta atrás de Estevão, que se despedia com um tchauzinho.

Escolheram um lugar bem iluminado e estudaram o amuleto por uns instantes. O cabo elétrico parecia ser para a lâmpada de projeção, mas Virna achou melhor conectar do mesmo jeito. Em seguida, encaixaram o rolo de filme e Virna afastou um pouco o aparelho para que os dois coubessem no quadro.

— Não vai rolar —disse —  É meio pesado para segurar e girar a manivela ao mesmo tempo, vou me cansar.  Além disso, tenho medo de você sair do enquadramento.

Levantou-se, sustentou o aparelho em frente a Klauss com uma das mãos e segurou a pequena manivela com a outra.

— Vai ser uma luta solitária, guerreiro — tentou brincar, enquanto apontava a lente para Klauss. Mas dava para farejar seu nervosismo.
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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Klauss K. Qui Fev 22, 2024 7:23 pm

— Um pouco de insônia — murmurou Virna, desviando o olhar.

*Klauss busca seu olhar e pisca como quem diz depois conversamos sem plateia.*



— Então... Não quis te assustar, mas não é que a Mutti queira ter uma conversa agora. O que ela faz nesses casos é primeiro conferir a linhagem. Desculpa, isso soa arrogante. Isso é arrogante. Parece que a gente é tanta coisa... — Virna fez uma carinha aflita —. Mas, entenda, ela é uma parente do começo do século passado, tem suas idéias e romantismos de como deve ser uma família de crias de fenris. Foi assim com todos os pretendentes das minhas irmãs.

Encarou Klauss, franzindo o cenho.

— Deu no que deu.

*Klauss acaricia o rosto de Virna.*

-- Se ela me reprovar eu te sequestro e levo comigo de volta para a América do Norte.


— Aqui na sala mesmo acho que é tranquilo — disse ela, fechando a porta atrás de Estevão, que se despedia com um tchauzinho.

Escolheram um lugar bem iluminado e estudaram o amuleto por uns instantes. O cabo elétrico parecia ser para a lâmpada de projeção, mas Virna achou melhor conectar do mesmo jeito. Em seguida, encaixaram o rolo de filme e Virna afastou um pouco o aparelho para que os dois coubessem no quadro.

— Não vai rolar —disse —  É meio pesado para segurar e girar a manivela ao mesmo tempo, vou me cansar.  Além disso, tenho medo de você sair do enquadramento.

Levantou-se, sustentou o aparelho em frente a Klauss com uma das mãos e segurou a pequena manivela com a outra.

— Vai ser uma luta solitária, guerreiro — tentou brincar, enquanto apontava a lente para Klauss. Mas dava para farejar seu nervosismo.

-- Nisso sou experiente, em lutar sozinho, mas com você aqui não tem como errar... mas seu errar você está aqui comigo pra me dizer onde e como posso fazer melhor...

*Segura o amuleto voltado para seu rosto e começa a girar enquanto gira a manivela.*

-- Ola Mutti, espero que quando este amuleto chegar até a senhora esteja bem, peço desculpas por não ter ido pessoalmente conhece-la até o momento, meu nome é Klauss Krugger, sou chamado de Justiça de Prata modi adren de nosso povo, sou descendente direto do finado Jarl Lars Krugger,  Martelo da Justiça, Forseti, dentre os feitos de minha linhagem meu finado avô Martelo da Justiça lutou contra o Nazismo recuperando dois dos martelos de Jarl que permanecem da América do Norte o Devorador de Trolls que hoje se encontra com a Jarl Karin Jarlsdottir e o Caça Lança que permanece no protetorado Norte com o substituto de meu avô. Hoje sou portador da Klaive Presa de Fenris, que segundo nossos Skald seu cabo é feito com uma das Presas do próprio Fenris. Bem espero logo ter a honra de conhecer a senhora e lhe corresponder com suas expectativas...  

*Klauss para de girar e olha para Virna com um sorriso nos olhos.*

-- O que acha?? Ficou bom???
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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Lua Qui Fev 29, 2024 11:34 am

-- O que acha?? Ficou bom???


Virna ia responder quando foi interrompida por um uivo potente de Julián, chamando-os para o desafio.

— Nem vi o tempo passar — disse ela, tirando o filme com cuidado e guardando-o com o amuleto.

(rolagem oculta)

Klauss e Virna percorreram a alameda que levava ao caern em companhia do avô de Vicente e das mães e irmãs de Ícaro e Ben. Os garous já deveriam estar no caern.

Ao chegar, Klauss e os parentes encontraram boa parte da seita, assim como Salta Montanhas e Chama o Dia, esperando-os em frente à sede. A matilha de Vicente se aproximou de Klauss e de suas famílias, e todos rumaram à área de assembléias. Os jovens garous iam em silêncio, concentrados. Os parentes riam e conversavam. Talvez não soubessem bem o que estava em jogo em um desafío.

— Esta seita só tem velho, mulher e criança — riu baixinho Kyara, a irmã de Ben.

— Ah, mas o Dmitri cresceu e está gato... — sussurrou Cloe, irmã de Ícaro, entre risinhos, disfarçando um olhar para o presa de prata mais adiante.

— É só um idiota loiro de olho azul — rosnou Ben.

As meninas riram. Klauss podia farejar o nervosismo de Ben.

Vicente observou Kyara e depois baixou os olhos.

Virna sorriu e se aconchegou a Klauss.

Os parentes estavam muito animados porque nunca tinham visto aquelas regiões do caern.

— Aqui vamos lidar com garous furiosos — disse Julian quando chegaram à clareira onde eram feitas as assembléias — Quero que os parentes fiquem afastados e obedeçam tudo o que a gente falar, ok? Isto não é uma brincadeira.

As meninas contiveram o riso, mas os demais parentes concordaram, sérios.

Klauss foi chamado para juntar-se aos garous. De um lado estava a matilha de Nádia, abatida e cheia de fúria. De outro, a de Vicente, descansada mas visivelmente ansiosa. No centro, Julián reiterava o que era uma defrontação.

Spoiler:

modificadores:

Julián tirou do bolso um saquinho com pedras para sortear quais seriam os oponentes, mas Kamau interveio.

— Se me permite, Julián-yuf, este desafío é parte do treinamento dos cliaths mas, como a gente tinha falado, também serve para esses pirralhos acertarem suas contas e pararem de brigar.

A matilha de fosterns cerrou os dentes ao ouvir "pirralhos".

— Então acho que podia ser líder contra líder e Ben contra Dmitri.

Julián concordou e disse:

— Sendo assim, vamos ter Nádia contra Vicente; Ben contra Dmitri e Amanda contra Ícaro. Está bem?

Olhou para Klauss.

— Alguém tem alguma dúvida?


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Mensagem por Klauss K. Qui Fev 29, 2024 6:52 pm

Virna ia responder quando foi interrompida por um uivo potente de Julián, chamando-os para o desafio.

— Nem vi o tempo passar — disse ela, tirando o filme com cuidado e guardando-o com o amuleto.

--Quando estou com você o tempo voa.


o chegar, Klauss e os parentes encontraram boa parte da seita, assim como Salta Montanhas e Chama o Dia, esperando-os em frente à sede. A matilha de Vicente se aproximou de Klauss e de suas famílias, e todos rumaram à área de assembléias. Os jovens garous iam em silêncio, concentrados. Os parentes riam e conversavam. Talvez não soubessem bem o que estava em jogo em um desafío.

— Esta seita só tem velho, mulher e criança — riu baixinho Kyara, a irmã de Ben.

— Ah, mas o Dmitri cresceu e está gato... — sussurrou Cloe, irmã de Ícaro, entre risinhos, disfarçando um olhar para o presa de prata mais adiante.

— É só um idiota loiro de olho azul — rosnou Ben.

As meninas riram. Klauss podia farejar o nervosismo de Ben.

Vicente observou Kyara e depois baixou os olhos.

Virna sorriu e se aconchegou a Klauss.

*Klauss passa o braço por trás do pescoço de Virna e puxa ela junto do seu corpo e sussurra ao pé do ouvido, com toda a sutileza possível a um cria*

-- ... também percebi o Vicente...



Os parentes estavam muito animados porque nunca tinham visto aquelas regiões do caern.

— Aqui vamos lidar com garous furiosos — disse Julian quando chegaram à clareira onde eram feitas as assembléias — Quero que os parentes fiquem afastados e obedeçam tudo o que a gente falar, ok? Isto não é uma brincadeira.

As meninas contiveram o riso, mas os demais parentes concordaram, sérios.

Klauss foi chamado para juntar-se aos garous. De um lado estava a matilha de Nádia, abatida e cheia de fúria. De outro, a de Vicente, descansada mas visivelmente ansiosa. No centro, Julián reiterava o que era uma defrontação.

*Klauss senta-se próximo aos garotos, com a intenção de passar confiança.*

ulián tirou do bolso um saquinho com pedras para sortear quais seriam os oponentes, mas Kamau interveio.

— Se me permite, Julián-yuf, este desafío é parte do treinamento dos cliaths mas, como a gente tinha falado, também serve para esses pirralhos acertarem suas contas e pararem de brigar.

A matilha de fosterns cerrou os dentes ao ouvir "pirralhos".

— Então acho que podia ser líder contra líder e Ben contra Dmitri.

Julián concordou e disse:

— Sendo assim, vamos ter Nádia contra Vicente; Ben contra Dmitri e Amanda contra Ícaro. Está bem?

Olhou para Klauss.

— Alguém tem alguma dúvida?

*Klauss acena positivamente para Julyan.*

-- A matilha dos cliaths está pronta...

*Olha para os garotos.*

-- Vocês sabem o que fazer, sejam vocês mesmos.

Off
O sejam vocês mesmo é para os garotos utilizarem o "tocado pela Wyld desde a primeira rodada.
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Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil - Página 8 Empty Re: Klauss Krugger - Uma Matilha Difícil

Mensagem por Lua Sex Mar 01, 2024 1:19 pm

Spoiler:

*Klauss acena positivamente para Julyan.*

-- A matilha dos cliaths está pronta...

*Olha para os garotos.*

-- Vocês sabem o que fazer, sejam vocês mesmos.


Os garotos encararam Klauss com as pupilas dilatadas pela luz escassa e pela adrenalina. O sol crepuscular banhava seus rostos, ressaltando as expressões enrugadas. Aquela não era só uma frase, outro conselho, mas a coroação de semanas de esforços de Klauss para que a matilha tivesse a confiança de ser como Gaia a havia feito e a Wyld transformado.

A um gesto de Julián, cliaths e forsterns se posicionaram. Vicente em frente a Nádia; Ben e Dmitri tão próximos que suas faces quase se tocavam e parecia audível o ranger dos dentes; Ícaro diante de Amanda, tentando não se intimidar com sua forma crinos.

Os olhos dos oponentes já se buscavam em silêncio, como se o peso da longa inimizade os tivesse imantado. Cada músculo tenso, cada olhar enraivecido falavam de um passado de disputas e ressentimentos. Mesmo na forma humana, palpitava nas matilhas o poder e a ferocidade dos seus ancestrais, heróis e guerreiros de tempos esquecidos, escuros senhores das sombras, argênteos presas de prata.

Valentes e desafiantes, se mantinham firmes, cada qual decidido a não ceder ante o olhar penetrante do adversário. Saturavam o ar com eletricidade e uma tensão palpável que envolvia os presentes como um manto. Os parentes recuavam, enquanto vários garous adultos passavam às formas guerreiras, atentos para intervir se o desafio despertasse nos jovens a fúria de suas bestas interiores. Os demais esperavam tão imóveis quanto as árvores ao redor da clareira.

A própria natureza se calava para ver a disputa que marcaria um novo capítulo na história dos mais jovens do caern.

Julián deu o sinal e começou o desafio!


rolagens:


Vicente e Nádia, com seus olhos destilando ódio, estavam a ponto de que a fúria estalasse em seu interior. Enquanto isso, na outra extremidade da clareira, Ícaro e Amanda lutavam contra torrentes de emoções a ponto de transbordar. Então um grito gutural escapou da boca de Dmitri. Klauss viu em câmera lenta que os lábios de Ben terminavam de articular em silêncio "GI-U-LI-A", seguido de um beijo. Os olhos de Liam, ao fundo, ressaltaram diante Klauss, intensos, inteligentes, ardilosos. Um coro de rugidos trouxe Klauss de volta à cena e, em um piscar de olhos, ele viu a fúria se desatar, envolvendo a clareira em um vórtice de violencia e caos.

Os crinos adultos agarraram os fosterns em frenesi.

Vicente e Ícaro respiravam fundo, resistindo graças à pura força de vontade. Ícaro tinha passado à sua forma mais viril, Vicente mostrava a serenidade de um meia lua.

Só Ben, em glabro, exaltava seu triunfo. Jogando os cotovelos para trás e o quadril adiante, comemorou com o gesto obsceno diante de Dmitri, que se debatia sob os braços de seu pai, ambos em crinos.

Em seguida, Ben foi até sua matilha e, para surpresa de todos, empurrou Vicente contra o solo e ergueu os braços, em uma clara demonstração de dominância.
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Mensagem por Klauss K. Seg Mar 04, 2024 9:24 am

Valentes e desafiantes, se mantinham firmes, cada qual decidido a não ceder ante o olhar penetrante do adversário. Saturavam o ar com eletricidade e uma tensão palpável que envolvia os presentes como um manto. Os parentes recuavam, enquanto vários garous adultos passavam às formas guerreiras, atentos para intervir se o desafio despertasse nos jovens a fúria de suas bestas interiores. Os demais esperavam tão imóveis quanto as árvores ao redor da clareira.

*Klauss se mantém atrás dos garotos, mas se mantém em sua forma humana.*

Vicente e Nádia, com seus olhos destilando ódio, estavam a ponto de que a fúria estalasse em seu interior. Enquanto isso, na outra extremidade da clareira, Ícaro e Amanda lutavam contra torrentes de emoções a ponto de transbordar. Então um grito gutural escapou da boca de Dmitri. Klauss viu em câmera lenta que os lábios de Ben terminavam de articular em silêncio "GI-U-LI-A", seguido de um beijo. Os olhos de Liam, ao fundo, ressaltaram diante Klauss, intensos, inteligentes, ardilosos. Um coro de rugidos trouxe Klauss de volta à cena e, em um piscar de olhos, ele viu a fúria se desatar, envolvendo a clareira em um vórtice de violencia e caos.

Os crinos adultos agarraram os fosterns em frenesi.

*Apesar do sentimento de alivio, a expressão de seu rosto se mantém imutavel.*

Vicente e Ícaro respiravam fundo, resistindo graças à pura força de vontade. Ícaro tinha passado à sua forma mais viril, Vicente mostrava a serenidade de um meia lua.

Só Ben, em glabro, exaltava seu triunfo. Jogando os cotovelos para trás e o quadril adiante, comemorou com o gesto obsceno diante de Dmitri, que se debatia sob os braços de seu pai, ambos em crinos.

Em seguida, Ben foi até sua matilha e, para surpresa de todos, empurrou Vicente contra o solo e ergueu os braços, em uma clara demonstração de dominância.

*Klauss vai até Benjamin e fala para somente ele ouça.*

-- Se você quer comemorar comemore, mas não precisa agir como um babaca, ja tivemos uma conversa parecida com essa. E se você quer desafiar seu alfa, faça de maneira digna.

*Estende a mão para Vicente e apenas acena positivamente com a cabeça, em seguida se aproxima de Julyan e fala somente a ele.*

-- Sobre-las-Nubens-rya acredito que temos mais trabalho para os meia lua, creio que Benjamin ira desafiar Vicente pela liderança da matilha.
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Mensagem por Lua Seg Mar 04, 2024 11:52 pm

*Klauss vai até Benjamin e fala para somente ele ouça.*

-- Se você quer comemorar comemore, mas não precisa agir como um babaca, ja tivemos uma conversa parecida com essa. E se você quer desafiar seu alfa, faça de maneira digna.

*Estende a mão para Vicente e apenas acena positivamente com a cabeça...


Ben ouviu Klauss disperso, ainda embriagado pelo triunfo. Vicente aceitou a mão de Klauss e ergueu-se visivelmente abatido.

Julián observava a matilha com atenção.


-- Sobre-las-Nubens-rya acredito que temos mais trabalho para os meia lua, creio que Benjamin ira desafiar Vicente pela liderança da matilha.


— Não desafiarás o líder em tempos de guerra — respondeu o ancião a Klauss, e depois dirigindo-se a Ben — Vocês ainda estão no meio de uma tarefa. Quando terminarem o treinamento, Ben poderá desafiar Vicente pela liderança. ¿De acuerdo?

Olhou para Klauss. Os meninos assentiram.

***

Contrariando as expectativas de Kamau, a defrontação não serviu para resolver os problemas entre as matilhas. Os fosterns consideravam que tinham enfrentado o desafio em desvantagem e respondiam a eventuais provocações dos cliaths com um olímpico desprezo, que às vezes se estendia sutilmente aos garous mais velhos. Nádia e Amanda se concentraram na preparação para o ritual do fetiche e Dmitri se fechou em copas. Mal passava as informações das rondas e deixava a mesa sem tocar na comida, dando sempre a impressão de que tinha algo em mente.

A semana passou sem contratempos, porém. Klauss não podia editar o vídeo feito, mas teve oportunidades de sobra para fazer outro, se assim o desejasse.

Aleksey seguia trabalhando no bracelete, mas no tempo livre fez novos esboços de alianças, que Klauss consultou com Virna aninhada a seu lado no sofá, os cabelos loiros e espetados roçando delicadamente seu ombro. Nesses momentos, ela mostrava uma nova faceta, extremamente suave e carinhosa.

Chegou o dia de Anne, Ranulfo e Rovena embarcarem rumo ao sul. Deveriam sair bem cedo para chegar no aeroporto com tempo, de modo que Klauss foi apresentado a mais um costume brasileiro, o de tomar café da manhã em padaria.

A Padaria Pão Quentinho estava localizada na saída do município, de modo que recebia tanto clientes locais como viajantes que faziam uma pausa para descanso. Tinha um farto buffet, o que permitiu a Klaus escolher o que mais lhe apetecia comer. Enquanto escolhiam uma mesa, Anne aproveitou para ir a uma das bem cuidadas toaletes do lado de fora.

Os demais se sentaram, acomodando sobre a mesa a caixa com a lanterna mágica, que Virna preferiu não deixar no carro. Guardava o amuleto como se disso dependesse sua vida.

Tinham começado a comer quando Klauss viu alguém conhecido. Felícia entrava na padaria, calçada com sandálias havaianas e trazendo uma sacola de pano. Parou em frente ao balcão de pães. Estava ligeiramente despenteada e vestia roupas de casa: uma camiseta larga e um short bem curto de malha, que deixava entrever o formato e as dobrinhas das nádegas. Parecia recém saída de lençóis cheirando a lavanda e atraía os olhares dos homens, que possivelmente sonhavam que tinham despertado ao seu lado.

Felícia recebeu o pacote de pães, deu a volta e veio mastigando um pedacinho até a mesa de Klauss. Sentou-se no lugar destinado a Anne, olhando curiosa para a caixa do amuleto e, para surpresa de todos, disse a Klauss:

— Amor, não me apresenta seus amigos?

Os olhos de Virna e Rovena atingiram Klauss como flechas. Ranulfo só disse "ai" e enfiou uma torrada inteira na boca.

Klauss costumava passar tão pouco tempo com Virna que os momentos juntos eram preciosos e ele nem se lembrava de algum dia terem discutido. Mas já a havia visto brava com assuntos acadêmicos e companheiros de apartamento. Pressentiu as placas tectônicas se movendo debaixo da pele dela, deixando o magma incandescente subir pelas carótidas até os olhos e a boca. Virna mordeu os lábios, mas seu olhar fumegante incinerou o de Felícia.
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Mensagem por Klauss K. Ter Mar 05, 2024 2:25 pm

— Não desafiarás o líder em tempos de guerra — respondeu o ancião a Klauss, e depois dirigindo-se a Ben — Vocês ainda estão no meio de uma tarefa. Quando terminarem o treinamento, Ben poderá desafiar Vicente pela liderança. ¿De acuerdo?

-- Concordo totalmente Sobre-las-Nuvens-rya, se não houver nenhuma mudança até la...

--------

*Klauss não refaz outra apresentação por achar o amuleto valioso demais para ser gasto dessa maneira.*

-------

*Os preparativos andavam como o esperado, tudo a seu tempo.*

Chegou o dia de Anne, Ranulfo e Rovena embarcarem rumo ao sul. Deveriam sair bem cedo para chegar no aeroporto com tempo, de modo que Klauss foi apresentado a mais um costume brasileiro, o de tomar café da manhã em padaria.

A Padaria Pão Quentinho estava localizada na saída do município, de modo que recebia tanto clientes locais como viajantes que faziam uma pausa para descanso. Tinha um farto buffet, o que permitiu a Klaus escolher o que mais lhe apetecia comer. Enquanto escolhiam uma mesa, Anne aproveitou para ir a uma das bem cuidadas toaletes do lado de fora.

Os demais se sentaram, acomodando sobre a mesa a caixa com a lanterna mágica, que Virna preferiu não deixar no carro. Guardava o amuleto como se disso dependesse sua vida.

*Klauss havia se servido de um pão com salame e uma xicara de café preto sem açúcar.*

Tinham começado a comer quando Klauss viu alguém conhecido. Felícia entrava na padaria, calçada com sandálias havaianas e trazendo uma sacola de pano. Parou em frente ao balcão de pães. Estava ligeiramente despenteada e vestia roupas de casa: uma camiseta larga e um short bem curto de malha, que deixava entrever o formato e as dobrinhas das nádegas. Parecia recém saída de lençóis cheirando a lavanda e atraía os olhares dos homens, que possivelmente sonhavam que tinham despertado ao seu lado.

Felícia recebeu o pacote de pães, deu a volta e veio mastigando um pedacinho até a mesa de Klauss. Sentou-se no lugar destinado a Anne, olhando curiosa para a caixa do amuleto e, para surpresa de todos, disse a Klauss:

— Amor, não me apresenta seus amigos?

*Klauss da de ombros enquanto toma um gole de café.*

-- Só se for o "amor do Benjamin"...e esse lugar está ocupado...

*Volta-se para Rovena, Virna e Ranulfo.*

-- Está é Felicia um dos aliados de Julyan aqui da região, acabei a conhecendo durante o rapel dos garotos.

*Olha para Feliciae fala com indiferença.*

-- Está é MINHA família Fecilia, e como disse esse lugar está ocupado e você não foi convidada.


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Mensagem por Lua Ter Mar 05, 2024 3:34 pm

*Klauss da de ombros enquanto toma um gole de café.*

-- Só se for o "amor do Benjamin"...e esse lugar está ocupado...


Felícia sorriu ao ouvir o nome de Ben e em seguida calou-se um instante, saboreando a informação.


*Volta-se para Rovena, Virna e Ranulfo.*

-- Está é Felicia um dos aliados de Julyan aqui da região, acabei a conhecendo durante o rapel dos garotos.


Rovena observou Klauss e Felícia com a típica expressão impassível dos philodox quando estão analisando. Ranulfo se remexeu na cadeira, perturbado pela presença da jovem, que naquele instante se reclinava para trás e suspirava profundamente, revelando o contorno dos seios perfeitos e livres sob a camiseta.



*Olha para Feliciae fala com indiferença.*

-- Está é MINHA família Fecilia, e como disse esse lugar está ocupado e você não foi convidada.


— O que tem nessa caixa? — ronronou ela para Klauss, indiferente.

— QUE PARTE DE "ESSE LUGAR ESTÁ OCUPADO" A SENHORA NÃO ENTENDEU? — gritou Virna, se levantando e inclinando-se em direção à Felícia, com os braços apoiados na mesa.

Os clientes da padaria se voltaram.

Felícia bufou como um gato, fazendo surgir seis bigodes felinos que eram um aviso para Virna de que ela era um Bastet.

Rovena e Ranulfo se tensionaram, mas Felícia insistiu em voz doce:

— O que tem nessa caixa?

Então Klauss percebeu algo que ninguém mais ouviu. Um barulho estranho, vindo de fora da padaria, audível apenas porque ele era particularmente atento a ruídos.

Era na área de toaletes.
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Mensagem por Klauss K. Ter Mar 05, 2024 6:44 pm

— O que tem nessa caixa? — ronronou ela para Klauss, indiferente.

— QUE PARTE DE "ESSE LUGAR ESTÁ OCUPADO" A SENHORA NÃO ENTENDEU? — gritou Virna, se levantando e inclinando-se em direção à Felícia, com os braços apoiados na mesa.

Os clientes da padaria se voltaram.

Felícia bufou como um gato, fazendo surgir seis bigodes felinos que eram um aviso para Virna de que ela era um Bastet.

Rovena e Ranulfo se tensionaram, mas Felícia insistiu em voz doce:

— O que tem nessa caixa?

*Klauss coloca a mão sobre a caixa e puxa para si e opta por mentir, sabia da curiosidade dos bastet, acjma de tudo dessa bastet em particular.*

-- O que tem nessa caixa são documentos antigos... sugiro que siga seu caminho, a não ser que queira criar um problema diplomático aqui, terei que relatar a Julyan que irá até seus mais velhos o que pode criar sérios problemas...

Então Klauss percebeu algo que ninguém mais ouviu. Um barulho estranho, vindo de fora da padaria, audível apenas porque ele era particularmente atento a ruídos.

Era na área de toaletes.

*Klauss sinaliza a Ranulfo, mostrando a área do banheiro.*

-- Pode ver se Anne está pronta?
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Mensagem por Lua Ter Mar 05, 2024 7:30 pm

*Klauss coloca a mão sobre a caixa e puxa para si e opta por mentir, sabia da curiosidade dos bastet, acjma de tudo dessa bastet em particular.*

-- O que tem nessa caixa são documentos antigos... sugiro que siga seu caminho, a não ser que queira criar um problema diplomático aqui, terei que relatar a Julyan que irá até seus mais velhos o que pode criar sérios problemas...


Felícia não disse nada, se levantou e caminhou lentamente até a porta principal, atraindo os olhares.

Virna expirou longamente.


*Klauss sinaliza a Ranulfo, mostrando a área do banheiro.*

-- Pode ver se Anne está pronta?


Ranulfo saiu pela porta lateral e voltou um pouco depois, com ar preocupado.

— Eu não a vi, Klauss.

Como dando-se conta de algo, Rovena saiu correndo e Virna foi atrás dela. As duas entraram no banheiro feminino.

Voltaram sozinhas e com expressões aflitas.

— Não está! — disse Rovena.

— Chamamos por ela e nada. Chegamos a olhar na parte de baixo dos boxes, para o caso de ela ter caído — disse Virna, trêmula.

As duas olharam para a porta principal ao mesmo tempo. Felícia já havia ido.

Em seguida revisaram toda a padaria e os arredores, sem sucesso. Não havia nem sinal de Anne.

Rovena deu um olhar duro para Klauss, pôs as mãos na cintura e perguntou.

— Você pode me dizer o que está acontecendo?

Ranulfo passou o braço pelos ombros de Virna, confortando-a.
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Mensagem por Klauss K. Ter Mar 05, 2024 8:03 pm

Ranulfo saiu pela porta lateral e voltou um pouco depois, com ar preocupado.

— Eu não a vi, Klauss.

Como dando-se conta de algo, Rovena saiu correndo e Virna foi atrás dela. As duas entraram no banheiro feminino.

Voltaram sozinhas e com expressões aflitas.

— Não está! — disse Rovena.

— Chamamos por ela e nada. Chegamos a olhar na parte de baixo dos boxes, para o caso de ela ter caído — disse Virna, trêmula.

*Klauss pensa um pouco e fala olhando para Ranulfo.*

-- Eles devem ter câmeras na área externa...

*Ao mesmo tempo liga para Estevão.*

-- Estevão Anne sumiu... esse é o numero do celular da Anne se conseguir rastrear ou ao menos saber sua localização agradeço muito.

As duas olharam para a porta principal ao mesmo tempo. Felícia já havia ido.

Em seguida revisaram toda a padaria e os arredores, sem sucesso. Não havia nem sinal de Anne.

Rovena deu um olhar duro para Klauss, pôs as mãos na cintura e perguntou.

— Você pode me dizer o que está acontecendo?

Ranulfo passou o braço pelos ombros de Virna, confortando-a.


*Klauss confere se não tem ninguém próximo para ouvir a conversa.*

-- Essa pumoca apareceu durante a preparação de um dos testes da matilha dos garotos, como eu a expulsei parece que agora ela quer arrumar alguma confusão e me colocar no meio, se realmente eles sequestraram Anne para me atingir conseguiram o problema que eu estava tentando a todo custo evitar.
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Mensagem por Lua Qua Mar 06, 2024 10:24 am

-- Essa pumoca apareceu durante a preparação de um dos testes da matilha dos garotos, como eu a expulsei parece que agora ela quer arrumar alguma confusão e me colocar no meio, se realmente eles sequestraram Anne para me atingir conseguiram o problema que eu estava tentando a todo custo evitar.


— Hum... me parece um motivo muito bobo para ela sacrificar uma aliança — disse Rovena, encarando Klauss.

Voltou-se para Virna e Ranulfo.

— Ainda temos o vôo. Virna, quero que você volte com Ranulfo e a caixa para a casa da Mutti. Isto não está me cheirando bem e não quero mais parentes nossos por aqui. Eu ficarei com Klauss para procurar a Anne.

—Mas, tia...

—Ro-ro...

— Sou o posto mais alto aqui, obedeçam.


Virna e Ranulfo se despediram e seguiram viagem.

— Bom, agora vamos ver câmeras — disse Rovena, pondo-se em marcha.

O dono da padaria não objetou que vissem os registros das câmeras, que felizmente estavam ligadas. Enquanto seguiam um funcionário até a parte administrativa, Klauss recebeu uma ligação de Estevão, que passou as coordenadas do último sinal do celular de Anne.

— Portanto o celular está parado a 75 metros da padaria, parelelo à avenida. Na melhor das hipóteses, Anne foi a algum lugar sem avisar. Na pior, bem... não quero te assustar...  mas alguém a pode ter posto em um carro e jogado o celular pela janela. Me mantenha informado, por favor.  Alías, já devo avisar à seita?

Klauss escutava Estevão com os olhos postos na gravação. Viu Anne saindo do banheiro e, em questão de segundos, ser abordada por um homem e, após uma breve resistência, ser forçada a entrar com ele na parte de trás de uma Toyota Hilux. Não foi possível identificar o motorista, mas o sequestrador era um velho conhecido: Caetano.
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Mensagem por Klauss K. Qui Mar 07, 2024 9:08 am

— Hum... me parece um motivo muito bobo para ela sacrificar uma aliança — disse Rovena, encarando Klauss.

*Klauss continua sério.*

-- O quebra cabeça deve ser maior do que estou imaginando...

— Ainda temos o vôo. Virna, quero que você volte com Ranulfo e a caixa para a casa da Mutti. Isto não está me cheirando bem e não quero mais parentes nossos por aqui. Eu ficarei com Klauss para procurar a Anne.

—Mas, tia...

—Ro-ro...

— Sou o posto mais alto aqui, obedeçam.

Virna e Ranulfo se despediram e seguiram viagem.

*Era a primeira vez que via Rovena usar o posto para dar ordens o que ja lhe diz um pouco de sua personalidade e ao se despedir de Virna fala.*

--Vamos achar a Anne, sei que não preciso dizer isso mas não fiz nada que te desrespeite.

— Bom, agora vamos ver câmeras — disse Rovena, pondo-se em marcha.

O dono da padaria não objetou que vissem os registros das câmeras, que felizmente estavam ligadas. Enquanto seguiam um funcionário até a parte administrativa, Klauss recebeu uma ligação de Estevão, que passou as coordenadas do último sinal do celular de Anne.

— Portanto o celular está parado a 75 metros da padaria, parelelo à avenida. Na melhor das hipóteses, Anne foi a algum lugar sem avisar. Na pior, bem... não quero te assustar...  mas alguém a pode ter posto em um carro e jogado o celular pela janela. Me mantenha informado, por favor.  Alías, já devo avisar à seita?

Klauss escutava Estevão com os olhos postos na gravação. Viu Anne saindo do banheiro e, em questão de segundos, ser abordada por um homem e, após uma breve resistência, ser forçada a entrar com ele na parte de trás de uma Toyota Hilux. Não foi possível identificar o motorista, mas o sequestrador era um velho conhecido: Caetano.

*As peças que faltavam se encaixam.*

-- Avise sim, principalmente a Julyan... foi Caetano.

*Em seguida desliga o telefone e manda uma mensagem para Aretha.*
-- Caetano veio me visitar e não é uma visita amistosa, preciso de sua ajuda para localiza-lo.

assim que estiver sozinho com Rovena, enquanto caminha para encontrar o celular de Anne.*

-- Caetano é um balam que conheci durante minhas viagens pelo Brasil, quando mandei Felicia embora comentei sobre ter saber algo dele, falei com a intensão de me livrar dela, mas parece que teve um efeito reverso e atraiu ainda mais a curiosidade dela, lembro do Dmitri ter comentado que ela lhe perguntou quem era Caetano, ao que parece ela o localizou e deve ter lhe dito algo a respeito com obviamente que distorceu muita coisa, o que acho estranho é a forma de Caetano agir, quando o conheci era um balam honrado, tanto que não acredito que ele está agindo dessa maneira Felicia deve estar o manipulando, mas caso essa seja realmente a essência desse balam eu mesmo o mato.
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